CIDADE. Sindicato Docente se mobiliza para cobrar Pozzobom. E, na assembleia, demissão de dirigente

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e fotos), Especial para o Site

O Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) realizou no final da tarde desta quarta-feira (22) sua primeira assembleia do ano. O evento reuniu dezenas de profissionais no salão da Catedral Arquidiocesana e definiu a agenda de mobilização da categoria frente à campanha de reajuste salarial.

A data base dos professores vence neste mês de março e, até o momento, o prefeito Jorge Pozzobom (PSBD) não sinalizou quanto a um reajuste salarial. A partir desta quinta (23), o Sindicato começará a formular uma campanha de mídia em defesa do Piso Salarial, Plano de Saúde, Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista.

Na segunda-feira (27), a categoria irá participar da Audiência Pública contra a Reforma da Previdência, às 9h, na Câmara Municipal de Vereadores. Para o dia 12 de abril, os professores aprovaram dois atos (às 10h e às 16h) no pátio do Centro Administrativo em defesa do reajuste salarial. Nesta data, haverá período reduzidos nas escolas e o Sindicato dos Municipários será convidado a integrar o ato.

O Sinprosm aponta que a gestão Schirmer/Farret encerrou o mandato devendo aos docentes do município 6,84% para que seus salários se equiparassem ao patamar do Piso Nacional. Com o silêncio do atual prefeito quanto ao assunto, à categoria teme que não ocorra um reajuste.

“Vamos realizar uma reunião com a Secretaria Municipal de Educação (SMED) na terça (28) e solicitar para que a secretária Lúcia Madruga interceda junto ao prefeito. A SMED tem se mostrado muito receptiva”, aponta a coordenadora de Patrimônio e Organização do Sinprosm, Jane May de Oliveira Leal.

Reuniões pedagógicas desagradam categoria

Causa polêmica entre a categoria as reuniões pedagógicas garantidas pela SMED de 15 em 15 dias com compensação das escolas. Para os professores, o ideal seria que as reuniões ocorressem semanalmente dentro da carga horária, sendo os alunos atendidos por projetos ou outra atividade. Porém, há carência de profissionais em diversas escolas.

Segundo os cálculos do Sindicato, faltam 71 profissionais nas instituições de ensino do Município. Até junho deve ser realizado o concurso público que irá selecionar novos professores.

Desabafo de dirigente finaliza a assembleia

O encontro desta quarta foi finalizado pelo desabafo da coordenadora das Escolas do Meio Rural, Lourdes Passos. Ela distribuiu um comunicado no qual explica as razões para sua renúncia da diretoria do Sindicato. Durante o seu discurso, ela não poupou críticas aos seus colegas de direção, afirmando que conviveu com várias situações de irregularidade, mas que não as citaria no momento.

“Nesse ano de 2016 à frente do Sinprosm, na coordenação das Escolas do Campo, muitas brigas eu comprei, muito sapo eu engoli e muito desaforo eu ouvi e disse. E quero dizer que foi um aprendizado enorme na vida para saber que eu nunca mais quero estar politicamente com o professor Paulo, professora Jane e a professora Ieda. A visão de mundo que eles têm, por mais que seja uma visão que se aproxima da minha, a prática é totalmente diferente”, afirmou Lourdes.

O discurso foi aplaudido pela plateia, enquanto que a mesa (formada pelos professores Paulo Merten e Jane Leal), visivelmente constrangida, deu por encerrada a assembleia sem contrapor a fala da ex-dirigente.