Dizer que há conflitos seria uma demasia. Afinal, o Rede Sustentabilidade está recém se criando em Santa Maria. Mas afirmar que inexiste divisão seria uma mentira deslavada. Afinal, por uma circunstância política, dois grupos bastante distintos entraram ao mesmo tempo no partido de Marina Silva. E eles pensam e têm práticas indiscutivelmente diferentes.
Viraram redistas, praticamente no mesmo momento, militantes oriundos do PSOL, inclusive o presidente da agremiação, Tiago Aires, e petistas ligados a Jorge Trindade, o Jorjão, vereador que se elegeu pelo partido de Lula e Dilma. Não há como não terem divergências. São, em suma, diferentes. E apenas o futuro próximo poderá indicar rumos mais definidos, inclusive de convivência entre as partes.
Por enquanto, a solução foi, digamos, salomônica. Provavelmente por orientação do maior nome do Rede no Estado, hoje, o deputado federal João Derly (eleito pelo PC do B), que esteve na cidade sexta-feira, os integrantes da Coordenação Provisória foram nomeados aos pares. Para cada cargo, dois. Um de cada lado.
Quer saber quem foi indicado e perceber a dualidade? Basta conferir a nota publicada na página do Rede Sustentabilidade em Santa Maria no Feicebuqui. A seguir, na íntegra e com os nomes:
“Os militantes da Rede Sustentabilidade estiveram reunidos na noite de sexta-feira, dia 23 de outubro, para a formalização do coletivo e nomeação dos coordenadores municipais.
A formalização do partido em Santa Maria contou com a presença do deputado federalJoão Derly e membros da direção estadual.
Ficou definido como coordenação municipal os seguintes nomes:
Porta-vozes: Tiago Aires e Juliana Muller
Coordenação executiva: Alidio da Luz e Astrogildo da Silveira
Coordenação organizativa: Alvaro Spironello e Marcelo Trindade
Coordenação de finanças: Bruno Abrão e Jobson Frassão
Coordenação de comunicação: Leandro Martin e Ivar Floriano.”
Divisão, isolamento, manipulação, são práticas estalinistas, da esquerda???
Acho que algumas pessoas esquecem de ler notícias sobre como anda o PSDB gaúcho, que tem um "imperador" que manda e desmanda na legenda.
Sabe de nada, inocente!
Esquerda "highlander": "só pode haver um" grande líder. Stálin inaugurou a prática, Castro também expurgou alguns "cumpanheiros revolucionários", só que mandar gente para o paredão está fora de moda apesar do discurso de alguns. Prática atual é alienar/isolar dentro do partido, impor decisões.
Rede é uma tentativa de tirar a esquerda do atraso no país e incluir a pauta ambiental na discussão, pelo menos é o que se anuncia. Espera-se que as práticas mudem.
Divisão não é tão evidente para quem olha de fora, apesar de (ao menos na aparência) existir muita gente torcendo para que aconteça.