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A TENDA. Sem Schirmer, uma reunião nada decisiva. Exceto que familiares ficam onde estão. Por enquanto

Para defender o espaço na Praça, abraço coletivo aconteceu domingo (foto do Feicebuqui)
Para defender o espaço na Praça, abraço coletivo aconteceu domingo (foto do Feicebuqui)

Até a poeira escondida nos corredores quase centenários do Palacete da SUCV sabe o quanto foi estabanada, estapafúrdia e insensível a ordem de despejo EMITIDA na quinta-feira. O alvo foi a presença dos familiares das vítimas da tragédia da Kiss em uma tenda na Praça Saldanha Marinho.

Tanto era absurda  (ainda que “no estrito cumprimento da lei”, como disse um secretário em entrevista concedida na manhã de sexta-feira, duas horas antes de a ordem ter sido simplesmente cancelada pelo comandante do Palacete) que não foi cumprida. Até agora. E será?

Este editor considera, no mínimo, improvável que o prefeito Cezar Schirmer, que declarou em entrevista ao jornal A Razão não pretender rebater manifestações de pais de vítimas da Kiss, leve adiante essa determinação. E ele até tem argumentos para isso bastante consistentes: afinal, por que os familiares da Kiss apenas se, como se sabe, a prefeitura sequer consegue fazer cumprir um decreto que impede a circulação de veículos com som de propaganda pelas ruas do centro da cidade?

Sim, carros e motos andam por aí vendendo desde entradas para shows, até detergentes e elixires da longa vida. Sem falar em outras questões urbanas, como os programas (devidamente legalizados) sobre calçadas e anúncios publicitários na via pública, também tendentes ao esquecimento. Por que logo os familiares da Kiss?

Talvez seja por isso, somado ao fato de o prefeito estar em viagem, que a reunião acontecida na tarde passada, entre o Chefe de Gabinete, Ony Lacerda, e o secretário de Desenvolvimento Urbano, Renato Brunet (a cuja pasta está subordinada a determinação de despejar os familiares da Kiss), foi simplesmente inconclusiva.

Resolveram esperar o prefeito. Talvez, é mera suposição claudemiriana, devessem ter feito isso antes. Agora estão com um pepino enoooorme. Mas há uma saída honrosa, proporcionada justa e ironicamente pelos despejados. Basta aceitar o pedido de prorrogação de permanência deles no local, até que o processo criminal da Kiss encerre. Simples, não? É isso ou terão que conviver com protestos talvez bem mais perto do Palacete da SUCV, como já anunciaram familiares das vítimas.

EM TEMPO: Na madrugada passada, aqui mesmo, PUBLIQUEI  que haveria consequências, no Palacete da SUCV, por conta da barbeiragem política cometina na quinta feira. Bueno, não houve. Por enquanto.

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5 Comentários

  1. Paulo Carvalho,dá uma olhada,no que escrevi dia 14/03/2014,em;;;EXTRA;Prefeitura Expulsa Familiares da Kiss na Praça, e também no dia 14/03/2014,com o titulo;;;;Suspenso o Despejo de Familiares da Kiss,é por aí,concordo contigo!!!

  2. Passaram as 72 horas? Cadê o fiscal para cumprir sua notificaçâo?
    Que facilidade um prefeito revogar um documento que cita uma LEI. Teria acontecido algo igual na Kiss?

  3. Uma coisa é certa, se quem bolou esta ordem de despejo tivesse utilizado o mesmo critério com a Kiss, não haveria as mortes.
    Está circulando por aí, e é de fundamento, a dúvida se o espaço público ocupado por aquela chopperia no calçadão com mesas, cadeiras e um cercado, também não transgride a lei. Ou ali, pelo motivo de o proprietário ser apoiador, também tudo pode, a exemplo da boate?

  4. Ou foi obra de quem quer mostrar “serviço”, ( vamos dar uma força para o nosso chefe) ou foi encomendado pelo prefeito com algo do tipo ” se der m…., eu não sei de nada, cancelo e fica por isso mesmo, mas se “colar” , ah ganhamos mais um ponto nessa briga pelo esquecimento. Em ambos os casos é coisa de imbecis. Se fossem corretos e respeitosos, perguntariam aos pais, falariam das opções, mas não emitiram uma ordem de despejo de um simbolo da tragédia. ali não é uma barraca de artesanato (que também merece respeito), é a lembrança da maior tragédia em ambiente fechado do Brasil, uma das maiores do mundo. Nada mais terrível para uma cidade. E tem imbecis que emitem uma ordem de despejo ! Estavam cumprindo a lei e se preciso fosse usariam a força policial para fazer a desocupação.
    Qual é a civilidade desses agentes públicos ?
    Agora vão ter que prestar contas do que tentaram fazer e do que falaram. Não ficarão impunes. acabou a festa de “servicinhos encomendados”, Esta acabando a festa com o dinheiro público. A rápida divulgação e o repúdio de seus atos imorais nesses tempos de manifestações convocadas em poucas horas. Nesses tempos de até exageros nas manifestações cada vez mais os agentes públicos não podem mais fazer e falar o que querem. Nada passa desapercebido. As informações vem rápidas e fulminantes. As comparações com tantas transgressões, como citado no texto do Claudemir, e as reuniões de “indecisos” que aguardam o chefe. Isso mostra como ele é o chefe. e se ele não mandou fechar a boate com tantas irregularidades, quem ousaria fecha-la ? Mostra como as coisas funcionam ali. Vamos ver…o que vão responder sobre isso. Não ficará assim nem essa e nenhuma outra.

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