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CÂMARA. Cassação de Maciel é iminente. É o que aponta levantamento publicado pelo jornal “A Razão”

Por FABRÍCIO MINUSSI (texto) e DEIVID DUTRA (foto), no jornal A Razão

Mesmo se não for cassado, Maciel diz que irá renunciar

…O vereador João Carlos Maciel (PMDB) disse em entrevista na noite desta quarta-feira para A Razão que confia nos vereadores da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) para que votem a favor de relatório aprovado por Comissão Processante, que recomenda o arquivamento de duas denúncias de quebra de decoro. O parecer será votado pelos 21 vereadores que participam da sessão plenária desta quinta-feira.

Maciel disse que estará presente à Sessão Plenária marcada para iniciar às 15h, quando será substituído pelo vereador suplente Isaias Romero (PMDB). Ele também revelou que mesmo que seu mandato seja eventualmente mantido, que irá renunciar ao cargo na primeira sessão, após o fim do recesso, em fevereiro de 2016, encerrando uma carreira política marcada por votações extraordinárias em dois pleitos e processos judiciais.

“Vou aguardar e somente aguardar”, afirmou Maciel. O vereador disse não acreditar que a bancada do PT irá votar pela sua cassação. “Tive broncas homéricas com o meu partido, o PMDB, quando optei fazer campanha para o deputado federal Paulo Pimenta (PT) e quando articulei para a aprovação das contas do deputado estadual Valdeci Oliveira. Numa hora dessas a gente pede que a bancada reveja a sua posição. Comprei uma briga com o mau partido apoiando uma sigla de oposição”, pontuou Maciel, após ser informado sobre levantamento realizado por A Razão na tarde desta quarta-feira, que indicou que 15 dos 21 vereadores votarão pela reprovação do relatório, culminando com a sua cassação.

Maciel esteve na Câmara, na tarde desta quarta-feira, propondo à Mesa Diretora uma articulação pela aprovação do relatório da Comissão Processante. Em troca, renunciaria ao mandato após o recesso. O que não foi aceito. “Fiz isso para não haver constrangimento e para mostrar que meu trabalho independe da política”, explicou Maciel.

Maciel quer manter o mandato. E, nesse caso, renunciaria na volta do recesso de verão
Maciel quer manter o mandato. E, nesse caso, renunciaria na volta do recesso de verão

15 votam pela cassação

A Razão colheu o voto de 20 dos 21 vereadores que participam da sessão desta quinta-feira. Quinze anteciparam que votarão contra o relatório que pede o arquivamento das denúncias contra Maciel. Confira as manifestações.

Anita Costa Beber (PR)

“Voto pela cassação. Chega de acobertar. Já estamos cheio disso tudo.”

Daniel Diniz (PT)

“Voto contra o relatório. Não podemos avaliar a conduta do vereador em cima desse trabalho.”

Werner Rempel (PL)

“Houve quebra de decoro. É isso que estamos analisando. Voto contra o relatório.”

Marcelo Bisogno (PDT)

“Meu voto tem amparo jurídico e das executivas municipal e estadual do Partido. Voto contra o relatório.”

Admar Pozzobom (PSDB)

“Sou autor de uma lei contra a corrupção. Pauto o meu mandato ouvindo o mei eleitor. Voto contra o relatório.”

Dra.Deili (PTB)

“Voto contra o parecer do relator. Analisamos todo o processo e encontramos fatos que caracterizam a falta de decoro.”

Luciano Guerra (PT)

“A decisão é do diretório e do partido e estaremos votando contrário ao relatório. Houve a quebra de decoro.”

Luiz Carlos Fort (PT)

“Voto com a bancada, mas não irei emitir juízo o caso”.

Jorge Trindade (Rede Sistentabilidade)

“Não podemos ser coniventes. Vamos votar contra o relatório.”

Sandra Rebelato (PP)

“Minha formação me impede de ser favorável ao relatório. Não tenho como aprová-lo.”

Tavores Fernandes (DEM)

“Sou contrário ao pedido de arquivamento. Há provas suficientes quanto às denúncias.”

João Chaves (PSDB)

“Voto contra o relatório. Não posso ir contra a minha consciência e contra tudo aquilo que defendo.”

*Isaias Romero (PDB)

“Voto contra o relatório. Meu voto será pela cassação do vereador. Não tolero corruptos.”

Ovidio Mayer (PTB)

“É desagradável, mas voto contra o relatório. Houve quebra de decoro.”

João Ricardo Vargas (PSDB)

“Minha vida toda foi pautada na ordem e na lei. Seria incoerência da minha parte votar a favor do relatório.”

Manoel Badke (DEM)

“Não mudo uma vírgula. Meu voto é pelo arquivamento do processo.”

João Kaus (PMDB)

“Vou votar pelo relatório, pois entendo que o fato foi na legislação passada e devido às contradições entre a denúncia e o processo.”

Sérgio Cechin (PP)

“Minha posição está formada. Meu voto será anunciado antes da sessão.”

Marta Zanella (PMDB)

“Tenho minha posição formada, mas só revelo amanhã (quinta-feira).”

Cezar Gehm *(PMDB)

“Tenho a minha convicção. Minha vida é pautada na ética, moral e bons costumes, mas só abrirei minha posição nesta quinta-feira.

Paulo Denardin (PP)

A Razão não conseguiu ouvir o vereador, que votou a favor do relatório na Comissão Processante.

*Isaias Romero assume como suplente do vereador Maciel para a votação do relatório.

“Tropa de choque” em ação

O caso Maciel foi o principal assunto em pauta durante toda a quarta-feira, na Câmara de Vereadores. A “tropa de choque” formada pelos vereadores peemedebistas Cezar Gehm (líder do governo) e Marta Zanella, ambos do PMDB, tiveram muito trabalho no sentido de tentar articular votos necessários à manutenção do mandato de Maciel. Trabalho que também teve a atuação nos bastidores da secretária de Município de Habitação e Regularização Fundiária, Magali Marques da Rocha. O próprio prefeito Cezar Schirmer (PMDB) também buscou se atualizar sobre a situação.

No entanto, ao final da tarde, após uma última reunião entre Gehm e Marta, o semblante de ambos era de condição sacramentada. “Vamos nós reunir novamente com os vereadores na manhã desta quinta-feira e durante à tarde, antes da sessão”, disse Gehm, que não escondia a frustração diante do quadro que antecede a sessão que terá na ordem do dia, tão somente, a votação do relatório aprovado por unanimidade pela Comissão Processante, que teve como integrantes o relator Manoel Badke (DEM) e os vereadoras Paulo Denardin (PP) e João Kaus (PMDB).

De acordo com o procurador Geral da Câmara, Glauber Rios, antes da votação, cada vereador poderá utilizar a tribuna para 15 minutos de manifestação. Já o vereador Maciel e seu advogado, Robson Zinn, poderão usar a tribuna para manifestação pelo período de duas horas.

Indiciado também por crime eleitoral

A Polícia Federal (PF) confirmou nesta quarta-feira que Maciel foi indiciado, na semana passada, por crime eleitoral. O vereador foi enquadrado no artigo 299 do Código Eleitoral, no caso dos medicamentos encontrados na sede de seu projeto social, durante as diligências da Operação Medicaro. Segundo entendimento do delegado Tiago Welfer, após oitiva de testemunhas e provas materiais, Maciel teria recebido vantagens para conseguir votos, mediante o fornecimento de medicamentos, alguns de uso controlado. O relatório final do inquérito está sendo concluído e será remetido ao Ministério Público Federal (MPF), que poderá oferecer denúncia, solicitar mais diligências ou arquivar o caso. Durante as investigações, a PF apreendeu um fichário com nomes de pessoas que, supostamente, teriam recebido medicamentos através do programa social do vereador em troca de favores políticos. Caso seja julgado e condenado, Maciel poderá pegar até quatro anos de prisão. O vereador já foi indiciado por tráfico de drogas, ao ser preso, em flagrante, na sede de seu projeto social, com os medicamentos. No entanto, essa investigação não possui qualquer relação com a Operação Medicaro. O alvo da diligência, na ocasião, eram os advogados que trabalhavam no programa social de Maciel. O vereador nega as imputações, discorda com a visão da investigação, que não considera o cunho social da iniciativa de seu projeto.”

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