ESTADO. Magistério daqui aceita parte da proposta do governo. Mas tem outras condições para acabar greve

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Assessoria de Imprensa do CPERS Sindicato

Dezenas de educadores estaduais lotaram o auditório da Escola Cilon Rosa, em Santa Maria, na tarde desta segunda-feira (6), em assembleia regional realizada pelo 2º Núcleo do CPERS/Sindicato. O objetivo foi discutir a proposta enviada pelo governo do Estado, na semana passada, para dar fim à greve iniciada em 5 de setembro.

A categoria rejeitou o primeiro item da proposta, que condiciona o fim do parcelamento, a partir de 30 de dezembro de 2017, ao crescimento econômico projetado para os próximos meses; resultado bem-sucedido da operação da venda do excedente do controle acionário do Banrisul; e adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal dos Estados do governo Federal.

Os educadores aprovaram o segundo item, que prevê a retirada da PEC 257/2017, que propunha revogar o artigo 35 da Constituição Estadual. A iniciativa visa acabar com a obrigatoriedade de pagar em dia os salários e o 13º dos servidores.

Também foi aprovado o terceiro item, no qual o governo comprometeu-se em não demitir os professores e funcionários de escola com contratos temporários, que aderiram à greve. Contudo, a categoria anexou cinco condicionantes: definição de pagamento do 13º salário; garantia de 45 dias de férias nos meses de janeiro e fevereiro; retirada de pedidos de urgência dos Projetos de Lei Complementar referentes ao IPE, com avaliação das PLS pelo Conselho Deliberativo do IPE; retirada de todas as PECs que atacam os direitos dos educadores; e mesa de negociação para a reposição salarial de, pelo menos, 21,85%, com calendário de pagamento de 82,42% extensivo a professores e funcionários.

As alterações discutidas em Santa Maria foram enviadas para o Comando de Greve do CPERS, em Porto Alegre, que está reunido na noite desta segunda para debater todas as reivindicações apresentadas pelos 42 Núcleos. O objetivo é formular uma contraposta a ser entregue na terça-feira (7) ao governo do Estado.

Caso o governo aceite, será chamada uma assembleia geral extraordinária, em Porto Alegre, para discutir o fim da greve. Contudo, o diretor geral do 2º Núcleo, Rafael Torres, faz uma ressalva.
“Só podemos apontar qualquer rumo a partir da resposta do governo. Reivindicamos o fim do parcelamento e apontamos um mínimo de reposição salarial”, analisa Torres.

Ao final da assembleia, os educadores estaduais de Santa Maria e região aprovaram a continuidade da greve. A categoria promete ficar atenta à resposta do governo à contraproposta.

Aniversário

O 2º Núcleo do CPERS completou nesta segunda 51 anos de história. A entidade possui sede em Santa Maria e também abrange outros 17 municípios da região, possuindo mais de 4 mil associados.
O CPERS é o maior sindicato do Rio Grande do Sul e o segundo maior do Brasil. No total, são mais de 80 mil sócios.