Política

CRÔNICA. Orlando Fonseca e o tal presidente da República que não deu uma “prova de vida”…

Foto: Murillo Constantino

“Um simples mortal jamais esquece que está vivo, pelo motivo óbvio de que, estando morto não há mais o que lembrar – nem como. Não sei exatamente como pensar a respeito de mortos-vivos, que os há, ainda que a ficção tenha lá os seus exageros com zumbis. Há uma categoria de indivíduo que não sabe que está morto, ou morreu e esqueceram de enterrar, como afirma a sabedoria popular. E há os que se fazem de morto para não serem percebidos, incluindo aí a fiscalização. Mas, como eu dizia, qualquer mortal que tenha requerido a sua mais do que merecida aposentadoria e que a esteja gozando em pleno exercício vital, tem como critério de sobrevivência dar “prova de vida” junto ao banco onde recebe o salário relativo. Como se sabe, no entanto, na Transilvânia não é assim.

Primeiro, porque lá não existe sistema previdenciário como conhecemos no Brasil. Se bem que, de certo modo, por lá o trabalhador continua trabalhando depois de morto, que é o que pode vir a acontecer por aqui. Pois bem, vampiros continuam vivos depois de mortos, por óbvio, Previdência pra quê? Aliás, previdente é o sujeito que, ainda não sendo vampiro e querendo adiar este status, usa alho, amuletos, cruz. Ninguém se aposenta por lá, mesmo os trabalhadores não-vampiros. Vão continuar na ativa, mesmo quando também chegarão à condição daqueles cujo expediente só é noturno. Diferente da Transilvânia, por aqui os trabalhadores não-vampiros são sugados a vida toda, mas não têm nenhum benefício post-mortem.

Vai daí que, não me causa nenhum estranhamento que este presidente que tem dado plantão em Brasília, cujos ancestrais são daquela região do planeta, não tenha dado “prova de vida” e tenha deixado de receber a sua aposentadoria por dois meses. É apenas uma comprovação pública de que ele não tem nenhum apreço pela vida…”

CLIQUE AQUI para ler a íntegra da crônica “Vampiresco”, de Orlando Fonseca. Orlando é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura, PUC-RS, e Mestre em Literatura Brasileira, UFSM. Exerceu os cargos de Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e de Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados, foi cronista dos Jornais A Razão e Diário de Santa Maria. Tem vários prêmios literários, destaque para o Prêmio Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia, WS Editor; também finalista no Prêmio Açorianos, da Prefeitura de Porto Alegre, pelo mesmo livro, em 2002.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo