Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Bancários
A abrangência da atual greve dos bancários é a maior registrada pela categoria tanto em nível local quanto nacional. O Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região alcançou um número recorde de agências paralisadas em sua base nesta quarta-feira (21). No total, 49 unidades estão em greve, destas 34 estão fechadas e as outras 15 atendem de forma parcial. Os números superam os registrados nas greves de 2013 e 2014, quando o movimento alcançou 46 agências.
Em Santa Maria, todas as agências da Caixa, Bradesco, Itaú, HSBC e Santander estão fechadas. O mesmo ocorre em 100% das agências da Caixa na região.
Entre todas as 30 agências bancárias que Santa Maria possui, apenas uma segue com atendimento normal: a agência Estilo do Banco do Brasil, na Avenida Medianeira (em frente ao Daer). As outras 29 possuem bancários em greve.
Nesta quarta, a greve também chegou às unidades administrativas da Caixa. A Gerência de Recuperação de Crédito (Rerec) já não realiza atendimentos e a Representação de Retaguarda (Reret) atua de forma Parcial.
Greve em anos anteriores
Ano passado, a greve em Santa Maria e região durou 21 dias, com 44 agências paralisadas. Em 2014, com exceção do Banrisul que permaneceu 28 dias em greve, a mobilização nos demais bancos durou uma semana. Em 2013, o Banrisul também puxou a greve, totalizando 42 dias (os demais bancos ficaram 23 dias parados).
15 dias de paralisação
Os bancários estão em greve desde o dia 6 de setembro, fechando nesta quarta-feira 15 dias de paralisação. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhares do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), esta já é a maior greve da história da categoria em termos de abrangência. O balanço parcial indica que 13.071 agências estão fechadas, o que representa 56% do total de estabelecimentos em todo o país.
Sem negociação
Uma nova rodada entre Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e Comando Nacional dos Bancários ainda não foi agendada. O último encontro entre ambos ocorreu na quinta-feira (15). Na ocasião, a Fenaban informou que, após consultar todos os bancos pertencentes ao sistema, não irá propor nenhum modelo de reajuste diferente do que foi apresentado até agora. Os patrões afirmam que avanços teriam que ser trabalhados dentro do modelo apresentado: índice e abono.
Os banqueiros oferecem reajuste de 7% nos salários, abaixo da inflação, e abono de R$ 3,3 mil. Todavia, os bancários rejeitaram a proposta ainda na mesa de negociação. A categoria reivindica reajuste de 14,78% (reposição da inflação do período mais 5% de aumento real), valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) e PLR de três salários mais R$ 8.317,90.
Sindicato vai manter mobilização
Em meio ao impasse das negociações, o Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região promete não se intimidar quanto a intransigência dos banqueiros.
“Quanto mais colegas aderirem à greve, mais forte ficará o nosso movimento. Desta forma, com um número maior de agências em greve, aumentamos a pressão em cima da Fenaban”, explica a diretora do Sindicato dos Bancários, Margarete Thomasi.
Margarete integra o Comando dos Banrisulenses, que realiza as negociações específicas dos funcionários do Banrisul diretamente com a direção do banco gaúcho.
“Até o momento, a direção do Banrisul só realizou uma rodada de negociação conosco. Precisamos debater o nosso plano de carreira”, afirma Margarete.
As negociações específicas da Caixa e do Banco do Brasil também estão paralisadas enquanto segue o impasse com a Fenaban. A tendência para os próximos dias é de que a greve siga forte na região Central do Rio Grande do Sul.
Mais lucro, menos emprego
Os cinco maiores bancos do país (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016. Por outro lado, cortaram 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.
A população também paga o pato com a ganância dos banqueiros. A taxa de juros do cheque especial bate recorde a cada mês. De acordo com dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, no mês de julho (última pesquisa divulgada). No cartão de crédito, os números são ainda piores, com taxa de juros de 470,7% ao ano.
Quadro da greve nesta quarta-feira (21)
Itaú
Centro (Avenida Rio Branco, em frente ao Carrefour) – Fechada
Catedral (Avenida Rio Branco) – Fechada
Medianeira – Fechada
HSBC
Centro (Avenida Rio Branco) – Fechada
Santander
Centro (Rua do Acampamento) – Fechada
Medianeira – Fechada
Bradesco
Centro (Avenida Rio Branco) – Fechada
Presidente Vargas – Fechada
Caixa
Santa Maria
Centro – Fechada
Morotin (Rua Doutor Bozano) – Fechada
Imembui (Avenida Medianeira) – Fechada
Universidade – Fechada
Boca do Monte (Tancredo Neves) – Fechada
Mallet (Avenida Presidente Vargas) – Fechada
Coração do Rio Grande (Fórum) – Fechada
Camobi – Fechada
Gerência de Recuperação de Crédito (Rerec) – Fechada
Representação de Retaguarda (Reret) – Parcial
Região
Jaguari – Fechada
Júlio de Castilhos – Fechada
Tupanciretã – Fechada
Agudo – Fechada
Faxinal do Soturno – Fechada
São Sepé – Fechada
Restinga Seca – Fechada
São Pedro do Sul – Fechada
Banrisul
Santa Maria
Centro – Parcial
Bozano – Fechada
Tancredo Neves – Fechada
Camobi – Parcial
Medianeira – Parcial
Dores – Fechada
Policlínica – Parcial
Região
São Sepé – Fechada
Tupanciretã – Parcial
Júlio de Castilhos – Fechada
Cacequi – Fechada
Itaara (PAB) – Fechado
Formigueiro – Parcial
São Pedro do Sul – Parcial
Banco do Brasil
Santa Maria
Mariano da Rocha (UFSM) – Fechada
Niederauer – Parcial
Presidente Vargas – Parcial
Centro – Parcial
Tancredo Neves – Parcial
Medianeira – Parcial
Região
Júlio de Castilhos – Parcial
Tupanciretã – Fechada
Jaguari – Fechada
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