Economia SolidáriaSanta Maria

ECONOMIA SOLIDÁRIA. Feirão Colonial chega aos 23 anos, conquista do Projeto Esperança e associados

Trata-se de uma vitória da economia solidária de uma forma geral e, no particular, do grande fomentador dessa forma especial de busca de inclusão com a presença permanente da sociedade. No caso, o Projeto Esperança/Cooesperança, vinculado ao Banco da Esperança da Arquidiocese católica de Santa Maria.

São 23 anos de existência de uma ideia que leva muita gente à busca do que produz a economia solidária. Um pouco (ou quem sabe muito) disso é colocado pela coordenadora do Projeto, e grande incentivadora dos eventos do setor, a irmã Lourdes Dill. É dela o artigo abaixo, que lembra todo esse tempo. Acompanhe, na íntegra:

feirão irmã lourdesFeirão Colonial semanal – 23 anos de história

O Feirão Colonialfaz parte das atividades do Projeto Esperança/Cooesperança, setor vinculado ao Banco da Esperança da Arquidiocese de Santa Maria. Foi criado em 1º de abril de 1992, com a participação efetiva e comprometida dos Grupos Rurais e Urbanos associados ao Projeto Esperança/Cooesperança da Arquidiocese de Santa Maria e consumidores que têm consciência do consumo de produtos saudáveis de qualidade, para a defesa da Vida e Saúde, dos grupos organizados na região central – RS do Território da Cidadania.

A Gestão do Feirão Colonial é feita de forma colegiada, participativa, interativa e autogestionária entre a Equipe do Projeto Esperança/Cooesperança e os grupos associados, nos diversos segmentos de atuação do mesmo. É a Economia Solidária e Agricultura Familiar Camponesa que se fortalece na região central – RS, que gera trabalho, renda e Desenvolvimento Regional na visão do “Pensar Global e Agir Local”.

A Comercialização se dá de forma direta entre o produtor organizado e do consumidor/a consciente. O consumidor/a fica sabendo quem produziu o produto que ele consome e se cria uma relação de confiança mútua, solidária, comprometida e interativa.

Todos os participantes se comprometem na melhoria da qualidade dos produtos do Feirão Colonial que fortalece a consciência e a prática do Comércio Justo, Consumo Ético e Solidário, entre produtores e Consumidores organizados e conscientes. É um encontro alegre e festivo que se repete todos os sábados com a integração de todas as classes sociais. É um espaço importante para o debate e troca de idéias e troca de experiências bem sucedidas a nível urbano e rural. É um projeto regional.

Os Feirões Coloniais realizam-se a cada sábado das 7h às 11h30min, no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, à rua Heitor Campos, snº, ao lado do Colégio  Estadual Irmão José Otão, Santa Maria, RS, cujo espaço foi construído com  esta  finalidade, com apoio da Arquidiocese de Santa Maria e recursos de Políticas Públicas.

Os Pontos fixos de Comercialização Solidária fazem parte deste importante Projeto que são grandes espaços de articulação, debate, troca de experiências e de Comercialização Direta de produtos dos Empreendimentos Solidários. A Feira é um grande mutirão feito com a participação de diversas Entidades de apoio e com Comissões de organização, organizações governamentais e não-governamentais e Agricultura Familiar Camponesa. O trabalho se fortalece em Redes de Comercialização Solidária.

A Economia Popular Solidária vai muito além da resistência à exclusão social e ao desemprego. Ela aponta para uma nova prática econômica, para a “Reinvenção da Economia”, provando que “Uma Nova Economia é Possível”, que é capaz de criar e fortalecer novos Empreendimentos Solidários e Gerar Trabalho e Renda a partir do Cooperativismo autogestionário e da gestão participativa, compartilhada e transformadora.

A prática da Economia Solidária e o Cooperativismo Alternativo estão fundamentados na Cooperação, Autogestão, Produção Coletiva e Agroecológica, Comercialização Direta, justa distribuição de Renda, Solidariedade, Comércio Justo, Consumo Ético e Solidário, Agricultura Familiar Camponesa e com a lógica econômica que valoriza o ser humano e o trabalho, acima do capital, em vista disso formar novos sujeitos para o exercício da cidadania e inclusão social, construindo um Projeto Democrático Popular e Sustentável. O Feirão Colonial de Santa Maria, faz parte da Rede COMSOL, uma Rede Brasileira de Comercialização Solidária de 156 Pontos Fixos de Comercialização Solidária, apoiado pelo Governo Federal e coordenado pelo IMS (Instituto Marista de Solidariedade) e parceria com os demais Pontos fixos de Comercialização do Brasil.

Estes e outros importantes espaços fazem parte deste conjunto do Feirão Colonial e dos Pontos fixos de Comercialização Solidária que fortalecem a Economia Solidária na Região Central. Inclui milhares de trabalhadores no campo e a cidade que buscam a sua sobrevivência pela inclusão nos projetos de Economia Solidária, acompanhados pela SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária), pela Cáritas Brasileira/RS, IMS (Instituto Marista de Solidariedade) e o Projeto Esperança/Cooesperança, e é um dos Setores do Banco da Esperança da Arquidiocese de Santa Maria, juntamente com muitas outras Entidades, Organizações, Pastorais e Movimentos Sociais, no trabalho em redes de cooperação de que acredita nesta forma de organização Solidária.

No Feirão Colonial, realiza-se a venda direta do produtor ao consumidor, eliminando assim o atravessador, fortalecendo o Desenvolvimento Regional Solidário, Sustentável e Territorial.

Agradecemos à todas as pessoas, Organizações Parceiras, Gestores Públicos, Entidades Parceiras, Movimentos Sociais, Consumidores e Veículos de Comunicação que contribuem no fortalecimento e na realização deste importante trabalho que congrega, articula e fortalece a integração regional de experiências alternativas de produção e de Comercialização Direta, na perspectiva do “Pensar Global e Agir Local”,produzindo alimentos saudáveis.

Esta é uma trajetória de grandes desafios, mas também de muitas lutas e avanços na caminhada destes 23 anos ininterruptos do Feirão Colonial.

Este trabalho, sintetiza o que retrata o Provérbio Chinês, colocado neste conteúdo: “Se quiseres planejar para um ano: plante cereais. Se quiseres planejar para 30 anos: plante árvores. Se quiseres planejar para 100 anos: organize e motive a organização do Povo”.

Irmã Lourdes Dill

Coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança”

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