Santa Maria. É improvável que o bafafá do Piratini tenha influência eleitoral por aqui. Mas..

O DEM está definitivamente fora do governo do Estado, embora tenha o vice-governador eleito e empossado. Nem mesmo um terremoto de proporções mexicanas ou chilenas seria capaz de mudar essa situação. Os demistas estão em desgraça e, embora a política seja dinâmica (reza o mito), ninguém acredita na possibilidade de uma reconciliação – depois dos últimos atos de Paulo Afonso Feijó.

Quer dizer, do Gabinete de Transição a ser anunciado nesta terça, o DEM nem sonha, nem quer, participar. Do secretariado a ser formado depois, como você leu na nota imediatamente anterior, não existe a menor possibilidade de alguma presença demista.

São, digamos, as conseqüências políticas imediatas. Mas há outras. Uma delas em Porto Alegre, onde o PP, diretamente atingido pelo forrobodó, estaria sendo instado a retirar o apoio já formalizado ao DEM e à candidatura de Ônix Lorenzoni, para a prefeitura da capital. Se isso vai acontecer ou não, ainda não se sabe. Mas não é improvável.

Daí porque a pergunta pode sim, ser feita: e em Santa Maria, que tipo de injunção pode se dar a partir do forrobodó que escanteou de vez o DEM do Palácio Piratini? Sim, porque aqui os demistas são figuras fundamentais na aliança que tem PMDB, PP, PPS e… PSDB. Alguém acredita, dada a radicalização estadual, que a governadora e o tucanato estadual exijam o afastamento do PSDB do Frentão Oposicionista, se nele permanecer o DEM? Ou, de outro lado, a direção estadual demista pediria aos locais que se afastassem do restante do grupo?

OPINIÃO CLAUDEMIRIANA: embora este seja o momento em que a emoção se sobressai à razão, não há como municipalizar o imbróglio. E o DEM, embora importante, não é a principal sigla da aliança santa-mariense. E mais: são os demistas exatamente os maiores incentivadores, já na primeira hora, do Frentão. Então, ainda que alguém possa pensar diferente, é muito improvável, para não dizer impossível, que alguma influência objetiva se dê em torno do pleito municipal. Mas, como se sabe, aqui se está falando em política e políticos, e com ambos nem sempre 100 é 100. Pode ser 99. Ou 101.