TECNOLOGIA. Com um parque próprio no campus, UFSM poderá superar o Tecnoparque de Santa Maria
Por MARCOS FONSECA (com fotos de Divulgação)
Enquanto Santa Maria discute como salvar seu parque tecnológico, outro modelo de parque cresce no município. É a Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O espaço, criado em dezembro de 2014, ainda está em gestação, mas o plano é ambicioso: em três anos, a agência planeja abrigar 15 empresas de pesquisa e inovação.
Atualmente, a Agittec reúne apenas duas empresas, ambas nascidas dentro da universidade. Diferentemente do Santa Maria Tecnoparque, o foco do empreendimento universitário é abrigar apenas empreendimentos quem venham a trabalhar em parceira com os cursos de tecnologia da UFSM. “É uma relação de desenvolvimento e pesquisa. As empresas têm de usar os estudantes e os professores”, afirma o coordenador de Empreendedorismo da Agittec, Silon Junior Procath da Silva.
A UFSM é uma das fundadoras do SM Tecnoparque, junto do Centro Universitário Franciscano (Unifra). A diferença é que, no parque construído no Distrito Industrial, a universidade federal empresta apoio acadêmico, mas o complexo é livre para receber qualquer empresa de tecnologia, sem necessidade de vínculo com a instituição de ensino.
Com seu parque tecnológico próprio, a UFSM espera servir de base para empresas gestadas por alunos ou dar espaço a empreendedores de fora, desde que haja parceria com a universidade. Conforme Silon Junior, a agência pretende fixar no município uma parte dos profissionais formados na UFSM.
Atualmente, a UFSM é a terceira maior exportadora de cérebros do país. A maioria desses profissionais vai embora de Santa Maria porque a cidade não tem como abrigá-los. O objetivo é o mesmo do SM Tecnoparque, que foi criado também com a proposta de fixar boa parte desses cérebros, gerando novos empreendimentos locais, empregos e divisas.
As duas empresas da Agittec são a Chemweg, voltada ao setor petroquímico, e a Chip Inside, que criou um sistema de rastreamento do gado leiteiro. Ambas surgiram na universidade e estão crescendo. A Chip Inside, por exemplo, passará a exportar para o Uruguai a seu tecnologia – ela criou uma coleira com sensores que indicam ao produtor as condições de saúde do animal.
Ampliação depende do orçamento
Silon Junior informa que até o final de 2015 os cinco módulos da agência serão ampliados, totalizando 12 módulos. O espaço permitirá que mais cinco empreendimentos sejam sediados no parque da universidade. O projeto tem como meta abrigar 15 empresas até 2017.
A ampliação da sede física da Agittec dependerá, no entanto, da definição do orçamento deste ano na UFSM, ressalta o secretário geral do Gabinete do Reitor, Marionaldo da Costa Ferreira. Ele diz que, com os cortes de recursos das universidades federais feitos pelo governo federal, a obra poderá sofrer atraso.
Para presidente da Cacism, parques poderão ser concorrentes
A criação da agência de inovação dentro da UFSM pode ser um motivo a mais de preocupação para o Santa Maria Tecnoparque. Conforme já MOSTRADO neste site, o parque tecnológico municipal sofre com a falta de recursos e de empresas – tem, hoje, cinco empreendimentos e sua arrecadação seria insuficiente para bancar as despesas mensais.
Para o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, o município passará, de fato, a ter dois parques tecnológicos. “O momento deveria ser de união pelo Tecnoparque”, observa. Pacheco ressalta que a própria UFSM investiu na criação do SM Tecnoparque e deveria ajudar o complexo a crescer. O presidente da Cacism é favorável à mudança no projeto do parque municipal, para que busque empresas grandes do setor de tecnologia, e não fique apenas apostando em empreendimentos regionais.
O secretário geral do Gabinete do Reitor, Marionaldo Ferreira, não acredita que o parque tecnológico da UFSM irá gerar conflito com o SM Tecnoparque. “Uma coisa não limita a outra. Acho que dá para crescer todo mundo junto”, diz.
Silon Junior, da Agittec, acrescenta que os projetos são diferentes. O parque da UFSM também quer trazer empresas de fora, mas que tenham interação com a universidade. Ele afirma que os parques poderão se ajudar mutuamente. Inclusive, a UFSM tem oferecido o SM Tecnoparque aos empreendedores que têm procurado espaço dentro da agência da universidade. “Quanto mais forte a gente for, mas forte será o Santa Maria Tecnoparque”, assegura o coordenador de Empreendedorismo da Agittec.
Que pena, meu comentário foi "cortado"…apenas por que defendi o modelo da Agittec?
NOTA DO SÍTIO: o editor é um só, e nem sempre está na frente do computador. Mas, de todo modo, o comentário (e também este, que permite contar como funciona) aludido está publicado.
O modelo da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec)é o mais adequado para fomentar empresas de base tecnológica e uma alternativa ao desenvolvimento de SM. 1. Os exemplos da Coreia do Sul e dos EUA mostram que quanto maior a proximidade e a interação entre a lógica empresarial e a acadêmica melhor é ambiente para a inovação;
2. quando mais "isolados" forem os interesses e vaidades "extra inovação", mais propício será o ambiente para brotarem idéias e produtos/processos novos…
Vida longa à Agittec!
Parabéns à UFSM e aos empreendedores. 2 empresas sediadas com projetos de grande valor para a cidade e em áreas estratégicas ao desenvolvimento: petróleo e agronegócio.
A agencia está dentro da universidade, é uma vantagem grande. É possível ofertar estágio não remunerado e ainda conseguir mão de obra. Acesso fácil aos professores. Talvez não aconteçam as 15 empresas, mas é uma iniciativa a ser observada.
No mais, oferta não produz demanda. E marketing não conserta defeitos.