TRABALHO. Itaú “encostou” bancário que foi obrigado a recontratar. Ele teve AVC e Justiça manda indenizar
Não é, pode acreditar, uma prática incomum. A empresa, normalmente a grande (as pequenas e medias, quase sempre, fazem acordo com o trabalhador), faz bobagem na demissão, ou mesmo dispensa politica e equivocadamente, e é obrigada a reintegrar seu funcionário. Aí, o “encosta”, deixando que fique em casa.
No caso específico, porém, deu problema. E dos graves. Afinal, o trabalhador ficou doente, teve um AVC e a Justiça, em última instância reconheceu a culpa do bancão. Sim, é do Itaú Unibanco que se está escrevendo. Resultado? Confira no material originalmente publicado no portal especializado Consultor Jurídico, com informações da Assessoria de Imprensa do Tribunal Superior do Trabalho. A seguir:
“ÓCIO REMUNERADO – Itaú é condenado por contribuir para AVC de empregado
Por deixar um bancário em “ócio remunerado” por mais de dez anos, o Itaú foi condenado a indenizá-lo por danos materiais e morais. Segundo decisão da Justiça do Trabalho da 3ª Região (MG), mantida no Tribunal Superior do Trabalho, a empresa contribuiu para as causas do acidente vascular cerebral (AVC) sofrido pelo trabalhador.
O bancário havia sido reintegrado ao Itaú por ordem judicial, mas ficou afastado em “ócio remunerado” por mais de dez anos. Segundo ele, a espera e a incerteza do futuro profissional causaram-lhe estresse, hipertensão arterial e, por fim, o AVC.
A condenação no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais observou que o banco, sem poder dispensar o empregado, acreditou ter resolvido o problema com o seu afastamento. “Não se apercebeu, todavia, que estava fazendo nascer ali outro problema, de maior gravidade”, afirma o acórdão…”
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Justiça do trabalho é um mundo à parte. Já vi juiz trabalhista defendendo que o sistema Toyota de produção é uma grave violação aos direitos humanos.
O sujeito era funcionário do Banerj. Foi demitido e pediu algumas diferenças de planos econômicos e reintegração. Como era concursado e não havia justificativa, foi determinada a reintegração. Ocorre a privatização e o Itaú herda o funcionário. O que se faz com um funcionário que não se quer e que não pode ser mandado embora?
E aí pode-se perguntar qual o motivo dele não pedir a conta e ir trabalhar noutro lugar já que o stress era tão grande. Total zero, ocorre que a empresa perdeu principalmente porque não chamou o funcionário para fazer exames ocupacionais periódicos. O problema da pressão alta seria detectado antes, evitaria-se o AVC. Meio subjetivo também porque se alguém não se sente bem procura o médico, não vai esperar a empresa mandar o cara consultar. Doença ocupacional? O cara estava encostado…