Por MAIQUEL ROSAURO (com imagem de Reprodução), da Equipe do Site
O movimento sindical bancário está em alerta para os rumos que o sistema financeiro vem tomando. Após o presidente Michel Temer (PMDB) sancionar a Reforma Trabalhista, na quinta-feira (13), a Caixa Econômica Federal e o Bradesco anunciaram a abertura de Programas de Demissão Voluntária (PDV). No total, as duas instituições almejam desligar cerca de 15 mil funcionários.
Na segunda-feira (17), teve início o primeiro PDV da história do Bradesco. O programa estará aberto até o dia 31 de agosto, com a expectativa de alcançar, de 5 mil a 10 mil funcionários de todo o conglomerado, mas apenas para funcionários com mais de dez anos na empresa.
Em julho do ano passado, o Bradesco concluiu a compra do HSBC Brasil por R$ 16 bilhões, adicionando cerca de 20 mil trabalhadores ao seu quadro. Em março deste ano, o banco privado contava com 106.644 funcionários.
Para o funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região, Alexandre Soares, a nova política vai aumentar a carga de trabalho dos bancários que seguirem na empresa.
“O PDV vai acarretar em um enxugamento sem precedentes, o que aumentará o desemprego e irá sobrecarregar os funcionários que permanecerem no banco. Por consequência, o cliente será prejudicado, pois terá um atendimento precário”, analisa.
No primeiro trimestre do ano, o Bradesco fechou 192 agências pelo Brasil. Em Santa Maria, são três unidades: uma do Bradesco e outra do HSBC, ambas na Avenida Rio Branco, e uma do Bradesco na Avenida Presidente Vargas.
“Ao que tudo indica, uma agência deve ser fechada”, pondera o dirigente sindical.
Caixa reabre PDVE em meio a processo de reestruturação
A Caixa, por sua vez, reabriu na segunda-feira o Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), que será finalizado em 14 de agosto. A meta é desligar até 5.480 trabalhadores. Na primeira fase, encerrada em 31 de março, o objetivo era reduzir 10 mil pessoas do quadro. Porém, 4.429 bancários aderiam à iniciativa.
Poderão aderir ao PDVE funcionários com, no mínimo, 15 anos de casa; aposentados pelo INSS até a data de desligamento, exceto quando for por invalidez; funcionários aptos a se aposentarem até 31 de dezembro de 2017 ou com adicional de função de confiança/cargo em comissão gratificada até a data de desligamento.
Em troca, a Caixa oferece apoio financeiro, em caráter indenizatório e a ser pago em parcela única, de dez remunerações base do empregado, limitado a R$ 500 mil. Os funcionários que aderirem permanecerão com o plano de saúde da instituição desde que atendam os requisitos estabelecidos pela instituição. Para os que não se enquadrarem, o banco oferece a permanência no plano por 24 meses, sem prorrogação.
A Caixa chegou a ter 101 mil funcionários em 2014. Com o novo PDVE, terá menos de 90 mil. Além disso, a estatal passa por um processo de reestruturação concentrado nas vice-presidências de Logística (VILOG), Governo (VIGOV), Habitação (VIHAB), Fundos de Governo (VIFUG), Finanças e Controladoria (VIFIC), Gestão de Pessoa (VIPES) e Tecnologia da Informação (VITEC).
Também passam por alterações áreas relacionados à FGTS, repasses, programas sociais e habitação, que estão entre os mais demandados pela população.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários Marcello Carrión, que também é funcionário da Caixa, o banco está diminuindo a estrutura e preocupando a categoria.
“O PDVE tem o objetivo de esvaziar o banco público e sucatear os serviços. Junto com a reestruturação, irá diminuir áreas e pessoal, abrindo as portas para o processo de privatização”, alerta Carrión.
Segundo o dirigente sindical, a reestruturação do banco faz parte do processo de desmonte do Estado nacional promovido pelo governo Temer. A previsão é de que até 120 agências sejam fechadas este ano. No momento, não há informações a respeito do encerramento de unidades de Santa Maria.
Cortes x lucros
Os bancos fecharam 10.752 postos de emprego em todo o Brasil, no primeiro semestre de 2017, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). São Paulo (-2.998), Paraná (-1.432), Rio de Janeiro (-1.131) e Rio Grande do Sul (-1.059) foram os estados com maior incidência de saldos negativos.
Por outro lado, apenas nos três primeiros meses do ano, o Itaú obteve lucro líquido de R$ 6 bilhões, seguido por Bradesco, R$ 4 bilhões; Banco do Brasil, R$ 2,4 bilhões; Santander R$ 1,8 bilhões; e BTG Pactual, R$ 720 milhões.
HSBC saiu do Brasil e da Turquia. Esta expandindo na Ásia. Baixo crescimento explica o caso tupiniquim. Bradesco adquiriu o que aqui ficou. Só ampliar a carteira de clientes não resolve, é necessário reduzir o custo fixo. No Brasil, empregados são um mal necessário. É a melhor descrição. O custo, a burocracia e o incômodo são tantos que, se fosse possível, muitos empresários fariam o serviço todo sozinhos. Caixa, como os Correios, não anda bem das pernas. Detalhe importante é a faixa de tempo de empresa, 10 a 15 anos. Em outras empresas, no começo da crise, mandaram muita gente na faixa 15 a 25 anos embora. Cortes X Lucros utiliza o velho truque vermelhinho de mostrar o valor do lucro sem outras informações importantes. Para os ignorantes funciona.
Ops.. perdão editor. Passou o teto das linhas. Precisamos do controle de número de caracteres.
Tudo é culpa do Temer. Até parece que não entendem que um dos setores do setor privado em que a automação é voraz de comer empregos é o bancário, isso há décadas. Além da automação, os meios digitais de acesso às contas e serviços dos bancos, o fim da circulação do papel moeda aos poucos por vias naturais, o aparecimento das fintechs (startups financeiras) estão acabando com o banco tradicional. Em pouco tempo, seremos atendidos por assistentes virtuais. Muito rápido. Eficiente. E é isso que a sociedade quer.
Da mesma forma, a mídia impressa está sumindo com o mundo digital.
Enfim, não entendo por que ainda tem gente que quer vaga de emprego no setor, não enxergando algo tão óbvio. Mas a culpa é do Temer. k k k. Para que serve sindicato, mesmo? É ser “cônsul” de partido político?