POLÍTICA. Uma leitura diferente da pesquisa Ibope: a metade dos eleitores brasileiros rejeita todos os nomes
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Interessante abordagem, que foge um pouco do habitual “quem é rejeitado”, “quem é querido, normalmente utilizada pelos editores (sim, ninguém é imparcial, como você já se acostumou a ler deste escriba) para puxar a brasa ao assado que convém ao veículo que serve ou, mesmo, à própria opinião do profissional. Não, não é crime – exceto quando escondido.
Bueno, ao que interessa: vale conferir a reportagem dee Cintia Alves, no jornal eletrônico GGN, reproduzida no portal do jornalista Luis Nassif. Acompanhe e, depois, tire tua conclusão. A seguir:
“Manchete correta para Ibope é: metade dos eleitores rejeita todos os candidatos
Análise da pesquisa Ibope divulgada pelo Estadão na segunda-feira (26) sentenciou: Lula perdeu condições de assegurar sua eleição em 2018, pois saltou sua rejeição e caiu o número de eleitores que diziam que com certeza votariam no petista na próxima disputa presidencial.
Nesta terça (27), com todos os jornais destacando que os negócios do filho de Lula é alvo da Operação Zelotes, o Estadão não se conteve e noticiou, em seu portal, que o petista é, ainda de acordo com a mesma pesquisa Ibope, o mais rejeitado entre Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio Neves, todos do PSDB.
Mas segundo o relatório do Ibope, a melhor leitura para essa nova sondagem, que contrapõe potencial de voto com rejeição, é que “metade dos eleitores rejeita” todos os presidenciáveis colocados na pesquisa.
A pergunta feita pelo Ibope foi se cada um dos postulantes receberia com certeza, poderia receber ou não receberia de jeito de nenhum o voto do entrevistado. Alguns abraçaram mais de um candidato. Outros rejeitaram a maioria ou todos. E teve também quem não soube responder por indecisão ou desconhecimento sobre o político. Logo, as somas não chegam a 100%.
De qualquer forma, considerando a margem de erro de dois pontos percentuais, Lula (descartado por 55% dos entrevistados) é tão rejeitado quanto Alckmin (52%), Serra (54%) e Ciro (52%), ao contrário do que disse o Estadão. Apenas Aécio e Marina, derrotados na corrida contra Dilma Rousseff (PT), aparecem em patamar inferior de rejeição: 50% dizem que não votariam de jeito nenhum na mentora da Rede, e 47% não consideram Aécio uma opção.
Alckmin e Ciro, que aparecem pela primeira vez na pesquisa, ainda são desconhecidos por uma parte considerável do eleitoral. Cerca de 24% desconhecem o pedetista e 16%, o governador de São Paulo.
Serra vive um ocaso, ressurgindo na mídia apenas quando lhe convém. Tanto que o número de eleitores que dizem não conhecer o senador o bastante para avaliar se votariam ou não nele para presidente saltou de 9%, em março de 2013, para os atuais 11%. Outro ponto destacável é que, ao contrário dos demais potenciais candidatos, Serra sempre surfou na onda dos 50%, em média, de rejeição…”
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Truquezinhos baratos da mídia chapa branca. Lula sério, Ciro neutro, Marina rindo, Serra com cara de "a vaca foi pro brejo", Alckmin com cara de quem chupou jiló e Aécio com cara de "vou ferrar vocês". Fotos antigas, todo mundo está mais velho do que aparece aí.
Pesquisa é sempre um problema e um retrato do momento. Projeções para crescimento do PIB para 2016 já foram -1%, estavam em 2% e já tem muita gente falando em -3%. Números irão mudar.
Leitura da rejeição é possível, melhor seria fazer outra pesquisa para ter certeza.
Guatemala elegeu um comediante para presidente, na Argentina o segundo turno é entre dois candidatos que já ocuparam cargos eletivos mas não são oriundos da classe política, primárias republicanas americanas são "ponteadas" por dois outsiders.
Galera descobre que trocar seis por meia dúzia na eleição não resolve, para mudar é preciso encontrar novos atores. Ou o "mais do mesmo" acaba de forma controlada, ou de forma atabalhoada, é só escolher.