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OPINIÃO. Recentes medidas adotadas pelo governo trazem, de novo, prejuízos maiores aos mais pobres

A propósito das recentes medidas anunciadas pela equipe econômica do governo, que se traduzem num aumento da carga de tributos, além da informação de que a tabela do Imposto de Renda será majorada em apenas cerca de dois terços da inflação do último ano, o sítio recebeu texto assinado pela mestranda em Gestão de Organizações Públicas pela UFSM, e bacharela em Ciências Contábeis pela PUC/RS, entre outras titulações, Sheila Goulart. Vale conferir, a seguir:

Enquanto isso, os pobres ficam cada vez mais pobres e os ricos

Tive que interromper minha dissertação para prestar atenção no noticiário do jornal hoje, cuja manchete é a seguinte:

Presidenta Dilma acaba de vetar o projeto que corrigiria a tabela do Imposto de Renda – Pessoa Física – em 6,5%, talvez, com muita sorte, é claro, a correção fique, futuramente, em torno de 4,5%, isso se for votada, durante o prazo, a medida provisória que versará sobre o assunto, caso contrário, perderá sua validade.

A defasagem dessa tabela é de 64,28%.

Conheço a função social dos impostos, mas essas manobras pecuniárias que recaem somente no bolso dos pobres deixam-me possessa. Cadê a Equidade Vertical dos Impostos, ou seja, tratamento desigual aos desiguais, logo, deve pagar mais quem ganha mais! (isso seria o correto, tributação progressiva, onerando mais quem recebe mais).

Aonde vamos parar com tantos tributos para pagar?

– A luz vai subir em torno de 35% em 2015;

– Em 2015, teremos aumento desenfreado de impostos, já anunciado;

– O consumidor vai ao mercado e tudo subiu de 20 a 30%, entretanto o que se escuta é que a inflação está controlada, só quem não frequenta o mercado regularmente para não perceber a alavancagem dos preços- principalmente, da carne bovina. (estamos em meio a uma inflação “enrustida”);

– O governo diz que é inviável a entrada de uma auditoria externa na Petrobrás, noticiário do Jornal Nacional há duas semanas;

– Juros da casa própria dispararam;

– Gasolina vai a R$ 4,00 até dezembro de 2015, pode ter certeza;

– Imposto regulador da balança econômica (IOF) passa de 1,5% para 3% ( aumento de, apenas, 100%) para empréstimos de até 12 meses;

– O atual governo possui 39 Ministérios, (custando, por ano, ao país R$ 58,4 bilhões);

– Até a CIDE vai voltar (essa foi desenterrada). Só falta agora ressurgir das profundezas tributárias, a CPMF, com outra denominação, é claro, daí não se faz necessário respeitar o princípio da anterioridade tributária;

Repito: aonde vamos parar com tantos tributos para pagar?

O podre cada vez fica mais pobre e o rico cada vez fica mais rico!

Por que esse governo não regulamenta o Imposto sobre Grandes Fortunas, já que argumenta que precisa arrecadar mais. Já faz mais de 20 anos que ele existe e nada de criarem a Lei Complementar para regulamentá-lo, sabe o porquê? Vai atingir os bolsos dos que, realmente, devem assumir o ônus fiscal.

Enquanto isso, o cidadão assalariado acaba sempre arcando com tributações regressivas, historicamente, reproduzidas.

A desigualdade social, no Brasil, é temerosa!”

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Um Comentário

  1. Problema do IR, além do imposto sobre a inflação, é ter poucas alíquotas. E incidir principalmente em quem tem carteira assinada.
    A energia vai subir por uma barbeiragem: reduziram a tarifa no canetaço. As concessionárias "já tinham recuperado o investimento" e "estavam ganhando dinheiro demais". Reservatórios já estavam baixos. O preço carrega informação: se está barato não preciso economizar. Arrebentou com o fluxo de caixa das empresas e o governo socorreu. Quem paga? Os mesmos de sempre.
    Petrobrás. Price Waterhouse recusou-se a avalizar o balanço da empresa. A empresa subsidiou o preço da gasolina (não está caro não precisa economizar) quanto o petróleo estava caro. Agora o preço do petróleo caiu e estão recuperando o caixa da petroleira.
    Carne. Fora as mais de 100 mil cabeças que são enviadas anualmente para o oriente médio, o embargo europeu à Rússia fez com que buscassem carne por aqui. A oferta demora alguns anos para regularizar.
    Imposto sobre grandes fortunas. Thomas Piketty. França tem um de 75%. Bueno, só funciona se for adotado em todo o planeta. Ocorre fuga de capitais e de cérebros. Putim faturou muito com o da França. USA teria que fazer um emenda constitucional, logo não vai rolar. Na Alemanha, o tribunal constitucional decidiu que a alíquota do imposto, se fosse adotado, somada ao imposto de renda não poderia ultrapassar 50%, caso contrário seria confisco. É o tipo de imposto que, se fosse adotado no Brasil, estouraria na classe média como sempre. Os ricos sabem se defender e não iriam ficar parados.

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