SALA DE DEBATE. A pesquisa que tem Lula líder, o voto nos santa-marienses e os assaltantes em Mata
Uma quarta-feira em que o “Sala de Debate” teve o (quase) monopólio da política. E, mais que isso, das eleições deste ano. E tudo começou, por sugestão do mediador Roberto Bisogno, com a discussão acerca da pesquisa eleitoral divulgada ontem e que tem o petista Luiz Inácio Lula da Silva na primeira posição. Mas, claro, não ficou apenas nisso.
Os convidados Alfran Caputi, João Marcos Adede Y Castro, Eni Celidonio e este editor trataram também da questão do voto em candidatos locais no pleito de outubro, entre outras questões políticas subjacentes. E, para não dizer que foi apenas um programa de político, a segurança pública também ganhou espaço – e o mote foi o segundo assalto de que foram vítimas os habitantes de Mata, na madrugada de hoje.
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Ataque em Mata? Só falta o Schirmer dize que a lotérica da cidade está ganhando muito dinheiro, que o comércio está ganhando muito dinheiro e que devem “colaborar” com a segurança. Cascatas deste tipo pululam, no RJ noutro dia alguém saiu com “existe interesses na violência fluminense, gente querendo ganhar dinheiro com segurança privada”. Velha e boa teoria da conspiração.
O resumo é que o sistema jurídico tupiniquim, ao contrário do anglo-saxão, é de uma burocracia lusitana. O senso de justiça da maioria da população é diferente da dos “técnicos” (burocratas que ganham dinheiro com a complexidade). Democraticamente querem um sistema suíço numa ilha pirata, óbvio que não dá certo, óbvio que é instável, óbvio que ajustes deverão ser feitos.
Como as pessoas definem que outra é “bandido”? Senso comum. Advogados não gostam devido as “altas filosofias” deles. Mulher cheia da grana que quis dar um carteiraço noutro dia cometeu um deslize. Mulher que jogou a tv e acertou o carro da BM cometeu um deslize (poderia ter acertado a cabeça de alguém). Pessoal que cometeu o ataque em Mata não, estes são bandidos. Simples.
Polícia prende e judiciário solta. Esta história dos requisitos do 312 (por exemplo) dão muita margem à discricionariedade. Inúmeros casos ocorrem em que o juiz solta e o meliante volta a cometer crimes. No caso da mulher que jogou a tv ninguém vai reclamar que soltaram a moça, não vai mais jogar televisores pela janela (até mesmo porque é caro). Ainda por cima existem juízes que soltam meliantes por pura ideologia, não é segredo para ninguém. Falam que existe recurso, mas até que o mesmo seja apreciado e prendam de novo o meliante muita gente virou vítima.
Deslizes? A do carteiraço quis se esquivar. A da TV arremessou. Forte a moça grávida!
Deslize. Mulher pelo falam estava embriagada. Não iria declamar Olavo Bilac, fez alcoolizada o que muita gente faz sóbria só com a adrenalina de quem foi pego fazendo KK. Mulher que jogou a tv idem. Problema é que olhando de longe com a cabeça fria é fácil julgar.
Pessoas gostam do resumo que sai na imprensa e não se dão o trabalho de olhar a pesquisa. 26,4% disseram que poderiam votar em alguém indicado pelo Molusco dependendo do candidato e 16,4% votariam em qualquer candidato indicado pelo Molusco.
Ninguém notou que o editor era militante há muitos anos. Alás, advogados também usam o termo. Quando um vai apresentar o outro em alguma cerimônia pública e na babação de ovo do introito diz somente que o outro é advogado militante “há tantos anos” pode escrever, no mínimo não se dão bem.