ELEIÇÕES. Analista aposta na polarização entre Tarso Genro e Ana Amélia. Mas não descarta José Sartori
O doutor em Ciência Política pela UFRGS, onde é professor no Programa de Pós-Graduação na mesma área, André Luiz Marenco, natural de Tupanciretã, é um dos mais respeitados observadores e analistas políticos do Estado. Nesta semana, ele deu longa entrevista ao Jornal do Comércio, na qual analisa o quadro de candidatos ao Governo gaúcho e também ao Senado – sem escorregar nas questões nacionais, também.
Vale conferir o que ele diz, inclusive porque escorado, mais que em deduções, na devida análise histórica. Concorde-se ou não, obviamente. O trabalho é assinado por Fernanda Bastos. A seguir:
“Disputa ao Piratini deve ser polarizada entre PP e PT, diz Marenco
A disputa pelo Palácio Piratini deve ser marcada pela polarização entre a senadora Ana Amélia Lemos (PP) e o governador Tarso Genro (PT), projeta o cientista político André Marenco. Entretanto, ressalta que Ana Amélia, em função de sua coligação à direita, perdeu um pouco do favoritismo inicial e pode ficar isolada. A possível dificuldade de Ana Amélia de dialogar com os eleitores menos conservadores pode abrir espaço para o candidato do PMDB, José Ivo Sartori, especula o professor da Ufrgs.
Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, o professor ainda analisa a entrada do ex-governador Olívio Dutra (PT) na disputa por uma cadeira no Senado. Para ele, Olívio surge como um nome para polarizar com o comunicador Lasier Martins (PDT) e também pode auxiliar a candidatura de Tarso Genro ao Piratini. O professor da Ufrgs ainda sustenta que a economia será o elemento para definir o cenário eleitoral no âmbito nacional. Marenco analisa que, embora a presidente Dilma Rousseff (PT) enfrente uma queda na avaliação do governo, por outro lado, os adversários da petista, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), tampouco parecem capazes de se apropriar dos votos que ela eventualmente possa perder.
O cientista político também refuta a tese de que as manifestações contra a Copa possam produzir efeitos sobre a campanha presidencial. Para o estudioso, panes ou deficiências graves nos serviços públicos durante o Mundial é que poderão ameaçar de forma contundente a reeleição de Dilma.
Jornal do Comércio – As pesquisas de intenção de voto indicam uma polarização entre as candidaturas da senadora Ana Amélia Lemos e do governador Tarso Genro para o Piratini. Pode haver surpresas?
André Marenco – Não. Tudo indica que, de fato, são as duas candidaturas mais fortes, mais consolidadas e com mais estrutura partidária. Mas não se deve desprezar o caso do PMDB, que vem como uma terceira alternativa. Olhando essas duas candidaturas, ambas têm alguns limites, alguns pontos fracos. A candidatura do governador Tarso, o limite é que ele é um governo que não tem uma má avaliação, mas também está em um ponto de certo limbo – que reflete um pouco os dilemas do Estado e de uma economia como a do Rio Grande do Sul, que oscila em função da forte dependência aos ciclos que a agricultura tem. Um dos desafios do PT era tentar romper com isso, introduzir elementos de uma nova matriz econômica do Estado, menos dependente das oscilações da agricultura. De alguma forma, ele não conseguiu, mas ele…”
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Sartori foi prefeito de Caxias. Eleitorado dele na serra é grande.