Política

PROCURADORIA. “Valeu cada minuto de labuta e até de sofrimento”, afirma Janot no último dia de trabalho

Janot despediu-se da Procuradoria-Geral da República no mesmo dia em que comemorava 61 anos de vida. Foto Marcelo Camargo / Arquivo / Agência Brasil

Por André Richter / Agência Brasil

Depois de quatro anos, o procurador Rodrigo Janot cumpriu na sexta-feira (15) seu último dia útil de trabalho no comando do Ministério Público Federal (MPF). A partir de segunda-feira (15), a Procuradoria-Geral da República (PGR) será comandada por Raquel Dodge. No principal compromisso do dia, Janot reuniu a equipe para apresentar o balanço de sua gestão e disse que a esperança triunfa no Ministério Público.

“Juntos vivemos e escrevemos um capítulo muito especial na história do país e do Ministério Público. A esperança ainda triunfa nesta casa. Valeu a pena para mim cada minuto de labuta, e até de sofrimento”, disse Janot aos colaboradores do gabinete e a servidores da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Durante o encontro, o procurador ganhou um arco e uma flecha de origem indígena, da tribo Xokó, como presente de aniversário. Janot completou 61 anos nessa sexta-feira. “Enquanto houver bambu, lá vai flecha”, disse Janot recentemente, em uma palestra, fazendo referência ao processo de investigação da JBS.

Balanço
De acordo com dados referentes ao segundo período de Janot na Procuradoria, que comandou de 2013 a 2017, na área criminal, que envolve a Operação Lava Jato, foram feitos 242 pedidos de abertura de inquérito, 98 pedidos de busca e apreensão, de interceptações telefônicas e quebras de sigilo bancário e 66 denúncias foram enviadas à Justiça.

Raquel Dodge
Na segunda-feira (18), Janot será substituído na chefia da PGR por Raquel Dodge, indicada para o cargo pelo presidente Michel Temer. Raquel foi a segunda mais votada em eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da República, que deu origem à lista tríplice enviada ao presidente para subsidiar sua escolha. Em julho, ela foi aprovada pelo plenário do Senado por 74 votos a 1 e uma abstenção.

Mestre em direito pela Universidade de Harvard e integrante do Ministério Público Federal há 30 anos, Raquel Dodge é subprocuradora-geral da República e atuou em matéria criminal no Superior Tribunal de Justiça.

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2 Comentários

  1. Falar mal de Janot não necessariamente significa defender Temer ou atacar a Lava a Jato. Espera-se que nas denúncias que apresentou não existam outras trapalhadas. Um bocó recebendo presente dos Xocó. Conveniente.
    Alás, assunto não relacionado. Imprensa internacional noticiou um massacre no Brasil, garimpeiros teriam liquidado com 20% de uma tribo isolada na Amazônia. Não lembro de ter visto nada na mídia local.

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