UAC. Antes de convocar eleição, coordenadores correm contra o tempo para regularizar atual gestão

Por Maiquel Rosauro

A União das Associações Comunitárias (UAC) é uma das mais tradicionais entidades de Santa Maria, possuindo assento em todos os conselhos do Município. Além disso, é a porta de entrada para qualquer ação que venha a ser desenvolvida em bairros e vilas da periferia, possuindo cerca de 114 entidades filiadas. Contudo, hoje, a UAC vive uma situação de ‘terra arrasada’.

No dia 15 de novembro, completa-se dois anos do pleito que reelegeu, pela terceira vez, Rodrigo Santos, o Rodrigão, para comandar a entidade. À época, a chapa única para a gestão 2016-2017 recebeu 1.135 votos provenientes de 65 associações comunitárias. Além disso, 35 entidades aproveitaram aquele pleito para eleger suas lideranças para o biênio que está prestes a se encerrar.

O problema é que, assim como acontece desde 2002, nenhum documento referente à eleição de 2015 foi enviado para o Cartório de Registro. Ou seja, oficialmente, não há um registro legal de que os atuais coordenadores, de fato, cumprem este papel. Embora, perante a sociedade, eles sejam reconhecidos como tal.

O imbróglio gerou problemas em janeiro deste ano, quando um grupo dissidente assumiu de forma provisória o comando da UAC durante as férias de Rodrigão. A insurreição foi dissipada ainda no verão passado, mas até hoje seus reflexos seguem repercutindo. No processo, perderam-se documentos e computadores da entidade. Além disso, a sede (uma sala na Rua Venâncio Aires) foi devolvida à Prefeitura.

Já prevendo uma futura ação judicial, caso convoque o congresso que dará início a eleição, a coordenação da entidade busca legitimar a atual gestão. Nessa segunda-feira (23), o terceiro coordenador, Ronei Lopes, e o membro da Executiva da UAC, Rogério Rosado, realizaram uma reunião com o advogado Ricardo Lovatto Blattes, para discutir o tema.

“Hoje, a UAC não tem condições de chamar o seu congresso porque não tem documento. A votação do Rodrigão não foi registrada”, avalia Blattes.

Para permitir que o pleito ocorra sem incidentes, a coordenação buscará, a partir desta terça-feira (24), uma série de documentos que fundamentem uma liminar com pedido de urgência para convocação do congresso com todas as entidades e, por consequência, do pleito que elegerá a gestão para o biênio 2018-2019.

“O que queremos é garantir que este processo seja construído em dia com todos os trâmites necessários. Hoje, a atual coordenação existe de fato, mas não de direito”, explica Lopes.

Rosado confirma que o objetivo é construir uma eleição transparente neste final de mandato.

“Vivemos um momento de ‘terra arrasada’, pois não possuímos computador nem sede. Ainda não chamamos a eleição porque prevemos que vão entrar na Justiça e trancar o processo. Resolvendo este problema e confirmando que o Rodrigão é, de fato, o coordenador, ele chamará o pleito”, aponta Rosado.

Todavia, como não há um prazo definido para que o processo de legitimização da atual gestão seja concluído, é provável que o pleito previsto para 15 de novembro tenha sua data alterada.