Aliança oposicionista. Schirmer se abraça a Farret, de um lado, e aos anti-petistas, de outro
Cezar Schirmer, do PMDB, se esforçou muito, mas muito meeeesmo, para ter ao seu lado, na aliança Juntos por uma Santa Maria melhor, o ex-prefeito municipal e ex-deputado estadual José Haidar Farret, do PP. E fez muita força, também, para impedir que Jorge Pozzobom pudesse levar adiante sua ambição de ele próprio e seu PSDB, capitanearem uma chapa alternativa – se não fosse possível compor com os demais oposicionistas.
O esforço de Schirmer e seus escudeiros deu certo. Estão todos juntos no mesmo barco, e montaram uma chapa suficientemente forte para contrapor-se aos situacionistas, hoje inflados também por siglas outrora refratárias ao petismo santa-mariense, como o PTB e o PR, para citar dois exemplos. E agora, como tocar o discurso da campanha? Nota-se uma certa confusão nas palavras de ordem do principal grupo oposicionista – o que deverá ser sanado tão rapidamente quanto possível, dados os interesses e pensamentos ideológicos semelhantes, quando o assunto é tirar o PT da Prefeitura.
Mas há problemas visíveis. Um deles, talvez o principal, é não poder utilizar-se do nome de Lula (leia nota imediatamente anterior, abaixo). Pelo menos não em voz alta. Embora o PMDB de Schirmer e o PP de Farret sejam lulistas lá em cima, cá embaixo o discurso é bem outro. Basta ir a uma sessão da Câmara de Vereadores para perceber o quanto peemedebistas (principalmente) e progressistas (menos) procuram demarcar posições em relação ao Presidente da República.
E mais: como o próprio Lula declarou esta semana que o DEM e o PSDB são os adversários a ser batidos, como poderá Schirmer (mesmo querendo) usar o nome presidencial, tendo ao lado exatamente o Democratas e os tucanos? E mais ainda: no plano da província, o PMDB é aliado do PSDB, que não é do DEM, mas é do PPS, outro parceiro, no Governo do Estado. Que é tudo, menos bem avaliado pela população que vota.
Assim, que fique claro: não se trata de vontade, mas de absoluta impossibilidade prática juntar todo mundo para derrotar o petismo e querer se utilizar do principal ícone do próprio PT. Ninguém entenderia do lado de fora, e menos ainda do lado de dentro da coligação. Nacionalizar a campanha, portanto, se tornou inviável. Estadualizar ainda menos viável. Assim, qual a saída possível para, de um lado, fortalecer o grupo; e de outro agrandá-lo o suficiente para convencer o eleitorado de que Schirmer e Farret são a melhor opção para administrar a cidade.
Só tem um jeito. E, até que provem em contrário, é a avaliação deste (nem sempre) humilde observador da política da boca do monte. Qual? Schirmer tem que abraçar Farret e fazer dele o seu principal cabo eleitoral. Por quê? Ora, porque há um rescaldo muito bom de popularidade do Progressista que já administrou a cidade duas vezes. E se mais não fez, não foi por falta de vontade, competência ou popularidade. É isso que o peemedebista precisa e busca capitalizar. E já demonstrou a estratégia no debate da rádio Santamariense e do jornal A Razão, como publiquei aqui. E deverá ampliar sempre que possível, buscando colar a sua vontade pessoal e política de governar Santa Maria à experiência e à bem-querência de José Farret.
Com isso, imaginam os articuladores da chapa oposicionista, será possível contrapor com sucesso a tática dos situacionistas. Só não poderão exagerar a dose. E terão que tomar cuidado para não perder exatamente aquilo que é, gostem ou não os ideólogos da oposição, a origem de muitos dos principais militantes do grupo: o anti-petismo. Este não pode ser perdido. Do contrário, se a vitória não é fácil, poderá se inviabilizar. Menos pela perda dos votos, mais pela dificuldade de executar a campanha.
O que expus acima, imagino, é a estratégia da oposição. Que pode, é da dinâmica de uma disputa eleitoral, ser modificada. Mas nem tanto. Para que não se perca a unidade interna. Esta sim, fundamental para que o objetivo seja atingido.
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