KISS. Objetos das vítimas serão preservados, mas a Justiça diz que limpeza deve ser paga pelos familiares
Depois das atividades preparatórias da terça, nesta quarta começou, efetivamente, a limpeza e descontaminação do prédio que abrigava a boate Kiss, onde foram massacrados 242 meninos e meninas e pelo menos outros 600 se feriram, muitos deles com sequelas que não desapareceram.
Algumas controvérsias marcaram o início dos trabalhos. Uma delas envolve os pertences das vítimas que ainda estão no local (e já foram encontrados, por exemplo, 366 peças de sapatos, afora roupas, carteiras, bolsas e celulares – como dá conta uma reportagem do G1, o portal das Organizações Globo). Outra é a manutenção do logotipo na fachada. Esta última foi resolvida com a decisão de que nada seja modificado, desde que não prejudique o trabalho.
A primeira situação, porém, ainda não é pacífica. A Justiça entende que quem deve pagar pela descontaminação das peças pessoais são os familiares. Que contestam. Especificamente sobre isso, vale conferir o material publicado originalmente na versão online do jornal A Razão. Lá embaixo você tem outros dois linques, que trazem informações adicionais, em reportagens distintas. O texto a seguir é de Nathalia Costa e Rodrigo Ricordi. A foto é de Carolina Reichert. Acompanhe:
“Justiça defende que familiares paguem pela limpeza dos pertences…
A limpeza do prédio está autorizada, desde que não altere a estrutura do local, conforme aponta o juiz da 1ª Vara Criminal, Ulysses Fonseca Louzada. O magistradoinformou que a limpeza possibilitará que qualquer pessoa possa entrar no local sem que isso acarrete em prejuízos. “Estamos tentando trazer cautela, para que consigamos manter o ambiente sadio e para que não haja uma alteração no interior do prédio”, salienta o juiz.
Ainda nesta semana, antes do início da limpeza, familiares e parentes das vítimas da Kiss procuraram Louzada para solicitar a retomada de pertences que estariam na Boate. Em conversa com a empresa e a Fepam, Louzada salientou que foi acordada a separaçãodo material prestável. Conforme o magistrado, os pertences serão separados durante a limpeza, armazenados, ficando à disposição para o processo de descontaminação necessário.
Louzada informou que esse fator exigirá um novo plano de ação, a ser custeado pelos familiares das vítimas. “Isso tem um custo. Eles terão de trazer um plano à Fepam, em um prazo de 30 dias, um projeto informando o que pretendem fazer com o material, como será a descontaminação e qual empresa fará a limpeza”, explica o magistrado.
O presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Adherbal Ferreira disse que ainda vai conversar cm advogados para decidir a questão dos pertences de vítimas que ainda estavam no local. “Acho que não temos que pagar. Jogar fora é um desrespeito, pois tem significado para nós. Alguns vão querer os objetos, outros não vão nem querer ver. Vai do entendimento de cada um”, diz Ferreira. Sobre a fachada do prédio, Adherbal entende que ela deve ser preservada enquanto o prédio não for entregue em definitivo ao proprietário.”
PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.
LEIA TAMBÉM:
“Técnicos encontram mais de 360 sapatos em limpeza da Kiss no RS”, publicada no G1 (AQUI)
“Inicia a limpeza do prédio da Kiss”, publicada no jornal A Razão (AQUI)
Um verdadeiro absurdo.Já não basta o que eles passaram e ainda estão passando,com a perda da jóia mais valiosa que são os filhos?Já pagaram um preço mto alto e vcs ainda querendo receber mais dinheiro?Bando de corruptos,insensíveis e gananciosos.Cobram isto da prefeitura,do MP,de quem autorizou esta espelunca para funcionar e dos donos que fizeram este ajeito no teto e mataram 242 jovens universitários.Isto é um desrespeito aos familiares,como se eles estivessem colocado fogo na boite.Será que quem propôs isto,tem filhos?Indignada aqui!!!
Daqui a pouco vão querer que os familiares paguem pela limpeza do prédio também. Não fosse pela tristeza e gravidade nessa situação, diria que é uma piada de mau gosto do MP.