ELEIÇÕES 2016. Campanhas serão inevitavelmente mais baratas, com fim do financiamento de empresas
Há exatos 45 dias, o sítio publicou a nota que, com base em três fontes, um dirigente partidário e dois profissionais que habitualmente atuam em campanhas eleitorais, se explicava da dificuldade de arranjar o troco necessário para uma campanha majoritária minimamente COMPETITIVA. Coisa de R$ 1 milhão, no mínimo, e já apertando bastante os custos, por conta da retração dos habituais financiadores, seria o montante a ser captado.
Semana passada, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o financiamento de empresas privadas está vetado, sobrando às agremiações e candidatos apenas duas fontes de arrecadação de fundos para a campanha do próximo ano. Um é o Fundo Partidário, montante, aliás bastante apreciável, que cada sigla recebe – parte dos cofres públicos e outro tanto das multas pagas por eleitores e candidatos, seja porque não compareceram às urnas ou em função de penalização da Justiça Eleitoral. A outra forma possível é através de doações de pessoas físicas, limitadas a 10% do rendimento recebido no ano anterior à campanha eleitoral.
Ao mesmo tempo, no caso de Santa Maria, houve a confirmação de que é virtualmente inelegível o vice-prefeito José Haidar Farret. O que, como você leu aqui na manhã desta segunda, na coluna de A Razão, deixou os partidos (do governo e da oposição) DESCONCERTADOS e ainda processando a informação (os oposicionistas) ou, como publicado na madrugada passada, buscando ALTERNATIVAS hoje impossíveis da confirmar (os governistas).
Os três fatos juntos – e ainda os que virão, e hoje são imprevisíveis -, especialmente os dois primeiros, permitem fazer uma afirmação conclusiva, ainda que falte ano e poucos dias para o pleito: a campanha será, no mínimo, muito diferente das mais recentes. Diferente e, na comparação, pobres. Afinal, basta conferir os relatórios de prestação de contas dos candidatos, sejam eles a prefeito ou vereador, para perceber que bem mais da metade dos recursos utilizados vem exatamente do financiamento privado. Que, se vier, será “caixa 2” e passível de impugnação de candidaturas ou até de vitoriosos, a posteriori.
Isso significa campanhas feias? Não necessariamente. Vamos ver quem será capaz de fazer muito com pouco. Clichê? Lugar comum? Claro que sim. O que não quer dizer uma mentira.
Aguardemos!
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