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EDUCAÇÃO. Centenas de alunos de vários cursos ocupam prédios no Campus da UFSM, em Camobi

O curso de Geografia foi o primeiro a ocupar as instalações, no prédio 17, como você leu antes aqui mesmo, logo no início da tarde da última terça-feira
O curso de Geografia foi o primeiro a ocupar as instalações, no prédio 17, como você leu antes aqui mesmo, logo no início da tarde da última terça-feira

O fato: vários prédios do campus da UFSM, em Camobi, estão ocupados por estudantes. O primeiro deles, o 17, desde o início da tarde de terça-feira, pelos alunos de Geografia, como você leu antes AQUI, menos de uma hora após ter havido a decisão. Depois, já há muita informação difusa.

Sabe-se, com certeza, que o Centro de Educação parou e foi ocupado.  Cursos de Biologia e Letras (prédios 16 A e B). E também que o Centro de Artes e Letras (prédio 40) está ocupado pelos alunos de Artes. Da mesma forma, o Centro de Ciências Sociais e Humanas, ou parte dos alunos ao menos, teve o prédio 74 colocado sob controle dos estudantes.

A partir daí, tudo é muito desordenado. Mesmo a página criada no Feicebuqui (“Mobiliza UFSM” – AQUI) não oferece informações sistematizadas. Apenas compartimentadas por curso, o que aponta para a inexistência, no interior do movimento, de uma organização efetiva e única. São iniciativas individuais, curso a curso, Centro a Centro.

É possível, inclusive, que isso se deva ao fato de a entidade maior, o Diretório Central dos Estudantes, ter uma direção que, até evidência em contrário, é contrária à mobilização e até favorável à PEC do Limite de Gastos, luta contra a qual une os demais estudantes.

Imagina-se que assembleia, marcada para o final da tarde desta quinta-feira, com a participação de todos, possa facilitar o entendimento do que e como as coisas estão acontecendo no interior da UFSM.

De todo modo, pelo menos em relação ao curso de Biologia, há material disponível mais amplo na mídia tradicional. No caso, no jornal A Razão, como você confere a seguir, com foto de Deivid Dutra. Acompanhe:

Decisão dos estudantes da biologia da UFSM foi deliberada em assembleia do curso. Eles ocuparam o prédio e mantêm-se também em greve
Decisão dos estudantes da biologia da UFSM foi deliberada em assembleia do curso. Eles ocuparam o prédio e mantêm-se também em greve

Prédio da Biologia da UFSM é ocupado por estudantes

As ocupações de prédios na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) seguiram na tarde desta quarta-feira. Após assembleia, estudantes da Biologia optaram por ocupar o prédio 16 da instituição. Na terça-feira, alunos da Geografia iniciaram a movimentação de ocupação. Eles permanecem no prédio 17.

As pautas de reivindicação são as mesmas. Os estudantes são contrários a projetos do governo federal. Entre as propostas que eles são contra estão a PEC 55 no Senado (antes 241), que congela por 20 anos os recursos voltados à Educação e à Saúde.

Os estudantes também são contrários à Medida Provisória 746, que impõe mudanças no Ensino Médio.

NA BIOLOGIA

Em nota, os estudantes da Biologia também destacam ser contrários ao projeto de lei Escola Sem Partido. Eles entendem que a proposta impede o professor de estimular o pensamento crítico dos alunos.

“Da mesma forma que a PEC 55, ambos os projetos foram propostos sem diálogo com as classes diretamente afetadas – estudantes e professores – e por isso os consideramos autoritários e inconsequentes”, diz a nota.

A decisão dos alunos de Ciências Biológicas foi tomada em Assembleia Geral dos Estudantes do curso. Segundo eles, 95 alunos participaram e mais de 80 optaram pela greve estudantil e ocupação do prédio 16. Enquanto durar o movimento, não haverá aulas.

MOBILIZAÇÕES

Outros cursos e centros reuniriam seus estudantes para a mobilização. Segundo a página “Mobiliza UFSM”, o Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH), bem como o Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE), o Centro de Educação (CE) e os cursos de Letras e Engenharia Acústica se reuniram no final da tarde para definir posicionamentos.

ASSEMBLEIA GERAL

Às 17h de quinta-feira, no auditório do Centro de Ciências Rurais (CCR), ocorrerá Assembleia Geral dos Estudantes. Segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE) somente após a reunião, eles se manifestarão sobre as ocupações e mobilizações.”

PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

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2 Comentários

  1. Não vou passar recado para os marmanjos, que estão nessa pelos motivos ideológicos sabidos e porque pressupõem que, graças às “instâncias superiores” da universidade, a impunidade deles tem grande chance de acontecer. É um “grande caminho” para virarem políticos, já estariam se acostumando com a ideia de que a lei não é aplicada em todos.

    Vou passar um recado direto para o “comandante” da instituição. Devo lembrar a Vossa Magnificência, que está se fazendo de “Pilatos” até o momento, que pela lei é estabelecido um crime quando qualquer pessoa, independente quem seja, invade uma instituição pública e impede a circulação de pessoas e bens, as atividades de pesquisa, o acesso a laboratórios e as aulas (no caso específico da universidade). Tudo isso ou parte disso. Na legislação está prevista pena de cadeia aos invasores, inclusive.

    Perceberam a gravidade da coisa? Está se cometendo um crime dentro da UFSM, sendo transmitido ao vivo e em cores para a sociedade, toda a mídia noticia esse crime e ninguém tem feito nada. Fato “interessante”.

    Cabe ressaltar jurisprudência sobre o caso, fato que agrava a situação: “Causa legítima não justifica invasão a prédio público. Por mais legítimo que seja o interesse pleiteado, invadir um prédio público não consiste em situação juridicamente possível, já que existem formas democráticas de demonstrar insatisfação e defender direitos.”

    Todos sabemos muito bem que outras formas democráticas existem, que podem ser expressas dentro da própria UFSM de forma ordeira, pacífica, sem atrapalhar ninguém e sem por em risco as pesquisas e o patrimônio, mas os marmanjos não pensam, não são criativos, eles adoram se imitar uns aos outros e torcer pela impunidade.

    Vossa Magnificência, a instituição está sob sua responsabilidade. O seu cargo é responsável pelo bem público que agora dirige. Se Vossa Magnificência não tomar as devidas providências que cabem ao cargo, ou seja, a reintegração de posse e consequente solicitação de criminalização do ato, até o senhor poderia sofrer ação legal cobrando sua responsabilidade por não ter feito nada caso algo acontecer com o patrimônio. Não seria bom para a sua candidatura à reeleição. Talvez até inviabilize a sua recandidatura. E por falar em candidatura, estava pensando da possibilidade de que a sua “candura”, até o momento, não dando a impressão que vai encaminhar judicialmente a reintegração de posse, fosse motivada por ter medo de ser impopular com parte dos alunos, e com isso ter chance de perder a eleição. Mas a reeleição vale mais do que o zelo pela coisa pública, a sua responsabilidade?

    Como cidadãos não nos interessa as suas pretensões políticas, interessa-nos que cumpra o seu papel pelo zelo com a coisa pública, pois a ocupação corre sério risco de interferir drasticamente nas atividades de pesquisas laboratoriais, na coleta de dados já feitas por alunos durante meses, no trabalho de pós-graduandos e graduandos, no risco de depredação de patrimônio, na perda de acesso a documentação com prazos correndo para exposição de trabalhos e acesso a bolsas. Será um fato inominável se alunos perderem suas pesquisas porque sua “candura” teria demorado para agir nos marmanjos.

    Sei que sua atual situação não é fácil, Vossa Magnificência. O senhor está entre a “candura” e a ação. Mais para candura, mas a falta de ação pode respingar feio na sua vida profissional. Agora, vou lhe dar uma dica: “entre a cruz e a caldeirinha”, o que o bom senso deveria dizer ao senhor? Que olhe para a sociedade que paga a conta, para as pesquisas o patrimônio que podem ser prejudicados, para o bem público e a lei. Principalmente para a lei.

    E temos todos que seguir a lei. Ou dentro da UFSM as leis são diferenciadas? São todos maiores de idade, estão sendo instruídos por advogados e pessoas ligadas a alguns partidos, estão sob o regime da Constituição e do próprio regimento da universidade, então todos eles têm plena consciência das consequências e não podem, por isso, serem tratados como crianças mimadas. Em qualquer país sério as autoridades legais já teriam tomado providências.

    MPF, uma linha e só, basta. Aos senhores cabe o exercício de proteger a lei e o patrimônio público. Vão esperar a Vossa Magnificência decidir? Pelo andar da carruagem, esperem sentados. Urge o MPF agir para que a lei seja cumprida, antes que aconteçam danos ao patrimônio e as pesquisas de muitos alunos sejam prejudicadas definitivamente pelo andar dos dias da ocupação ilegal.

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