JUSTIÇA. Determinada prisão de 106 ex-agentes da Ditadura. Calma, vivandeiras: nããão foi aqui no Brasil
No jornal EXTRA, com informações d’O GLOBO, com foto de arquivo/reprodução
Um juiz chileno determinou, nesta semana, a prisão 106 ex-agentes da polícia secreta da ditadura de Augusto Pinochet. A decisão foi maior sentença em massa proferida até agora por abusos de direitos humanos no período. Os ex-agentes foram condenados a entre 541 dias e 20 anos de cadeia. Muitos já estão cumprindo penas por outros casos. O Estado deverá pagar cerca de 5 bilhões de pesos chilenos ( US$ 7,5 milhões) às famílias das vítimas.
O juiz Hernan Cristoso condenou ex-agentes que trabalharam para a Direção de Inteligência Nacional (Dina), o serviço de inteligência de Pinochet que sequestrou e assassinou 16 pessoas durante a “Operação Colombo”, no início da ditadura que durou de 1973 a 1990. O magistrado afirmou que os 16 mortos eram militantes de esquerda ou membros do partido socialista que haviam sido presos por agentes do Dina em 1974 ou 1975, em Santiago. Eles foram transferidos para centros de tortura nos arredores da cidade e não foram vistos vivos novamente.
Na época, autoridades explicaram os desaparecimentos alegando que as vítimas haviam deixado o país. Eles depois mudaram a história e disseram que os militantes foram mortas em combate mútuo. O Chile lutou durante muito tempo para levar à Justiça os autores de crimes cometidos naquela época e juízes e autoridades mais simpáticas a essa causa levaram a um aumento nas condenações nos últimos anos.
Os nomes das vítimas chegarma a ser listados em publicações da revista brasileira “Novo O’Dia” ,de Curitiba, e na revista “Lea”, de Buenos Aires, entre junho e julho de 1975. Segundo a justiça, essas foram as únicas edições de ambas as revistas, que se tratavam de uma manobra de contra informação executada pela ditadura chilena para negar a existência de desaparecidos nos primeiros anos do regime de Pinochet. No Chile, o jornal “La Segunda”, manchetou o caso com a frase “Exterminam miristas como ratos”. Miristas é o nome como são conhecidos membros do “Movimento de Esquerda Revolucionária” do Chile.
A ditadura chilena durou de 1973 a 1990 e deixou mais de 3.200 vítimas entre mortos e desaparecidos.
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