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NEGÓCIOS. Serviço público, educação e comércio são setores fundamentais para a economia de Santa Maria

Rua do Acampamento, bem no centro da cidade, um dos pontos fundamentais para o comércio de Santa Maria desde sempre

Por ANDRESSA MARIN (texto e foto), Especial para o Site

O coração do Rio Grande vêm, assim como o Brasil e o mundo, seguindo uma série de desenvolvimentos econômicos. a ferrovia, por exemplo, hoje não se utiliza mais, mas fica de memória de uma realidade que hoje não existe mais. Historicamente, a economia da cidade se baseou no exército e, após os anos 60, nas universidades que hoje dominam a economia da cidade. Em consequência disso, hoje o setor público é o ponto mais forte de Santa Maria no viés econômico.

Segundo Thales Zamberlan, economista e professor universitário, o orçamento da cidade não é tão grande quanto o da universidade. “Santa Maria tem uma renda muito maior do que deveria ter, dado a estrutura econômica da cidade, simplesmente porque a gente tem essas transferência de renda do resto do Brasil pra cá, de exercício e via universidade”, comenta.

O desenvolvimento da educação em Santa Maria é um ponto de extrema importância na cidade universitária. A cidade nunca teve um “surto” industrial, o que faz a cidade não ter características industriais e muitas vezes exportar mão de obra – os estudantes pegam o seu diploma de graduação e vão atuar em outra cidade. Então, segundo Mateus Frozza, economista e professor universitário, a cidade atualmente é polo na prestação de serviços e serviços educacionais, além de ter renda concentrada nos funcionários públicos, principalmente os militares em relação ao seu efetivo: “Santa Maria se mantém pela renda circulante, pelo pagamento do funcionalismo e dos estudantes que aqui residem”, finaliza.

E o que diz a pessoa que atua no cenário econômico da cidade há muito tempo? O relato é de Marli Rigo, 59 anos, empresária e presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Maria. Ela conta que com 16 anos se mudou para Santa Maria e começou a trabalhar em uma grande empresa do ramo automobilístico. Após 13 anos de aprendizado como comerciária, Rigo resolveu empreender por conta própria. Hoje, 29 anos depois, já tem a sua marca consolidada na cidade e afirma que sucesso não vem de bandeja e uma empresa deve ser bem planejada.

“Uma empresa funciona desde a logística de distribuição dos móveis até conta bancária, consumidor, atendimento e marketing de relacionamento. Como empresários devemos ter uma busca constante”, diz. Além disso, a empresária relembra como as coisas eram nos anos 70, quando veio morar na cidade e compara com o cenário atual. “A cidade que naquela época era vista com uns olhos, hoje é vista com outros. Hoje se vê a cidade se modernizando, grandes grupos ganhando muito mais espaço do que antigamente”, relata.

Marli Rigo ainda acrescenta que antes as empresas eram tocadas pelos seus proprietários, familiares e que isso sustentava a cidade, deram início a economia e dominavam o mercado local. Mesmo após o desaparecimento desse cenário a cidade continuou crescendo. “A cidade hoje é vista como um polo comercial. Todos os grandes grupos e redes querem se instalar em Santa Maria por que temos uma renda per capta que dá sustentabilidade para o comércio se manter sempre saudável”, comenta.

A empresária ainda fala sobre a questão da saúde e dos estudantes na cidade, pontos que “conversam” diretamente com a economia: “Santa Maria está em uma localização geográfica do Estado que pega muitas regiões de interior. Não temos só o cliente que vem buscar o consumo, mas também o turismo da saúde, onde nós temos muitos hospitais, clinicas e especializações que cidades das redondezas vem buscar aqui e aproveitam para também já adquirir produtos. Santa Maria é uma cidade dormitório, muito passageira, onde há muitos estudantes, então assim como vai ter consumo para jovem, vai ter o consumo para pais, mães e familiares que vem visitar os seus filhos”, comenta.

Por fim, Marli Rigo também deixa a mensagem de que se deve acreditar na cidade e no retorno que Santa Maria pode trazer com tudo que se deixa por aqui.

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Um Comentário

  1. Orçamento da UFSM não é um parâmetro muito confiável. Parte do dinheiro não vem, é pagamento de aposentadorias de gente que saiu da cidade. Muito do material de consumo da universidade (e do hospital) vem de fora da cidade. Por outro lado, se não me engano, o dinheiro das bolsas de estudo (CAPES e CNPq) é pago por outra via, não entra no orçamento.
    Educação, o setor, tem encontro marcado com a curva demográfica.
    Pessoal do comércio gosta de ‘falar positivamente’ apesar do óbvio ululante. Santa Maria está em decadência. Outras cidades não pararam no tempo, exemplo mais óbvio é Passo Fundo.
    Comércio da aldeia já não é tão pujante, o ‘aluga-se’ e o ‘vende-se’ está bem aparente. Construção civil também tem um estoque razoável. Na saúde mandam gente para POA (ônibus?) e alguns médicos tem consultório aqui e lá.
    Santa Maria precisa de um choque de realidade. Ou a espiral descendente continua.

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