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CAMPANHA. O “racha” dos evangélicos e seu peso na eleição. Líderes se dividem entre Pozzobom e Valdeci

No final de julho, os partidos ditos evangélicos chancelaram a a dobradinha Jader Maroteli/Comandante Lemos. Hoje, estão divididos
No final de julho, os partidos ditos evangélicos chancelaram a a dobradinha Jader Maroteli/Comandante Lemos. Hoje, estão divididos

Uma parte das lideranças políticas evangélicas que participaram do pleito municipal decidiu apoiar Valdeci Oliveira. São os casos de Jader Maroteli e seu partido, o SD, e do vereador eleito Alexandre Vargas (PRB). Outro grupo, dos cinco partidos menores na coligação que apoiou a dobradinha Jader/Lemos, vai de Jorge Pozzobom.

Mas, e o que representam os evangélicos no segundo turno? Um bom material a respeito foi publicado neste final de semana, pelo jornal A Razão. Vale conferir a reportagem assinada por Joyce Noronha. A foto é do arquivo do Site. Acompanhe:

O peso dos evangélicos na eleição

…Na manhã de sexta-feira o bloco formado por PSC, PTN, PTC, PRTB e PSL oficializou apoio à candidatura de Jorge Pozzobom (PSDB) para o segundo turno. Os cinco partidos têm presidentes que são pastores e possuem grande representatividade nos templos religiosos de Santa Maria. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade tem 277.309 habitantes e, deste montante, 43.561 se declaram evangélicos no tópico religião.

De acordo com a presidente do PSC, Ana Neri Knupp, a decisão de apoiar Pozzobom partiu da ideologia partidária do PSDB, que, conforme ela, se aproxima mais à linha de pensamento dos cinco partidos que compõem o bloco. Outro fator é que os líderes destas legendas acreditam que Pozzobom tem melhores condições para trazer recursos para o município. “Na esfera estadual e nacional, o PSDB está mais bem posicionado com os partidos que estão no Executivo e isso é importante para as negociações”, argumenta Ana Neri.

Sobre a representatividade dos evangélicos, ela menciona que uma questão muito relativa e deixa claro que ela é cristã. Quanto à união do bloco, Ana Neri explica como “uma questão ideológica e um sentimento de unir forças”. A presidente do PSC diz que as seis legendas (os cinco mais o PRB) vinham conversando sobre se coligarem para o pleito municipal há dois anos. “Nós, dos partidos pequenos, cansamos de sermos usados pelos grandes partidos. Podemos ser pequenos, mas juntos somos fortes. E precisamos de nossos projetos concretizados, por isso nosso apoio ao Pozzobom”, diz.

UMA SURPRESA LOCAL

O professor universitário e cientista político Dejalma Cremonese, pontua que a coligação Uma Nova História para Santa Maria (SD, PSC, PRB, PTC, PTN, PRTB, PSL) surpreendeu muito no primeiro turno. “Quase 20 mil votos é uma votação bastante expressiva”, opina.

Sobre o número de evangélicos no município, ele acredita que boa parte deve seguir as suas lideranças religiosas no segundo turno, mas não integralmente. “Com certeza não é uma migração automática. Não deve ser 100% dos evangélicos que vão seguir o sistema imposto e devem sim votar no candidato que demonstre mais simpatia a eles. Porém, é de conhecimento geral que este público leva muito em consideração a voz dos líderes religiosos”, observa.

O SD e PRB racharam com a coligação do primeiro turno e oficializaram apoio à candidatura de Valdeci Oliveira (PT) no segundo turno.

COMPARATIVOS

Para entender quanto 43,5 mil pessoas podem fazer diferença nas eleições levamos em consideração o total de votos que os prefeituráveis receberam no primeiro turno. Valdeci totalizou 43.746 votos e Pozzobom computou 43.037 votos. Também equivale aos votos, somados, dos candidatos que ficaram em terceiro e quarto lugares.

Outra observação é referente à abstenção dos eleitores no primeiro turno: 42.409 que deixaram de comparecer às urnas. Um número muito próximo ao total de evangélicos na cidade.”

PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

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8 Comentários

  1. A descrença vista como crença é o mesmo que dizer que abstinência sexual é uma posição sexual. k k k k k …

    Então se passaram milhares de anos na história da humanidade. Nunca ninguém tinha ouvido falar da Fada dos Dentes Postiços. Logo, se ninguém a inventou e ninguém, obviamente, passou a crer na existência dela, a descrença é fato natural para todos, sem exceção, porque bilhões de pessoas nunca pensaram nessa crença, nessa possibilidade.

    Até que um dia uma pessoa muita criativa, depois de ter um sonho daquele tipo de filme produzido por Tim Burton, ficando inspirado por novos personagens fantasiosos, resolve escrever um conto de fadas em que aparece um novo personagem no imaginário social: a Fada de Dentes Postiços.

    Seria um personagem que resumidamente passou a “existir” na estória ficcional para “amar a todos”, ser misericordiosa com os banguelas e curar a falta de dentes deles. Faz o milagre de nascer novos dentes sem precisar de coleta de células-tronco. k k k k k … O livro vende bem e preenche boa parte das bibliotecas do mundo. 300 anos depois, bate uma nova praga na civilização e todos perdem os dentes. Alguém, um dia, fazendo um mestrado sobre o passado histórico de livros fantasiosos, acha o tal livro na biblioteca. Ela se sente abençoada. A necessidade dela e a social, já que todos ficaram banguelas, faz com que essa pessoa comece a crer na existência da Fada dos Dentes Postiços.

    Essa pessoa pensa: “aquele livro não caiu nas minhas mãos por acaso”. “Não estou fazendo esse mestrado por acaso”. Ela passa a crer que foi inspirada pela própria Fada e começa a divulgar o antigo livro como “santo inspirador”, pelas redes sociais.

    Rapidamente a crença na Fada atinge a 82% da população: esses creem que a Fada existe. Mas 18%, os de sorte, com um cérebro mais capacitado, dão risadas porque sabem a real origem daquela crença, que foi uma invenção literária, algo derivado da imaginação humana.

    Os crentes ficam muito chateados e discordam. “A não crença também é uma crença e tem o mesmo valor”, ecoam pelos alto-falantes, tentado desqualificar a visão correta e lúcida dos descrentes, afinal, até aquele momento todo mundo era descrente ao natural da tal Fada. Alguns outros crentes vão além, dizem que os descrentes é que tem de provar que a Fada não existe. E mais, tem de provar que em todo o universo a tal Fada de Dentes Postiços não existe para que a descrença tenha real valor. Dizem que enquanto a prova da não existência não for feita, a crença é que vale, que deve ser respeitada, que seria valorosa, e por isso mesmo eles (os crentes) têm todo o direito de levantarem igrejas, correrem a sacolinha e até fazerem gestão de Estado para cuidarem da saúde, segurança e educação da sociedade (como se uma coisa tivesse a ver com outra), aliás, exigem até que nas escolas a Fada de Dentes Postiços seja ensinada em contraponto ao conhecimento comprovado de como fazer os implantes artificiais (ciência que realmente resolve o problema dos banguelas e melhora a qualidade de vida de todos). Conhecimento. Não crença. Mas não é vista assim pelos crentes. Para eles, a ciência do implante é um sacrilégio, é a Fada que deve ser ensinada, a fé na cura, basta rezar, se o bangurla merecer a Fada vai ajudar. É a crença que vale, está escrito naquele livro sagrado escrito por um profeta 300 anos antes.

    Vejam como funciona a cabeça do crente, de qualquer crença, até das ideologias políticas, como funciona a ilusão e apego à uma mera crença.

    Agora fiquem à vontade para este exercício: leiam o texto acima substituindo a palavra Fada dos Dentes Postiços pela sua crença em particular, que já adianto, nunca provada e sempre “aparecida” no imaginário popular pela própria cabecinha de alguém, geralmente imaginativo, por isso se chama crença até hoje. Por exemplo: substituam Fada dos Dentes Postiços pelo nome de qualquer um dos deuses inventados por tribais ignorantes dos tempos dos Flintstones (Alá, Jeová, Deus, Thor, Apolo, Zeus, Eros, Tupã, Quetzacolat, os deuses dos maias, incas, astecas, etc.).. Ou substituam por Boitatá, Saci Pererê, duende, gnomo, mago Merlin, unicórnio, qualquer coisa saída do imaginário humano em algum momento da História. Dá na mesma.

    O descrente é o único lúcido nessa história. Ele tem a consciência do valor insignificante que tem a crença. Qualquer uma. Ele é quem enquadra-a. A descrença tem um absurdo valor positivo porque o descrente, por sorte de ter um cérebro vacinado contra qualquer crença que “se pega” pela tradição, como um vírus cultural que passa de pai para filho não por ser verdade, mas só por fé, e isso não tem valor algum, o descrente sabe a real origem dessas fantasias: a cabecinha do homem. É até uma falha intelectual alguém querer comparar o descrente (pessoa adulta que sabe a origem dos bebês) de um crente (uma criança que acredita na cegonha). As crenças religiosas são ainda do tempo da pré-história da consciência, ou seja, por isso dá para comparar crença x descrença com criança x adulto.

    É evidente que todos os deuses são criações humanas, sem exceção. Digam o nome de qualquer um deles, dos milhares que aparecem nos livros históricos ou antropológicos e a conclusão é sempre a mesma: “esse foi inventado”. Foram inventados porque os neolíticos não tinham a menor ideia de onde os próprios tribais surgiram, não tinham ideia nem a mínima capacidade de desvelarem de onde surgiu a matéria, a dor, a chuva, o terremoto, os raios, a morte, e assombrados com o que viam, mas sem competência para encontrarem as respostas, com tantas lacunas a responder, foram pelo caminho mais fácil, a imaginação. Por isso se diz: “deuses das lacunas”. E as referências de comportamento desses deuses? A cultura dos próprios neolíticos. Por isso tantos deuses diferentes, mas alguns denominadores em comum, como por exemplo, a misoginia. Tudo de ruim moralmente que tinham os neolíticos, colocaram nos próprios deuses que inventaram. Jeová e sua “versão extendida”, Deus, por exemplo, é um personagem muito misógino.

    A pré-história da consciência usou a imaginação. Precisaram inventar seus “superhomens” antes da Marvel e da DC para “explicarem” tudo o que viam. Mas Zeus já não morreu? Quem será o próximo?

    Concluindo. Nunca é salutar, racional e sóbrio misturar gestão pública com ideologias (crenças) dos tempos dos neolíticos. Quem busca o poder por ideologia sempre quer impor as suas crenças aos outros, e aí começa a caca, vai sobrar para alguém. Um ideólogo não vai usar o conhecimento (comprovado) para fazer gestão, ele “sabe tudo” pelo “livro sagrado”. Que barbaridade dar valor a isso na gestão da vida de milhões de pessoas. Então, uma coisa é um grupo fazer representação de demandas. O que precisam? Façam-se ouvir nos parlamentos e nos executivos, são pessoas comuns como todos, deverão ter suas carências, apesar da incoerência (não percebem) de acharem que sempre estão “escorados” por um “deus milagroso que tudo provê”, como acreditam. Outra é achar que devem ocupar cargos públicos porque “sabem” resolver problemas já que creem no Saci Pererê (ou em Alá, Fada dos Dentes Postiços, Deus, ou o que for). Não misturemos as coisas. Capacitem-se em formação escolar, especializem-se e sejam competentes em gestão e terão meu voto, mas não por causa da crença no “salvador” Saci Pererê. Esse tempo já foi.

  2. A não crença como uma crença em si, jogo de palavras e pouco importa ditas por quem… só faltou analisar a estrutura morfológica da palavra ateu. O exemplo da França pura falácia, um país onde a xenofobia, a islamfobia crescem a cada dia.

  3. Não é possível provar cientificamente (usando o método científico) que Deus existe, mas também é impossível provar que ele não existe. Para não aprofundar discussões epistemológicas (e deixar o tio Thomas Kuhn fora da conversa) e metafísicas: a ausência de evidência não é evidência da ausência. Se a não existência de Deus é crença, logo é religião. Afirmar que ateismo é ausência de crença em Deus e não a crença na não-existência do Grande Patrão da Estância do Céu isto sim é sofisma, jogo de palavras. Simplesmente porque é a mesma coisa dita com palavras diferentes. Este assunto vai longe, desde a diferença entre fé e crença, o que São Paulo quis dizer quando falou em “combater o bom combate”, mas é bom deixar quieto.
    Discordo “seu” Jorge. Gestão pública tem mais a ver com organização de pessoas e recursos para a realização dos objetivos da administração pública. Democracia tem como objetivo mediar e resolver conflitos, não transformar a sociedade numa colônia de formigas. Deixar de lado as crenças significaria uma pessoa abrir mão de parte da visão de mundo, portanto da identidade. Ser humano não é uma máquina lógica. Alás, Darwin afirmou que evolução é a sobrevivência dos mais adaptáveis. Logo, o cérebro humano evoluiu para garantir sobrevivência, não para explicar a realidade ou fabricar o futuro. Outra discussão cabeluda.
    De qualquer maneira o laicismo está fazendo água inclusive na França. O absurdo é uma mulher de burkini com os filhos na praia cercada de policiais, multada e obrigada a tirar a roupa.

  4. Não quis dizer que devem ser privados de direitos políticos.

    Mas seria ótimo para toda a sociedade que eles ficassem com suas superstições e moralismos arcaicos dentro dos seu templos com seus afins. Gestão pública é coisa séria, não mundo de fantasia.

    Aliás, são os que menos se comprometem e concordam com a expressão “laico”.

  5. Assunto está longe de ser simples. Constituição Federal diz que “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa […]”. Direitos políticos são direitos até onde entendo.
    Segundo aspecto é que o Brasil não é a França. O estado é laico porém não é ateu (ateísmo é religião, trata-se de crença; quem discordar sinta-se livre para provar objetivamente que Deus não existe). Basta voltar ao início da Constituição: “Nós, representantes do povo brasileiro […] promulgamos, sob a proteção de Deus […]”.
    Outro ponto importante, não é exclusividade dos evangélicos. Alemanha tem a Democracia Cristã que é ecumênica, reune católicos e protestantes. Já na Itália a Democracia Cristã é uma espécie de PMDB.
    Os adeptos da igreja de São Marx e São Engels, inclusive os que se dizem “iluministas” para disfarçar, torcem o nariz. Criticam porque tratam-se de conservadores (nos costumes) e usam a religião dos mesmos para atacar a motivação que não seria “racional”.

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