MÁQUINAS. Oitiva da CPI começa antes do horário previsto e indigna líder da bancada petista na Câmara

Por Maiquel Rosauro

A segunda rodada das oitivas da CPI do Parque de Máquinas estava prevista para iniciar às 9h dessa sexta-feira (6). Porém, o interrogatório começou 20 minutos antes do horário previamente divulgado. O fato, por consequência, preservou dois servidores municipais de questionamentos da oposição.

Durante 15 minutos e 13 segundos, o atual superintendente do Interior, Paulo Schuster (PSDB), respondeu a doze perguntas formuladas pelo presidente da CPI, Juliano Soares – Juba (PSDB), e pelo relator Marion Mortari (PSD). O vice, Vanderlei Araujo (PP), não esteve presente.

Schuster está “queimado” com os vereadores desde a sessão plenária de 12 de setembro. Naquele dia, Mortari e os parlamentares Daniel Diniz (PT), Jorge Trindade – Jorjão (Rede) e Luciano Guerra (PT) solicitaram ao presidente da Casa, Admar Pozzobom (PSDB), providências quanto às declarações proferidas pelo superintendente em reunião realizada em Pains, em 5 de setembro.

No distrito, Schuster teria dito, entre outras coisas, que os vereadores têm sua parcela de culpa pela péssima situação das estradas e que ele teria provas quanto a irregularidades cometidas pela Administração passada na Secretaria de Infraestrutura.

Na oitiva dessa sexta, Schuster apontou algumas das possíveis irregularidades, deu dicas de situações a serem investigadas e entregou documentos para os vereadores analisarem. Ele respondeu todas as questões e transpareceu estar confiante em suas declarações.

Eram 8h54min quando Diniz, líder da bancada do PT, chegou ao Plenário. Tão logo o petista entrou no recinto, Juba ofereceu espaço para que ele pudesse fazer algum questionamento. Todavia, Diniz questionou o motivo do depoimento já estar em andamento.

O tucano explicou que Schuster  confirmou presença apenas no início da manhã de sexta. Então, para aproveitar sua vinda mais cedo, Juba disse que resolveu começar a oitiva antes do horário divulgado.

A explicação não satisfez o petista, que reclamou de não ter sido avisado da mudança de horário. Diniz não integra a comissão, mas acompanha os trabalhos da CPI desde o início. Indignado, o vereador se retirou do Plenário e, segundos depois, o interrogatório foi finalizado.

Segundo Juba, é possível, que Schuster seja chamado novamente para depor, já que os vereadores ficaram de analisar os documentos que ele entregou. Hoje, ele atua como cargo de confiança (CC) da pasta de Desenvolvimento Rural, porém é também servidor do Município. Na Administração anterior, trabalhou como operador de máquinas na mesma secretaria a qual hoje está lotado.

A segunda oitiva foi realizada com o servidor público Paulo Sérgio da Silva, que há 34 anos atua na área de documentação dos veículos, na Secretaria de Gestão e Modernização Administrativa. Ele explicou quais papéis são analisados quando um equipamento vai para leilão e como é feita a vistoria. Também disse que ouviu comentários sobre irregularidades, mas que não tem provas de que tais atos tenham, de fato, ocorrido.

Diniz voltou ao Plenário durante a parte final do depoimento de Silva, que durou pouco mais de 20 minutos. O petista foi, novamente, convidado para fazer perguntas, mas optou por não se manifestar.

“A forma de planejamento e gestão das ações (da CPI) é uma grande demonstração de como, algumas pessoas da base do governo municipal, estão tratando este importante instrumento, que deveria servir para o Legislativo exercer a nobre prerrogativa de investigar possíveis irregularidades na Administração pública”, afirmou Diniz.

Na próxima quarta (11), às 14h, CPI volta a realizar oitivas. A previsão é de que três servidores e um ex-CC sejam ouvidos.