CÂMARA. Governo não abre mão de controlar a “CPI do Parque de Máquinas” e a oposição decide se retirar

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Equipe do Site

A oposição irá se retirar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Parque de Máquinas. A decisão foi tomada na noite dessa terça-feira (27), após longos debates com os governistas durante o dia.

A CPI foi proposta pela oposição na sessão de 8 de junho e, após uma resistência inicial, todos os 21 vereadores assinaram o requerimento. Foram indicados para a investigação, Luciano Guerra (PT), pela oposição, e Juliano Soares – Juba (PSDB) e Marion Mortari (PSD) pelo lado do governo.

Como o site já havia divulgado com exclusividade ontem (CLIQUE AQUI), o governo exigiu os cargos de presidente e relator da comissão, sobrando para Guerra a vice-presidência. Como já era esperado, não houve consenso na reunião realizada na manhã dessa terça entre os membros da CPI. Sabendo que não venceria uma eleição entre o trio para definir os cargos, Guerra ameaçou deixar a comissão.

O impasse foi levado para a sessão plenária. Logo no início, durante 20 minutos, os vereadores de situação debaterem o assunto na Sala da Presidência. Na tribuna, Valdir Oliveira (PT), líder da oposição, e Guerra cobraram o início da CPI e a interferência do governo no Legislativo. As reclamações causaram uma nova reunião, agora com todos os parlamentares presentes, junto à Mesa Diretora.

Mais uma vez os governistas se mantiveram irredutíveis pelos cargos pretendidos, terminando a reunião na Mesa sem solução. Desta forma, a oposição decidiu por se retirar da CPI. Na manhã desta quarta (28), será protocolado o requerimento oficial com a saída de Guerra da comissão.

Abaixo, confira nota divulgada por Luciano Guerra, no Facebook, na noite dessa terça:

“Não vou ficar em uma comissão chapa branca”

É vergonhosa a atitude da base aliada de Pozzobom e o desespero do governo em tentar barrar de todas as formas o trabalho responsável que deveria ser feito com a CPI do Parque de Máquinas.

Por isso, no final da tarde desta terça, em comum acordo com o bloco da oposição, decidimos por bem não mais participar da CPI, devido a interferência dos membros do governo.

Não vou ficar em uma comissão chapa branca, sendo que o presidente e o relator, cargos mais decisivos, ficariam nas mãos dos representantes do governo.

Durante todo o dia, tentamos uma acordo para ficarmos na presidência, já que somos o proponente da investigação e indicado pela bancada para tal função, como tradicionalmente acontece na câmara.

Mesmo assim, os integrantes do governo, possivelmente orientados pelo alto escalão, não abrem mão de controlarem a CPI conforme essas orientações. O que significa: estaríamos sendo “escanteados” sem o poder de decisão.

Por fim, deixo aqui a minha indignação, porque mais uma vez o executivo parecer estar interferindo nas decisões da câmara e não mantendo a harmonia entre os poderes.

Mantenho a minha posição de fazer um trabalho isento e vou continuar fiscalizando da forma correta. Peço desculpas a comunidade santa-mariense – sofrida por tanto descaso nas ruas e estradas pela falta de máquinas – mas me nego a participar de uma CPI, que tem tudo para ser levada ao forno com massa, calabresa e queijo.”