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POLÍTICA. Independente do resultado, eleições deste ano levarão a um rearranjo de forças em Santa Maria

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e infográfico), da Equipe do Site

Outubro será um divisor de águas na política santa-mariense. A partir do momento em que os eleitos forem conhecidos, haverá uma mudança no status quo. O que está em jogo são cargos em órgãos públicos, alianças partidárias e até as candidaturas à Prefeitura em 2020.

Dos oito candidatos a prefeito em 2016, sete participaram do pleito de 2014. Enquanto seis concorreram à Assembleia Legislativa – Jader Maretoli (PTB), Jorge Pozzobom (PSDB), Marcelo Bisogno (PDT), Paulo Weller (PSTU), Valdeci Oliveira (PT) e Werner Rempel (PPL) – um esteve na corrida à Câmara dos Deputados – Fabiano Pereira (PT). Apenas Alcir Martins (PSOL) não esteve na eleição há quatro anos.

Pozzobom, por exemplo, foi eleito deputado estadual com 48.244 votos. Destes, 27.239 votos foram conquistados em Santa Maria, levando-o ao primeiro lugar na cidade entre os candidatos à Assembleia Legislativa. O bom resultado impulsionou sua vitoriosa candidatura à Prefeitura dois anos depois.

Entre os seis que concorreram à Assembleia, cinco ficaram entre os dez mais votados em Santa Maria. Apenas Weller não ficou bem posicionado. Na cidade, ele foi o 215º mais votado entre os candidatos a deputado estadual, com 15 votos. No total, o candidato do PSTU conquistou 52 votos.

Entre os santa-marienses das tabelas acima, Fabiano, Jader e Valdeci concorrem à Assembleia no atual pleito. Já Badke e Rempel tentam vaga à Câmara dos Deputados.

Reforma no secretariado

Uma das primeiras consequências do pleito será uma reforma no secretariado do governo Pozzobom. Conforme o controlador geral do Município, Alexandre Lima (PSDB), as mudanças já são estudadas e deverão ocorrer, sobretudo, em cargos técnicos (geralmente de segundo escalão, como secretários adjuntos e superintendentes).

“Um exemplo prático. Se Geraldo Alckmin (PSDB) for eleito à presidência, abrem-se vagas em órgãos de nível federal na região que poderiam vir a ser ocupados por técnicos que hoje atuam na Prefeitura. Além disso, o pleito irá provocar um rearranjo de forças na política local, onde alguns jogadores vão sair fortalecidos. Logo, é natural uma reforma no secretariado após o pleito”, explica.

Embora Lima afaste, no momento, a possibilidade de mudanças no primeiro escalão, a situação é diferente nos bastidores. Lideranças da base do governo consideram que a Administração precisa dar uma resposta mais efetiva para os problemas da cidade, algo que passaria pelos secretários.

As pastas mais visadas são Saúde e Infraestrutura, comandadas, respectivamente, por Liliane Duarte e Paulo Roberto de Almeida Rosa. Em comum, ambos possuem perfil técnico e não são ligados a partidos políticos.

PP, MDB e seus dissidentes

Quem deve sair beneficiado com mudanças nas peças no tabuleiro pós-pleito são PP e MDB, os partidos mais fortes na base do governo Pozzobom. Hoje, ambos estão divididos e caminham para acirradas eleições de seus diretórios em 2019.

O PP, da presidente Sandra Rebelato (também atua como secretária municipal de Meio Ambiente), viu seu diretório ruir em agosto, quando o grupo liderado pelo vice, Mauro Bakof, licenciou-se por discordar dos rumos da sigla em relação a falta de apoio a candidaturas de Santa Maria à Assembleia e, principalmente, quanto ao fim da candidatura do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP) ao governo do Estado (AQUI).

Em 1º de dezembro, o grupo dissidente retorna ao diretório já com foco em 2019. Entre seus integrantes, há aqueles que defendem o lançamento de candidatura na eleição interna que definirá o próximo presidente da sigla.

Caso leve a ideia adiante, o grupo irá comprar uma briga direta com os maiores caciques da sigla, que inclui, além de Sandra, o assessor superior do prefeito, Paulo Airton Dernardin e o vice-prefeito, Sergio Cechin.

No MDB, Magali Marques da Rocha conquistou a presidência, em agosto de 2017, com apenas três votos de vantagem sobre Valmor Franciscato, candidato do ex-prefeito e atual secretário estadual de Segurança, Cezar Schirmer (AQUI). A derrota até hoje não foi bem digerida na sigla. Fontes do site indicam que Schirmer tem três metas para a política local.

A primeira é colocar Tubias Calil (MDB) como chefe de gabinete de Adelar Vargas – Bolinha (MDB), que será o presidente do Legislativo, em 2019, caso o acordo do Grupo dos 11 se mantenha firme. O segundo passo é reconquistar o partido em 2019, o que abriria caminho para o terceiro objetivo: inserir Tubias como candidato a vice em um chapa competitiva para a Prefeitura, em 2020. Vale lembrar que, em 2016, algo semelhante já ocorreu, com Magali sendo a vice na chapa liderada por Fabiano.

Em contato com o site, há alguns meses, Tubias relevou que tem planos de fazer uma pós-graduação no exterior, em 2019, o que impossibilitaria atuar ao lado de Bolinha. Contudo, fontes do partido garantem que trabalham para fazer o ex-secretário de Obras mudar de ideia.

Grupo dos 11 além da Câmara

Mais do que uma aliança para tirar a Mesa Diretora do Legislativo das mãos do governo Pozzobom, o Grupo dos 11 é também a semente para coligações ao pleito de 2020 à Prefeitura. O pleito de domingo (7) será referência para o futuro do grupo.

Hoje, o G11 é formado por vereadores provenientes de PT, PTB, REDE, PSB, PRB, PSD e MDB. Entre eles, o que sonha mais alto com 2020 é o PT. Uma boa votação de Paulo Pimenta (PT) e Valdeci, em Santa Maria, irá fortalecer a busca por um vice.

Uma fonte graúda no PT revela que, hoje, o preferido para o posto é o vereador Marion Mortari (PSD), devido a sua forte identificação com o interior. Contudo, a sigla também não descartaria ter como vices os vereadores Alexandre Vargas (PRB) e Deili Silva (PTB), ou o presidente municipal do PDT, Marcelo Bisogno.

Em uma publicação no Facebook, em 15 de setembro, o líder da bancada petista na Câmara, Daniel Diniz, indicou que o futuro está em construção.

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Um Comentário

  1. Uma coisa praticamente certa na politica da aldeia: muita gente não será mais do que já foi. Irão ficar por aqui.
    Geraldo, até prova em contrário, não corre risco de se eleger. Dudu Milk até pode. Alás, está levando o PTB junto, o que leva a uma pergunta básica: Lara, aquele de Bagé, vai ser secretário de Dudu Milk?
    ‘Dar uma resposta mais efetiva aos problemas da cidade’ é a mais pura balela. Não tirando técnicos e substituindo por políticos incompetentes que os problemas da cidade terão melhor futuro. Cladistone precisa de votos no Casarão da Vale Machado. Edis querem vitrine para ganhar votos em 2020. O que leva a discussão sobre democracia, porque está em crise e porque não ‘entrega’. Vendem a solução de um problema político como se técnico fosse.
    Como Helen não decolou, estão inventando uma Helen do B, doutora Deili? Ou está servindo como boi de piranha, na hora H trocam?

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