KISS. Para Hoffmann, ‘fogos de artifício e a omissão das autoridades’ foram as principais causas da tragédia
Foi ouvido na tarde passada, em Porto Alegre, o ultimo dos quatro réus do processo criminal da Kiss, Mauro Hoffmann, um dos sócios da boate. Antes, em Santa Maria, já haviam prestado depoimento os outros denunciados: o também sócio, Elissandro Spohr, o Kiko, e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, o primeiro vocalista e o segundo produtor de palco, da banda Gurizada Fandangueira. Os três, por sinal, presentes à audiência da capital.
Hoffmann, como registra o reporter Maurício Tonetto, do jornal Zero Hora, falou por mais de cinco horas e direcionou as causas da tragédia que provocou a morte de 242 jovens, ao “uso de artefatos explosivos pela banda Gurizada Fandangueira e à omissão das autoridades que fiscalizaram a casa noturna, principalmente o Ministério Público”.
Para ler a íntegra da reportagem de Tonetto, acesse a versão online de ZH (AQUI, se você for assinante ou não tiver esgotado a quota mensal de 10 notas gratuitas). Ou então confira o material abaixo, produzido pelo G1, o portal de notícias das Organizações Globo. As fotos são de Fabrício Minussi, do jornal A Razão (acima) e de Reprodução (abaixo).
Em tempo: agora, as partes farão suas alegações finais e, aí, a palavra estará com o juiz Ulysses Louzada, presidente do processo, que decidirá se os réus vão a júri popular ou não. Em qualquer circunstância, acredita-se que haverá recurso. Acompanhe:
“Sócio da Kiss cita fogos de artifício como principal causa do incêndio…
… Durante o depoimento, que iniciou às 13h50, o empresário salientou que sua “linha de defesa é falar a verdade”. Disse que já tinha visto diversos shows da banda Gurizada Fandangueira no Absinto Hall, outra casa noturna que ele gerenciava, também em Santa Maria, Região Central do Rio Grande do Sul. Entretanto, relatou que nunca viu fogos, shows pirotécnicos. “Se tivesse, eu saberia.”
Na noite do dia 27 de janeiro de 2013, o vocalista da banda, Marcelo de Jesus dos Santos, usou um artefato pirotécnico dentro da Boate Kiss. As chamas atingiram o foro, que se alastraram pela casa noturna. Em seguida, uma fumaça tóxica se espalhou pelo ambiente. Devido ao fogo e a fumaça, houve correria e pânico de pessoas que tentavam sair do local. Como consequência, 242 morreram e mais de 600 ficaram feridos.
Questionado pelo juiz se sabia o que tinha motivado o incêndio na casa noturna, o empresário reforçou o uso do artefato. “Foi o fogo de artifício inadequado para uso em ambiente interno. Sem o fogo, não estaríamos aqui nessa situação.”
Ao ser questionado sobre a lotação da Boate Kiss, Hoffmann disse que “nunca” acompanhou esse número. “Sempre o que foi passado eram 800 pessoas. No meu tempo de Kiss, um ano, entrei (como sócio) em dezembro de 2011, só duas vezes na contabilidade a boate fez mais de mil pessoas no giro, a noite toda, no total.”
O empresário informou ainda que no Absinto a capacidade máxima variava entre 800 a 850 pessoas. E comparou ainda as duas boates. “A Absinto era diferente da Kiss. A Kiss tinha rotatividade maior, era uma balada do Centro. Como as pessoas sabiam que lá tinha rodada de dupla às duas da manhã, as pessoas iam lá, apresentavam carteirinha de estudante do DCE e entravam grátis, bebiam e saíam. Tinha uma rotatividade muito grande.”…
… Após mais de 4 horas de interrogatório, o empresário reafirmou que o incêndio na casa noturna foi provocado pelo uso de artefato pirotécnico na casa noturna. “Uma criança de dez anos sabe que não pode entrar dentro de casa e acender um rojão.”
Durante os questionamentos da acusação, o empresário relatou que pagou R$ 200 mil à vista pela participação na casa noturna e parcelou o restante em R$ 25 mil mensais. “O negócio em si era um ótimo negocio. Em 18 meses eu tiraria o investimento que fiz. Era o prazo que eu precisava para montar um outro investimento. A Kiss, até o dia do fato, era um ótimo negócio”, falou.
Hoffmann é questionado sobre quando costumava visitar a Kiss. “Nas quintas feiras, por volta da 1h. Dependia, não tem uma sequência”. Observou que a boate neste dia era “ótima”, e que estava sempre cheia. O réu afirmou que faturava 20 mil por mês com a Kiss.
Durante o interrogatório, o empresário é cobrado se, hoje, teria interferência para retirar as barras de saída, aumentar portas e retirar as espumas. “”Hoje, não só eu, qualquer um de nós faria. Falar hoje é muito fácil. Hoje não teria barra, espuma. Depois do fato é muito fácil….”
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Quer dizer que a culpa é dos outros? Sendo assim é fácil ganhar dinheiro encima de coisas desleixadas. Estas mortes e dores não podem encobrir o desleixo d empurra.