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O vício na arte de iludir – por Giuseppe Riesgo

A “sanha arrecadatória e malabarismo retórico constante" do governo Leite

Toda mágica cansa. Todo truque envelhece. Não é à toa que ao mágico cabe sempre a árdua tarefa de se reinventar para voltar a iludir. Há cerca de dois anos, eu escrevia sobre a arte de ludibriar do Governador Eduardo Leite. Seu poder de argumentação – enquanto estive deputado estadual -, foi usado sistematicamente para evitar confrontos políticos, costurar acordos e acomodar a opinião pública (especialmente da imprensa especializada).

Seus artifícios retóricos iludiram por muito tempo. O governador tentou aumentar impostos permanentemente enquanto se fantasiava de reformista e modernizador. Buscou queimar capital do Banrisul para gastar com despesas correntes enquanto se intitulava um gestor eficiente e responsável. Tentou se aposentar escorado em um parecer frágil e sem força de lei da Procuradoria Geral do Estado.

Ludibriou os gaúchos afirmando que pôs os salários em dia devido a sua gestão, mas omitiu as receitas oriundas da União durante a pandemia. Iludiu a todos como um político diferente, enquanto concedia indistintos privilégios às mesmas castas do serviço público estadual que habitam o Poder Executivo, Judiciário, Legislativo, Defensoria Pública e Ministério Público. Uma elite funcional voraz que seguiu absorvendo parcela significativa do orçamento público, com a vergonhosa conivência do Governador do Estado.

Por isso, não me espanta a fala de Eduardo Leite, em assembleia recente da FAMURS, em defesa do aumento do ICMS de 18% para 25% sobre os combustíveis. Afinal, as mentiras do governador na campanha de 2018 foram contumazes e, pelo visto, persistirão em seu segundo governo. Só que agora, ao meu ver, cansou.

As artimanhas retóricas e as piruetas argumentativas já não funcionam como antigamente. Os truques já não enganam e, aparentemente, até a grande imprensa estadual acordou para o estelionato eleitoral do governador. A defesa foi clara: não bastou o aumento dos tributos federais nos combustíveis, Leite quer fazer o gaúcho pagar mais ainda. E não tem nem vergonha de defender isso em público.

É lógico que o governo precisa de dinheiro para implementar políticas públicas. No entanto, o povo precisa muito mais desse mesmo recurso em seus bolsos, antes de mais nada. Fazer uma gestão pública com dinheiro abundante é evidentemente fácil. Em um país pobre como o Brasil, que já cobra impostos demais de sua população é preciso bem mais que isso.

A modernidade, eficiência e responsabilidade são metas alcançáveis na gestão pública, mas não é com saliva e manobras retóricas que o governador convencerá sobre o seu trabalho à frente do Piratini. A gestão de Eduardo Leite possui inegáveis méritos, mas é uma pena que estes sejam maculados pela sanha arrecadatória e malabarismo retórico constante.

(*) Giuseppe Riesgo é ex-deputado estadual pelo partido Novo. Atualmente ocupa a Chefia de Gabinete do Deputado Federal Marcel van Hattem. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.

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6 Comentários

  1. Entre construção de imagem e gerenciamento de expectativas a politica segue. Reforma tributaria para aumentar tributos (aumentando tributos toda hora qualquer um resolve, fica fácil), possivelmente na regra de transição. Polarização que muitos (e muitas) não aguentam, é um pé no saco. Mas que vai continuar. Cortina de fumaça e eleição vindoura. Até la vai rolar muito dinheiro. Para render votos, obvio. Se resolver algum problema é efeito colateral.

  2. Também é logico que Dudu Milk vai acertar e errar. Problema é a proporção entre um e outro. Proposta de investir quase 500 milhões em estradas federais, por exemplo. Se lembro bem foi o voto de minerva de Valdeci que derrubou a proposta. Dudu Milk querendo fazer o que não é atribuição dele e o Olavo Bilac desabando aqui na aldeia? Alguém acha que é o unico caso?

  3. Alas, no inicio da pandemia haviam casos em POA, na serra (Farroupilha?), Santa Maria e Bagé. Foi comentado na epoca (pessoal com dificuldades cognitivas larga um ‘ninguem sabia’ nesta hora) que era besteira colocar todo o RS em quarentena. O mais logico era decretar isolamento conforme os casos aumentavam. Horizontina não tinha nenhum caso e a economia parada. Até sair um plano que mais ou menos prestasse foi necessario inumeras reuniões e consultas a ‘especialistas’ (numa coisa que não acontecia há 100 anos). Basicamente era necessario ‘tirar da reta’.

  4. Situação economica do estado não estava la estas coisas e a pandemia aconteceu. RS recebeu algo como 2,2 bilhões de reais do governo federal. Se lembro bem, metade tinha que ser obrigatoriamente ser utilizada em saúde. Sem mencionar transferencias diretas a municipios. Se não quebrou o galho entortou bem. Estado entrou também no Regime de Recuperação Fiscal.

  5. Dudu Milk é protegido pela imprensa gaucha. É do time do Alfabeto, não é Cavalista e nem Molusquista. Tucanamente se posiciona em cima do muro. Tem ambições presidenciais (Indigesto quer voltar a ser deputado e não faltarão imbecis pedindo votos para a criatura na base do ‘é daqui’). Tem boa apresentação, fala bem. Está disponivel sempre que possivel.

  6. Antes de mais nada outro empulhador. Fevereiro de 2017 o Indigesto lançou o ‘Fila Zero’. Foto como de hábito. Depois o ‘Fila Zero da Odonto’. Ocasionalmente alguém comentava que era engodo. Parece que as filas voltaram e tem gente de madrugada esperando para pegar ficha. Alas, servidores nem atendem telefone (provavelmente porque ‘não fiz concurso para telefonista’). Midia local (incluindo Claudemir com P., o puxador) passa pano para o alcaide. Eis o estado das coisas. E, como todo incopetente tem desculpa, ‘falta um software’. O que lembra o ‘prefeitura ganha um software para analise de projetos mas os servidores não querem utilizar’. O que lembra da necessidade do fim da estabilidade. Em alguns paises (França, por exemplo) parte do funcionalismo faz concurso mas assina um contrato por tempo determinado. Renovavel, mas não é ‘ninguem me tira daqui’.

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