SALA DE DEBATE. Da CPMF ao mercado público, até Reforma da Previdência: um mix de assuntos quentes
Que não se diga ter faltado discussão. Pelo contrário, o “Sala de Debate” de hoje fez justiça ao nome, com a participação deste editor e dos demais convidados, Antonio Carlos Lemos, Antonio Candido Ribeiro, Giorgio Forgiarini e Péricles Lamartine Palma da Costa, com a ancoragem de Roberto Bisogno.
Por vários momentos, o saudável confronto de ideias se elevou. Mas, sobre o que mesmo se falou, entre meio dia e 1 e meia desta terça, na Rádio Antena 1? Vários temas surgiram, mas o mix principal, quem sabe, pode ser dividido entre a questão tributária, com a CPMF à frente das discussões, a sugestão (e necessidade) de um mercado público (hoje inexistente e suprido pela economia solidária ou iniciativas privadas) e a pra lá de polêmica Reforma da Previdência.
PARA OUVIR O “SALA” DE HOJE, BLOCO POR BLOCO, CLIQUE NOS LINQUES ABAIXO!!!
Alás, canto superior direito.
Informação é um problema. Quem tem a informação mais correta (óbvio) tem vantagens. Não se encontra tudo num lugar só. El País, BBC, Le Monde, etc. em português não são muito úteis, existe um viés pronunciado à esquerda. Mais ou menos como Globo e RBS em relação ao politicamente correto, se a criatura tem um “missão” deixa o profissionalismo de lado. Esquecem de um detalhe importante, quem gosta de sermão vai à missa (não é o meu caso) e existe um negócio chamado controle remoto. Basta olhar outra porcaria noutro canal. Um site intessante (que não quebra o galho de quem gosta de saber quantos quilos de feijão do bão o editor traz de Erechim, campo pequeno, e não de Erebango, campo grande; alás nem o nome da própria cidade escrevem direito) é da FGV. Uma peça do quebra-cabeças. Mosaico do orçamento é bastante interessante. Se aparecer em inglês, troca-se o idioma no canto superior esquerdo.
http://dapp.fgv.br/
No mundo das fadas e no mundo das fábulas a previdência vai muito bem obrigado. No planeta terra, não adianta mimimi, não adianta rasgar as calcinhas (as pessoas geralmente revelam o verdadeiro caráter quando perdem as estribeiras, fato). Solução: deixar quebrar. Como diz o outro: se é difícil argumentar com uma pessoa inteligente, com ignorantes é praticamente impossível. Mas tem um detalhe: se a vaca for para o brejo de vez, não tem “culpado são os bancos”, “culpados são os rentistas”, “culpado é o sistema financeiro internacional”. Se tem gente que acha que vai sumir e fugir das responsabilidades, ledo engano. Vão ser muito bem lembrados. Vai estourar principalmente no andar de baixo e quanto mais demorar a solução maior a conta.
Também existe quem acredite que é necessário aumentar a “carga de investimento”, o que lembra aumento de carga tributária. Ou seja, tirar dinheiro da esfera privada (onde via de regra quem não sabe o que faz não sobrevive) para entregar para o setor público onde se acumulam indivíduos que foram parar lá justamente porque não tem capacidade ou afinco para desempenhar atividade privada? Não é investimento, é jogar dinheiro na privada.
Bloqueando o CPF acarreta o bloqueio de todas as contas e cartões de uma criatura. É incômodo para mais de metro.
Estado (principalmente no Brasil) é grande e bobalhão, bate nos bagrinhos. Alás, tem gente que acha que o Estado é um ser onipotente que paira entre o céu e a terra, um ser etéreo, que os problemas se resolvem só na base das ideias e do dever-ser. Causa uma dúvida, é falta de inteligência, falta de sanidade mental ou falta de ambos?
Qualquer movimentação financeira superior a 2 mil reais mensais tem que ser comunicada ao Banco Central. Evolução de um mecanismo criado após a extinção da CPMF justamente para manter o controle.
De fato, a Lava a Jato começou com um doleiro que já tinha sido pego na época do Banestado. A mala do Rocha Loures e o apartamento do Geddel são sintomas, apareceram por delação, existiam para evitar a fiscalização e em algum momento o dinheiro não pagaria mais CPMF. Esta história de “a receita pegou e informou a PF”: lorota. Alguém acha que aquela mala e aquele apartamento são os únicos que existem no Brasil? Agora, se um bagrinho que gosta de fazer tudo certo errar uma vírgula babau, no mínimo uma restrição no CPF e uma multa. Alás, presidente da CV de POA andou reclamando que bloquearam o CPF dele porque a justiça eleitoral descobriu uma data de nascimento errada numa prestação de conta.