Emendas e $$$. Na hora da liberação do ‘troco’, quem é do governo leva grande vantagem

Cada deputado federal ou senador tem direito de apresentar emendas individuais ao Orçamento da União. O valor é qualquer coisa como R$ 2,5 milhões. Não é raro, ao contrário é bastante comum, o parlamentar se utiliza disso para ficar bem com as suas bases. Mas, de qualquer forma, acaba se tornando um importante instrumento para fazer com que as comunidades recebam diretamente recursos públicos federais.

A questão, aqui, porém, é outra: esse dinheiro vem, mesmo? Historicamente, as ditas emendas parlamentares acabam sendo utilizadas como moeda de negociação política no Congresso Nacional. E aí, bem, aí, leva vantagem quem tem ligação com o governo – qualquer governo. Hoje é Lula. Mas já foi Fernando Henrique, Itamar Franco, etc, etc.

Santa Maria tem dois deputados: o petista Paulo Pimenta e o peemedebista Cezar Schirmer. Confira a reportagem de Alexandra Zanela, que o Diário de Santa Maria está publicando nesta segunda-feira, e veja como está a situação das emendas parlamentares que beneficiam o município:

”Emenda: será que é a salvação da lavoura?
Projetos importantes aguardam repasse de verbas, mas critérios de distribuição dos recursos privilegiam as propostas de deputados federais da base governo

Dinheiro é uma palavra que costuma estar sempre nas rodas de conversa. Somos reféns das cifras para viver, e a população está sempre correndo atrás da máquina para arrumar as contas. Mas as entidades que dependem da liberação de recursos dos governos fazem o que quando a situação aperta?

Para as contas menores, a comunidade ajuda. Mas, em algumas, não há jeito. Nessa hora, as emendas parlamentares ao Orçamento da União aparecem como a única alternativa. Cada deputado federal tem direito a propor o uso de até R$ 5 milhões. Mas as emendas nem sempre são liberadas.

Um exemplo de quem precisa muito do dinheiro da emendas é a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os 52 músicos não são remunerados, recebem apenas uma bolsa de R$ 90 da universidade. Os instrumentos precisam de reparos. O deputado Cezar Schirmer (PMDB) fez uma emenda de R$ 100 mil para a orquestra. O dinheiro não foi liberado. O regente Ênio Guerra conta que a orquestra fez um projeto para comprar dois instrumentos: um fagote profissional (entre R$ 20 mil e R$ 22 mil) e um oboé (entre R$ 15 mil e R$ 18 mil). A verba seria também para consertar outros instrumentos.

– A orquestra tem dois fagotes mas eles são bem simples e são para iniciantes. E um deles está no conserto.

Orquestra quer fazer concertos didáticos

O restante do dinheiro da emenda seria usado para a realização de concertos didáticos populares em apresentações em espaços alternativos.

– Santa Maria é um celeiro de músicos. Isso nos alegra e também dá tristeza porque eles não têm como se manter. Aqui na orquestra, todo o ano, é um recomeço – lamentou o regente da orquestra.

A escola Coronel Pilar também está na fila a espera de dinheiro de emendas. O deputado Paulo Pimenta (PT) pediu R$ 180 mil para a construção de um ginásio de esportes. O colégio está um pouco à frente da orquestra. O recurso já foi empenhado e nos próximos dias deverá ser aberta a licitação para..”

SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.clicrbs.com.br/jornais/dsm/