ECONOMIA SOLIDÁRIA. Fiscalização faz apreensões. Pequenos produtores são atingidos e têm suas queixas
Uma ação de fiscais estaduais e municipais, com apoio policial, trouxe muitos prejuízos aos produtores ligados à economia solidária. Apesar da tristeza e indignação, como você pode conferir abaixo, os eventos estão mantidos, inclusive a Feira de Ano Novo, no dia 31.
O material a seguir é da assessoria de imprensa do Projeto Esperança/Cooesperança, indutor da economia solidária em Santa Maria e região. A reportagem (texto e fotos) é de Maiquel Rosauro. Acompanhe:
“Um triste Natal para a Economia Solidária em Santa Maria
Véspera de Natal. Era grande a expectativa pelo Feirão Colonial que seria realizado na manhã desta quarta-feira (24) no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, em Santa Maria. Todavia, uma ação surpresa de fiscalização apreendeu produtos de agricultores familiares presentes na Feira. O foco da ação foram os produtos de origem animal.
Segundo nota da Prefeitura de Santa Maria, a ação foi realizada pelo Grupo de Combate ao Abigeato e ao Abate Clandestino, formado pela Polícia Civil, Brigada Militar, Secretaria de Agricultura do Estado, Secretaria de Saúde do Estado, Secretaria da Fazenda do Estado, Vigilância Sanitária Estadual e Municipal, Procon e Secretaria de Município de Desenvolvimento Rural.
– Levaram todos os 14 quilos de queijo que produzi e também cachaça, vinhos e vinagre. Cheguei aqui às 4h30min e eles já estavam nos esperando. Estimo um prejuízo de R$ 900. Este é todo o dinheiro que ganho com minha aposentadoria, agora eu não sei o que vou fazer… – relata o produtor de Santa Maria, João Francisco da Silva.
Um agricultor de São João do Polêsine, que não quis se identificar, afirma ter perdido R$ 2 mil na apreensão.
– Linguiça, copa, pernil… Eu tinha 100 quilos de carne e levaram tudo – reclama.
O aposentado Gilmar Silva, cliente habitual do Feirão, acompanhou a ação.
– Fiquei muito triste quando vi o que estava acontecendo. Aqui estão trabalhadores, pequenos agricultores que investiram em sua produção e que perderam tudo repentinamente – afirma Silva.
Irmã Lourdes Dill, coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança critica a ação fiscalizadora realizada logo na véspera de Natal.
– Estávamos todos felizes e animados para uma grande Feira e agora acontece isso. Esta ação feriu nossa forma de organização da Economia Solidária e Agricultura Familiar. Aqui no Feirão temos pequenos agricultores que trabalham para ter uma renda e sobreviver com dignidade. Não pedimos esmolas para ninguém e não roubamos nada. Nenhum dos cooperados tem salário fixo, todos dependem do seu trabalho para se sustentar – alega.
Segundo irmã Lourdes, o Projeto Esperança/Cooesperança é favorável a uma fiscalização educativa, orientativa e com políticas públicas.
– Nós reconhecemos que ainda temos problemas para resolver, porém dependemos de órgãos públicos para nos ajudar. Queremos a implantação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) Regional. Para isso é preciso fazer um consórcio entre os municípios, com controle municipal e regras estaduais. Mas primeiro os governantes precisam se entender. Se eles não trabalham integrados, de que jeito o povo vai trabalhar integrado? – questiona.
Além do descontentamento com a apreensão, os agricultores também reclamam quanto ao destino de suas mercadorias.
– Nós questionamos o destino dos produtos, mas os agentes de fiscalização não deram nenhuma explicação. Temos o direito de saber para aonde vão, pois são produtos de boa qualidade – ressalta irmã Lourdes.
Apesar dos problemas enfrentados nesta quarta, a religiosa afirma que o Feirão do próximo sábado (27) está mantido, assim como a Feira que será realizada em 31 de dezembro, véspera de Ano Novo.
– O Feirão Colonial é uma atividade regional, criada há 22 anos por Dom Ivo Lorscheiter e que seguirá forte – projeta.
Após a apreensão, o Feirão continuou apenas com os hortifrutigranjeiros e produtos a base de farinha. Várias mesas e gôndolas ficaram vazias e era claro de semblante de tristeza dos pequenos agricultores.”
Há quem ache que deveriam dar um "jeitinho". Mas se alguém comprasse algo lá e passasse mal, chance grande de virar notícia no jornal e a crítica às autoridades seria por não fiscalizar.
Sabem que têm problemas mas querem que o sistema se adapte a eles, não querem se adequar, querem privilégios.
Põe palhaçada nisso! Melhor escrevendo: P A L H A Ç A D A !!!
Isto é para mostrar a FORÇA do Poder Público no final do ano, já que é inoperante no restante. E logo em cima dos pequenos. E as grandes redes de Super Mercados quando serão visitados ????? Pura palhaçada !!!!!