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Desafios macroeconômicos – por Daniel Arruda Coronel

A análise da Economia brasileira mostra que, em muitos momentos da história, o país teve de enfrentar vários desafios macroeconômicos. No início da década de 1960, o grande desafio relacionava-se às altas taxas de inflação; na década de 1980, depois de um período de efervescência econômica, as altas taxas de inflação e a dívida externa estavam de volta. Nesse contexto, o país passou a ser um laboratório de vários planos econômicos inconsistentes macroeconomicamente, o que corroborou ainda mais para o aumento das taxas de inflação. Esta situação só foi debelada com a implantação do Plano Real, há vinte e um anos, quando, no início da década de 1990, o país teve de enfrentar uma abertura desordenada da economia brasileira, provocando uma mudança necessária, mas abrupta no setor industrial.

Sabe-se que o controle das taxas de inflação é o primeiro passo – e não o único – para a estabilidade macroeconômica; assim, esta foi a linha mestra dos oito anos de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Já o presidente Lula (2003-2010) teve a sorte de contar com um comércio internacional altamente favorável, muito disso em razão do crescimento chinês, mas, em 2008, vários países tiveram de repensar suas políticas macroeconômicas em função da Crise do Subprime e, em 2010, devido à crise da União Europeia.

Como forma de atenuar os efeitos desta crise, o Governo Brasileiro utilizou-se, diga-se de passagem acertadamente, de várias políticas de cunho keynesiano com o objetivo de estancar os efeitos de tais crises. No entanto, o governo deixou de lado várias questões importantes, as quais podem ser denominadas reformas pró-competitividade, tais como: reforma trabalhista, tributária, melhoria das condições de infraestrutura e logística, política cambial consistente, aumento da produtividade e redução das taxas de juros.

A ausência dessas reformas, somada a um pseudodesenvolvimentismo – ou keynesianismo vulgar – e a elevados casos de corrupção corroboraram para a situação econômica tão desfavorável e para a baixa aprovação do atual governo da presidente Dilma. Mas é possível reverter este quadro mediante políticas de austeridade fiscal e monetárias, investimentos em infratestrura e em tecnologia, maior eficiência e eficácia na gestão pública, maior inserção internacional e, principalmente, a recuperação da credibilidade junto aos agentes econômicos. No entanto, isso demanda tempo hábil e não poderá ser feito com bravatas e pedaladas fiscais, mas sim com ações concretas visando à estabilidade econômica e, possivelmente, ao retorno do crescimento econômico. Caso isso não seja efetuado de maneira sólida e transparente, o governo terá mais uma vitória de Pirro.

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