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ELEIÇÕES. O “fator Farret”, que deu tchau ao PP e embolou meio campo governista. Oposição na espera

Decisão totalmente inesperada, tornou José Farret o personagem do momento, no cenário pré-eleitoral (foto Gabriel Haesbaert/A Razão)
Decisão totalmente inesperada, tornou José Farret o personagem do momento, no cenário pré-eleitoral (foto Gabriel Haesbaert/A Razão)

Regularmente, este editor tem produzido avaliações da conjuntura, especialmente em relação ao processo pré-eleitoral que vive a política local. Na última, há três semanas (confira os linques para todos os textos, lá embaixo), já se poderia antecipar que o PP era o “diferente” na relação governista e que poderia melar o acordo de cúpula, Palácio Piratini e Palacete da SUCV incluídos, por conta da reação de sua base à possibilidade de apoiar Fabiano Pereira, do PSB, à sucessão de Cezar Schirmer.

Mas não estava na conta de ninguém (e se alguém disser o contrário estará mentindo) o que ocorreu na semana passada, com um desfecho absolutamente exótico para a crise de relacionamento de quase cinco décadas entre José Farret e seu partido. O vice-prefeito simplesmente pediu o boné,  SE_MANDOU e ninguém sabe como agirá a partir de agora. Inclusive porque sua filha, Daniele, é candidata à Câmara pelo PP e, fazendo campanha para ela, na pior das hipóteses não poderá pedir votos para candidato a prefeito de outra sigla.

Diante desse quadro, digamos, quase bizarro, como é possível avaliar o que está acontecendo, neste mês que, diz-se, tudo (ou quase) se decide? Qual o cenário do momento, diante do inusitado da semana passada? Vamos, ao menos, tentar ver o que está ocorrendo, de antemão dizendo que embolou completamente o meio campo do governismo.

1) O CHAPÃO governista está por um fio. Aliás, a rigor, na forma como foi concebido, deixa de existir. Será, no máximo, a manter-se a situação atual, a “chapa” governista. Fabiano Pereira segue como candidato a prefeito. Seu vice deve sair do PMDB, se este também se mantiver ao lado (do contrário, nem chapa haverá), podendo ser Tubias Calil ou Silvana Guerino, com mais chances para o primeiro. O PTB, amarrado ao prefeito Cezar Schirmer, deve compor. E talvez algumas siglas menores se juntem, mas é bom não contar muito com o PSD, que está pensando mesmo é em eleger um vereador e talvez a hipótese governista não seja a melhor.

2) O PEEMEDEBISMO está dividido, ao contrário do PP (que, noves fora Farret, não quer mesmo saber de aliança com o PSB e discute possibilidades com o próprio PMDB ou outras siglas). Schirmer tem a posição predominante, pró-acordo com Fabiano. Mas, sem o PP, isso pode se complicar, na medida em que a competitividade pode ficar comprometira.  Identificam-se apoios fortes à candidatura pepista de Sérgio Cechin, eventualmente propondo uma inversão da chapa, e também a Jorge Pozzobom – hipótese rechaçada com tanta firmeza pelo grupo do prefeito que, na hipótese de se concretizar, até uma saida à Farret poderia ser cogitada. Certo, meeesmo, é que uma adesão ao PSB não será inteira. Vai a alma, talvez, mas o corpo nem todo. A conferir.

3) A COSTELA DO governismo, o PDT, incrivelmente parece ser a que mais adiantada se encontra no processo de formação de candidaturas. A dobradinha Marcelo Bisogno/Ewerton Falk não só está confirmada, como prepara o plano de governo, sob a coordenação do segundo. Já fechou com o pequeno PROS, a quem cederá quatro vagas na aliança proporcional, e vai em busca de mais apoio, tendo como alvo prioritário, embora não único, o PSD de Marion Mortari.

Valdeci e Pozzobom (em sessão da Assembleia) fazem seus movimentos. Mas esperam pelo que acontecerá no bloco do governismo (foto Divulgação)
Valdeci e Pozzobom (em sessão da Assembleia) fazem seus movimentos. Mas esperam pelo que acontecerá no bloco do governismo (foto Divulgação)

4) E O RESTANTE da oposição? Considerando o PPL de Werner Rempel na oposição, ele está tranquilo. Parece bem encaminhado o apoio de uma outra costela governista, representada pelo DEM de Manoel Badke e Rodrigo Menna Barreto, e estaria de bom tamanho para a aliança que disputará Prefeitura e Câmara.

Também parece distante da briga, e põe distante disso, o PSOL de Alcir Martins, que ainda discute (sim, a Esquerda-Esquerda debate infindavelmente) a coligação com os parceiros PSTU e PCB. Da mesma forma, ainda que do lado direito, quem faz uma de “nem te ligo” é o PR de Anita Costa Beber, que pode virar a vice de Paulo Ceccim, um “outsider” na disputa de outubro.

Não é beeem assim, no entanto, o que acontece com dois dos principais protagonistas do pleito. No caso, PSDB e PT. Ambos parecem ficar à espera do que vai acontecer no governismo. No caso dos tucanos de Jorge Pozzobom, a ideia (não confessada) é ver se sobra algo bom pelo caminho. Por exemplo, o PP. Há quem não tenha desistido de uma aliança. A conferir. Já os petitas de Valdeci Oliveira, que discutem e devem fechar com o PC do B, almejariam, quem sabe, conquistar o PSD, alem de amealhar o apoio de outras siglas menores (como também ocorre no PSDB).

Por enquanto, no entanto, parecem felizes com o fato de os holofotes estarem sobre PMDB, PP e PSB. Ganham tempo para costuras em direção ao futuro. Enfim, estão “na encolha”. Vai que consigam, nessa confusão toda, aumentar de tamanho. É improvável. Mas eles já não são pequenos, o que lhes garante pelo menos uma condição privilegiada na largada. Quando ela acontecer.

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2 Comentários

  1. Acho que nesta historia quem se apequenou foi o PP, pois sem Farret, vai ter que correr muito para eleger um vereador, mais para quem não acredita só resta esperar o mês de outubro.

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