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CAMPANHA. O que falaram os oito candidatos a vice. Emoção e ideias sobraram nas duas horas de debate

a razão debate dos vicesCobertura de JOSÉ MAURO BATISTA, JOYCE NORONHA e DEIVID DUTRA (foto), em A Razão

Com foco em reforçar propostas já apresentadas e fortalecer seus companheiros de chapa, os candidatos a vice apresentaram um debate empolgante na manhã de sexta-feira (16) no auditório da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços. Veja abaixo, pela ordem de apresentação, que foi definida por sorteio no primeiro bloco do embate, o que defenderam os postulantes a vice.

ISRAEL TISCHLER (PSOL), candidato a vice de ALCIR MARTINS, do PSOL

O candidato buscou “nacionalizar” o debate no sentido de defender uma candidatura de vertente classista, de esquerda, que tem como meta governar para os trabalhadores, mulheres, jovens, negros, índios e público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). “Temos um projeto para quem vive a cidade, para quem, como eu, pega ônibus lotado, que não tem plano de saúde e que não tem áreas de lazer”, disse o candidato, convocando para um “Fora Temer!”. Em nível municipal, a intervenção mais marcante do representante do PSOL foi feita durante uma pergunta elaborada ao candidato do PPL, Eduardo Crisóstomo. Tischler questionou qual a proposta de tributação de impostos para os santa-marienses no projeto de governo do PPL. Depois de ouvir a resposta do adversário, Tischler disse que os concorrentes defendem a cobrança de impostos dos “pobres” e afirmou que o PSol tem uma proposta de tributação maior de quem tem mais, por meio de uma taxação progressiva. “Os ricos têm que pagar essa conta. Com a taxação progressiva será possível a tarifa zero no transporte coletivo”, afirmou.

HELEN CABRAL, candidata a vice de VALDECI OLIVEIRA, do PT

A candidata, que é professora municipal e foi vereadora e candidata a prefeita, se posicionou como oposição aos governos federal, estadual e municipal, procurando enquadrar dois adversários (Magali Marques da Rocha, do PMDB/PSB; e Sérgio Cechin, do PP/PSDB) como representantes do atual governo federal, do governo Sartori e do governo municipal. Helen bateu forte no governo Schirmer/Farret, afirmando que o prefeito do partido de Magali deixou a Prefeitura para o representante do partido de Cechin. “Vocês são governo. Não estão preparados para governar Santa Maria”, disse. A petista lembrou também o debate de 2012 e acusou o ex-prefeito Cezar Schirmer de ter prometido “um caminhão de promessas, a cidade da fantasia”. “Se já não fizeram, como vão fazer? Esse governo desmontou a Estratégia da Saúde da Família, prometeu informatizar a saúde e as pessoas estão morrendo nas filas”, enfatizou. Também foi a única candidata a falar sobre a tragédia da Kiss, que, segundo ela, ocorreu por omissão do então prefeito Schirmer e de sua administração. A candidata sempre fez referência ao candidato Valdeci Oliveira, ex-prefeito, que, segundo ela, “foi o melhor prefeito que Santa Maria teve nos últimos 158 anos”.

EWERTON FALK (PDT), candidato a vice de MARCELO BISOGNO, do PDT

O candidato a vice do PDT se apresentou como empresário e ex-professor universitário, com especialização em gestão. Para o candidato pedetista, Santa Maria não precisa buscar fora os talentos que tem no município e deve priorizar os empreendimentos locais. “Em gestão não existe copiar e colar. A primeira coisa é azeitar a máquina pública”, afirmou. Falk posicionou a chapa do PDT como oposição e ressaltou que ele e Bisogno terão “um olhar diferenciado” para as questões da cidade. No plano de governo há a previsão de uma estrutura com 16 secretarias e a criação de um grande conselho para discutir os problemas da cidade e encaminhar soluções. O candidato também demonstrou preocupação com as finanças municipais, pois, segundo ele, o orçamento do município terá um déficit de quase cem milhões de reais. E reiterou, mais de uma vez, que Santa Maria precisa de um projeto de desenvolvimento que priorize as ações e iniciativas locais.

SÉRGIO CECHIN (PP), candidato a vice de JORGE POZZOBOM, do PSDB

O candidato, que é professor de matemática e engenheiro civil, enfatizou tanto sua experiência profissional como seu currículo político, com seis mandatos de vereador e um de vice-prefeito. E ressaltou que ele e o candidato a prefeito, Jorge Pozzobom (PSDB), vão somar suas experiências. “Somos a renovação. Vou aliar minha experiência à juventude do Jorge. O Jorge é jovem, ousado, focado, motivado”, destacou. O candidato teve a oportunidade de explicar uma das propostas de campanha, a instalação de cercamento elétrico nas rotas de fuga da cidade. Segundo Cechin, serão instaladas câmeras de videomonitoramento em áreas como rodovias estaduais e federais. Esses equipamentos terão um sistema que informará a Brigada Militar se, por exemplo, alguém entrar na cidade com um veículo roubado. O candidato evitou críticas diretas à administração municipal, que tem a participação do PP, mas se posicionou como oposicionista. Diante de uma afirmação de que o atual prefeito ainda é do PP, ele disse que José Haidar Farret não é mais filiado ao partido.

MAGALI MARQUES DA ROCHA (PMDB), candidata a vice de FABIANO PEREIRA, do PSB

A professora aposentada também destacou sua trajetória de vereadora por três mandatos e sua passagem pela Prefeitura como chefe de Gabinete e secretária de Habitação. Durante suas intervenções, ressaltou que ela e Fabiano formam uma chapa que une experiência para administrar Santa Maria. Quando questionada sobre a municipalização da Corsan, respondeu que defende um debate “mais amplo” com a Corsan para que o lucro que a companhia ganha em Santa Maria fique na cidade. Ela também destacou o incentivo à industrialização, destacando que o plano de governo prevê o asfaltamento de um eixo do Distrito Industrial por ano, de forma a concluir a pavimentação da área em quatro anos de governo. Também destacou a proposta de abrir pelo menos quatro postos de saúde à noite, no chamado terceiro turno. Quando questionada sobre a situação da saúde na cidade, a candidata garantiu que o governo atual informatizou 90% da saúde. Por fim, afirmou a eleição direta em escola, atribuída ao governo de um adversário, já existia em 1989, no governo Evandro Behr.

EDUARDO CRISÓSTOMO (PPL), candidato a vice de WERNER REMPEL, do PPL

Militar da reserva, o candidato enfatizou sua experiência na fiscalização e execução de obras do Exército no país e na Secretaria de Obras de Caçapava do Sul. Crisóstomo também “nacionalizou” o debate, principalmente questionando as outras candidaturas sobre como administrar Santa Maria com poucos recursos. “Qualquer prefeito vai ter que estar preparado. Eu e o Werner estamos preparados para fazer muito, com pouco”, afirmou. O candidato também expôs a proposta para a área da saúde, principal bandeira de Rempel, que é a criação de uma Fundação Municipal. Segundo ele, será a alternativa para a saúde, que na sua visão, terá sérios problemas. Crisóstomo também disse que a base do plano de governo da sua chapa é o plano estratégico da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), “A Santa Maria que Queremos”. Mesmo sem maior contundência, o candidato do PPL fez questão de posicionar sua chapa como de oposição ao atual governo.

ALDA OLIVIER (PSTU), candidata a vice de PAULO WELLER, do PSTU

A candidata foi a que mais debateu as questões nacionais, como a dívida externa, e propôs o rompimento com o “modelo capitalista”. Para ela, somente uma candidatura socialista, como a do PSTU, tem condições de representar a classe trabalhadora. “A dívida interna e externa é um câncer. As riquezas do Brasil estão nas mãos de 1% da população e os prefeitos vão ter que administrar prefeituras falidas”, afirmou, enfatizando “que os ricos é que devem pagar a dívida”. Posicionando-se como oposição aos governos federal, estadual e municipal, Alda disse que quer “Fora Temer, não à volta de Dilma”. Ela afirmou ainda “o PSTU é um partido ficha limpa, que não está na Operação Lava Jato”. A candidata, que também é professora, mostrou uma leitura diferente sobre a questão da Segurança Pública. “Para o PSTU, a segurança é prioridade, mas tem que haver pleno emprego. Discutir a raiz da insegurança é discutir o capitalismo”, disse, reiterando sua posição ideológica de rompimento do atual modelo de produção e distribuição das riquezas.

ADÃO LEMOS, candidato a vice de JADER MARETOLI, do SD

O candidato destacou sua trajetória profissional de policial rodoviário federal, inclusive de comandante regional da PRF, e afirmou que ele e Jader “são a verdadeira renovação”. Também situado como oposição à atual administração municipal, o candidato prometeu “cuidar bem de Santa Maria”, como se fosse sua família. O discurso em nome “das famílias santa-marienses” foi a tônica das intervenções de Lemos. No plano de governo constam propostas de contenção de gastos, como a redução de cargos de confiança, e a criação de uma secretaria de governo e de uma corregedoria contra a corrupção. Além disso, propõe a criação de um conselho de desenvolvimento. Na questão da Segurança Pública, Lemos amenizou um pouco as críticas, utilizando-se de sua experiência como policial. “Santa Maria hoje é a cidade mais segura do Estado”, disse. O candidato também disse que sua chapa vai buscar melhorar as atuais áreas de lazer “antes de fazer novos projetos”.

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Um Comentário

  1. PSOL falou psolices.
    Helen não falou nada que preste, com medo de se enrolar ficou só no ataque político e não falou nas propostas.
    Candidato do PDT falou duas vezes em incentivar os empreendimentos locais. Nada estranho para alguém que saiu do CDL.
    Sérgio Cechin falou na cerca eletrônica. Aí fica a pergunta, transitam tantos carros roubados na aldeia que justifiquem o investimento? Muda alguma coisa?
    Candidata do PMDB quer pedir favor a Corsan. Só no Brasil o prestador de serviço “faz favor”. Quase certo que irão fazer besteira no assunto. Industrialização não é atribuição municipal, é atribuição do setor privado. Ficam jogando recursos que faltam na saúde e educação para subsidiar empresários locais.
    Vice do PPL falou na fundação. É para criar um monte de cabides e cargos de cacique e tirar recurso do trabalho dos índios. Dinheiro jogado fora. Problema na saúde não é estrutural, é gestão e financiamento.
    PSTU como PSOL está combatendo moinhos de vento.
    Adão Lemos falou em aumentar a máquina pública.

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