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POLÍTICA. Levantamento aponta queda no apoio a Temer na Câmara. DEM é mais fiel que o partido dele

Partido de Rodrigo Maia, o DEM deu 88% dos votos possíveis a Temer nas principais votações de 2017. Mas não dá para aprovar PECs

No portal especializado Congresso em Foco, por ISABELLA MACEDO, com foto de ANTONIO CRUZ (ABr)

O DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), foi o partido mais fiel ao governo Michel Temer nas principais votações de 2017. A legenda entregou 88% dos votos possíveis da bancada a Temer. Ficou à frente do MDB, do próprio Temer, que deu 86% de apoio, do PTB, com 84%, e do PP, com 83%. Essas foram as siglas que renderam ao presidente pelo menos oito de cada dez votos.

Durante um ano conturbado para a cúpula do Executivo, o apoio da base aliada a Temer ficou em 76% nas 13 principais votações na Câmara em que houve orientação por parte das lideranças governistas. Esse percentual é o mesmo registrado pelo PSDB e pelo PRB, que aparecem empatados na quinta colocação no ranking dos governistas mais fiéis.

Entre as 13 principais votações analisadas estão a reforma trabalhista, a ampliação das terceirizações, a recuperação fiscal dos estados, as duas denúncias criminais contra Temer, entre outras (veja a lista ao final da reportagem). De todas elas, o governo saiu derrotado apenas uma vez. Faltaram quatro votos para aprovar a proposta de emenda constitucional que previa a cobrança de mensalidade em programas de pós-graduação lato sensu de instituições federais. Ao todo, foram votadas 194 proposições.

O PSD e o PR, que ocupam um ministério cada, foram os mais infiéis. O partido do ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), apoiou o Planalto em 73% das ocasiões. Já o PR, do ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, ficou com Temer em 72% das votações.

O índice médio registrado nas principais votações ficou cinco pontos abaixo dos 81% obtidos pelo governo em todas as votações de 2016, segundo levantamento da Revista Congresso em Foco publicado em janeiro do ano passado. Como os dados obtidos no ano passado não consideram todas as deliberações, não é possível fazer uma comparação fiel dos números. O percentual alcançado em 2017 também é superior aos 66% angariados pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2015, último ano em que a petista governou do início ao fim.

Apenas 20 deputados governistas estavam presentes e seguiram a orientação do governo em todas as 13 deliberações. Foram eles:

Alceu Moreira (PMDB-RS)
Bilac Pinto (PR-MG)
Cacá Leão (PP-BA)
Celso Russomanno (PRB-SP)
Fernando Monteiro (PP-PE)
Júlio Cesar (PSD-PI)
Luiz Fernando Faria (PP-MG)
Marcus Pestana (PSDB-MG)
Mauro Pereira (PMDB-RS)
Nelson Marquezelli (PTB-SP)
Nelson Meurer (PP-PR)
Nilson Leitão (PSDB-MT)
Nilson Pinto (PSDB-PA)
Nilton Capixaba (PTB-RO)
Pedro Fernandes (PTB-MA)
Rodrigo de Castro (PSDB-MG)
Sergio Souza (PMDB-PR)
Toninho Pinheiro (PP-MG)
Vaidon Oliveira (DEM-CE)
Valdir Colatto (PMDB-SC)

Os mais fiéis

Dos 303 votos possíveis, o DEM entregou 266. Foram anotadas 33 dissidências e quatro abstenções (confira a metodologia da análise dos dados abaixo). O MDB, que tirou o P da sigla no fim do ano passado, aparece em seguida, garantindo 568 vezes dos 660 votos possíveis. Foram 85 “infidelidades” e sete abstenções entre os emedebistas. O PR foi a sigla que mais “traiu” a vontade do governo. Dos 421 votos possíveis, o partido votou 303 vezes conforme a orientação do presidente. Houve 116 deserções entre os colegas do ministro dos Transportes.

Para o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), apesar do apoio elevado demonstrado pelo levantamento, Temer não tem votos suficientes para aprovar uma emenda à Constituição, por exemplo. “Há de se lembrar que Temer teve de fazer concessões muito significativas a essa base. Emendas parlamentares, liberação de cargos – inclusive à revelia do Judiciário que vem impedindo posse de gente que não preenche critérios da moralidade para assumir. Então, um governo com baixa popularidade com esse índice de aprovação na Câmara só tem uma explicação: é a troca de favores, uma prática fisiológica de trocar votos por favores, cargos ou por recurso”, afirma Antônio Augusto…”

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Um Comentário

  1. Para os lacaios, as concessões e emendas de verbas é peso cada vez menor de importância à medida que se aproximam as eleições.

    Nesse momento, se votarem a favor da reforma é um risco de não se reelegerem.

    Os lacaios não querem correr o risco de não se reelegerem porque perdem o foro privilegiado e o salário fácil.

    Para esses, antes um foro privilegiado na mão do que acertar as contas públicas com dois passarinhos na outra. Típico de Brasil, que só patina. Quem disse que se precisa de política para melhorar aqui?

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