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TRABALHO. Bancários indicam greve. Início no dia 6

No ano passado, movimento paredista durou três semanas. Agora, ninguém sabe. Mas a proposta dos banqueiros é considerada “ridícula”
No ano passado, movimento paredista durou três semanas. Agora, ninguém sabe. Mas a proposta dos banqueiros é considerada “ridícula”

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Bancários

A Campanha Salarial 2016 dos bancários chegou a um momento decisivo. Após quatro rodadas de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs nesta segunda (29) reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil.

“A proposta é ridícula e, de novo, vai nos levar para a greve”, analisa o diretor do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região, Marcello Carrión.

A Fenaban ficou de apresentar nesta terça-feira (30), às 14h, em São Paulo, a resposta global das reivindicações, mas, segundo os banqueiros, “sem alterar o modelo de reajuste econômico apresentado”.

O Comando Nacional dos Bancários aprovou um calendário de lutas e orienta as Federações e Sindicatos a convocar assembleias de avaliação da proposta para o dia 1º de setembro, e caso seja rejeitada, indicativo de greve a partir do dia 6, com assembleia organizativa no dia 5 de setembro.

A categoria reivindica reajuste de 14,78%, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, fim da terceirização, defesa das empresas públicas e contra a perda de direitos.

O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos nos bancos.

Confira abaixo a proposta completa dos bancos e as reivindicações dos bancários:

Proposta dos bancos 

– Reajuste de 6,5% (representa perda de 2,8% para os bancários em relação à inflação de 9,57%).
– Abono de R$ 3.000,00 (parcela única, não incorporado aos salários).
– Piso portaria após 90 dias – R$ 1.467,17.
– Piso escritório após 90 dias – R$ 2.104,55.
– Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.842,96 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
– PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.153,21, limitado a R$ 11.550,90. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.411,97.
– PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.306,41.
– Antecipação da PLR – Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 02/03/2017. Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.291,92, limitado a R$ 6.930,54 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.153,21.
– Auxílio-refeição – R$ 31,57.
– Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 523,48.
– Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 420,36.
– Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 359,61.
– Vale-Cultura R$ 50 (mantido até 31/12/2016, quando expira o benefício).
– Gratificação de compensador de cheques – R$ 163,35.
– Requalificação profissional – R$ 1.437,43.
– Auxílio-funeral – R$ 964,50.
– Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 143.825,29.
– Ajuda deslocamento noturno – R$ 100,67.

Principais reivindicações dos bancários 

– Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.
– PLR: 3 salários mais R$ 8.317,90.
– Piso: R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
– Vale alimentação no valor de R$ 880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
– Vale refeição no valor de R$ 880,00 ao mês.
13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês.
– Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
– Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
– Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas.
– Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
– Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

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