Por RENATO ROVAI (*)
Nos últimos dias vários artistas contrários ao impeachment como Wagner Moura e Chico Buarque foram atacados na rede e em veículos de comunicação por terem usado ou tentado usar o instrumento da Lei Rouanet para realizar seus projetos.
O mais grave é que o ataque, em alguns casos, foi patrocinado por gente que usa a lei de forma abusiva.
O blogue, que não gosta de caça as bruxas, decidiu, porém, fazer a prova dos nove e verificar como se comportam em relação à Rouanet alguns que apoiam o impeachment. Dê uma olhada na lista abaixo e você vai se surpreender.
O Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC) e a Fundação iFHC captaram um total de mais de R$ 14 milhões para realização de três projetos.
O mais recente, “Fundos Documentais do Acervo Presidente FHC: descrição e difusão”, teve aprovação para captação de mais de R$ 6,2 milhões e realizou captação de R$ 2,2 milhões.
A Fundação Roberto Marinho é um dos maiores captadores da história da Lei Rouanet. Ela teve quarenta projetos propostos pela instituição e realizou captação total de mais de R$ 178 milhões.
Atualmente, a Fundação tem um projeto aprovado para captação: “CAZUZA mostra sua cara – itinerância”, no valor de R$ 2,7 milhões.
Por meio da empresa Moeller & Botelho Produções Artísticas Ltda, o diretor Claudio Botelho, que recentemente brigou com a platéia por atacar Dilma Rousseff num espetáculo em homenagem a Chico Buarque, realizou quatro projetos, num total de mais de R$ 20 milhões aprovados e R$ 8 milhões efetivamente captados.
Claudio Botelho ainda consta na ficha técnica de no mínimo outros 24 projetos incentivados pela Lei Rouanet, somando uma aprovação de quase R$ 74 milhões e captação de quase R$ 45 milhões.
Atualmente, há três projetos da Moeller & Botelho Produções Artísticas Ltda aprovados para captação, somando autorização de mais de R$ 16 milhões.
O Jota Quest, outro grupo que adora atacar o governo e a presidenta da República, está envolvido em sete projetos apresentados à Rouanet. “No Estúdio com o Jota Quest” realizou captação de R$ 1,4 milhão. E o “Turnê Jota Quest 20 anos”, de mais de R$ 3 milhões, está em processo de análise.
O ator Marcelo Serrado, militante pró-impeachment, está envolvido em três projetos apresentados à Rouanet. “É o que temos pra hoje!” realizou captação de R$ 478 mil. “Vilões de Shakespeare” está autorizado a captar quase R$ 800 mil.
Juliana Paes, outra militante anti-governo, vai estrelar o espetáculo “Garota de Ipanema, O Musical”, da Aventura Entretenimento Ltda., que captou R$ 6,4 milhões.
Susana Vieira está na ficha técnica do projeto “Looped”, da Escola de Atores Wolf Maya Ltda, autorizado a captar R$ 890 mil.
Marcio Garcia está na ficha técnica do projeto “Audiolivro Narizinho Arrebitado, de Monteiro Lobato”, autorizado a captar R$ 740 mil.
Malvino Salvador está na ficha técnica da comédia teatral “Irmãozinho Querido”, da Marinho de Oliveira Produções Artísticas Ltda, que teve projeto aprovado em R$ 2,1 milhões.
Lobão (ele, sempre ele) já teve o projeto “Acervo Cultural – Gravação do DVD Lobão Elétrico e Shows de Lançamento” aprovado em R$ 1,9 milhão, mas recuou e formalmente desistiu de seu direito de captação. Parece que não conseguiu quem o patrocinasse.
Ou seja, aqueles que perseguem artistas que são contra o golpe e que usam a lei Rouanet topam discutir o assunto seriamente?
Esses artistas e instituições que foram citados acima topam debater o tema e defender seus colegas que são covardemente atacados?
Ou vão ficar fazendo de conta que eles são bandidos e que defendem o governo por conta de algo absolutamente legal?
Um pouco de seriedade a essa gente não faria mal algum.
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(*) Pedro Rovai é editor da Revista Forum e o artigo foi originalmente publicado no portal BR247
O nome do autor é Pedro ou Renato?
Todo o argumento do artigo cai com uma ou duas frases. “Projeto aprovado para captação” e “Lobão desistiu porque não achou quem patrocinasse”.
Chico? Explique isto:
https://www.youtube.com/watch?v=aA0IY_BqliA