As perguntas mágicas – por Maiquel Rosauro
Na há como ficar indiferente em relação à série 13 Reasons Why, lançamento da Netflix. Assisti ao último capítulo no sábado (22) e ainda hoje penso como o destino de Hannah Baker, a adolescente que comete suicídio no Ensino Médio, poderia ser diferente.
Não faz duas décadas que passei pelo Ensino Médio e não sinto saudade. No início, eu quase não tinha amigos, ganhava apelidos e era o cara mais calado da turma. Além disso, achava muito estranho ter que ir a uma festa e demonstrar uma felicidade que não existia. Em resumo, tudo era muito forçado.
Soma-se a isso o fato de receber diariamente uma tonelada de conteúdo que, à época, não me fazia o menor sentido. Sem falar no maldito problema das espinhas, do aparelho nos dentes, do cabelo que nunca se ajeitava e da falta de assunto com as garotas.
Tudo mudou no segundo ano, quando entrei para um grupo de jovens da Igreja Católica. Lá aprendi a ouvir, ser ouvido e a conviver com pessoas da minha idade que tiveram uma formação semelhante à minha.
Descobri que perguntas mágicas como “Oi, tudo bem?”, “Como vai você?”, “Você precisa de algo?”, “Quer que eu te ajude?” ditas no momento certo podem mudar um dia nublado.
Creio que Hannah Baker precisava de mais atenção. Da mesma forma, quantas outras pessoas a nossa volta não precisam de atenção neste momento?
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