Fui um dos mais críticos da decisão dos docentes municipais que, a pretexto de protestar contra o governo da cidade (o que é um ato pra lá de legítimo) acabou prejudicando centenas de crianças das escolas municipais, privadas do direito de participar do principal evento cultural de Santa Maria, a Feira do Livro.
Por isso, aplaudo a decisão (independente das motivações, que não vêm ao caso, agora) do Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm) que revisaram essa postura. Bom para a literatura, bom para a feira e, sobretudo, ótimo para as crianças.
Confira, a propósito da decisão do sindicato, o material enviado aos veículos de comunicação. A seguir:
Fim do boicote à Feira do Livro
Durante dois anos os professores municipais de Santa Maria boicotaram a Feira do Livro de Santa Maria. Para muitos isso foi alvo de críticas. Mas, durante todo esse tempo, um assunto, há muito esquecido pela prefeitura: a falta de valorização das bibliotecas das escolas veio à tona.
Não foram poucas as matérias que saíram na imprensa mostrando que faltam livros para os alunos e até de espaços para as bibliotecas e de bibliotecários. Os professores vitimas de arrocho salarial obviamente têm dificuldade de adquirir. Em 2007 não haverá boicote. O Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria considera que o papel do boicote foi cumprido: chamou a atenção para a situação da educação pública municipal, a desvalorização do magistério e para a falta de livros.
Continuaremos lutando pela melhoria salarial, seja gritando na praça, seja nas assembléias, nas comunidades, nas reuniões com a prefeitura. O boicote acabou, mas não a nossa esperança de que a educação seja valorizada, está não terá fim! Caso seja necessário, encontraremos outras formas criativas de continuar denunciando o boicote à educação. Este boicote que deveria ser criticado e denunciado sistematicamente pela imprensa e pela sociedade civil organizada.
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