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CRÔNICA. Gilvan Ribeiro segue a refletir sobre o tempo. Afinal, está mesmo passando mais rápido?

O tempo e a hiperconexão

Por GILVAN RIBEIRO (*)

No meu artigo anterior, publicano no sábado, 30 de março, iniciei uma investigação acerca do tempo e sua velocidade. O que pretendo agora, portanto, é dar sequência ao que ficou em aberto no último texto.

Afinal, o tempo está passando mais rápido?

Na ocasião passada apresentei duas opiniões para circular esta problemática, ambas vindas de professores da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista dada a um site de notícias da própria instituição.

Para um deles, o docente Ronald Ranvaud, o fato de sentirmos que o tempo está passando cada vez mais rápido, está diretamente ligado – dentro outras questões – a nossa idade.

Amparado por uma lógica matemática, Ranvaud explica que o tempo parece andar mais rápido para os adultos do que para as crianças, isso se dá por uma simples relação comparativa. Ou seja, um ano representa 10% da vida vivida quando você tem dez anos de idade, e se você possui cinquenta anos, um ano é apenas 2% da sua vida.

Ao que tudo indica, a simplicidade desta teoria não necessariamente coloca em cheque sua coerência. Porém, como eu já havia exposto ainda no texto anterior, o relato de uma amiga me fez pensar um pouco mais sobre essa questão. Segundo ela, sua filha de 10 anos de idade se queixou que o tempo parece estar indo rápido demais.

Obviamente que esta pode ser apenas a sensação isolada de uma criança. Ainda a tempo, é importante frisar que este se trata de um tema complexo e qualquer conclusão que busque delimitar soluções definitivas a tal problemática, pode ser questionada e considerada subjetiva.

Porém, o que a pequena Maya percebeu pode estar ligado a algo que torna não apenas o seu tempo mais veloz, mas de todos nós. A hiperconexão proporcionada pela era digital tem deslocado nossa percepção de tempo e espaço.

É o que explica o historiador e professor Leandro Karnal (foto), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para nos ajudar a entender as conexões do que sentimos com os fenômenos da nossa era, Karnal elaborou uma palestra que catalisa várias temáticas.

Assim, para finalizar este artigo vou me valer de um recurso multimídia, que paradoxalmente só é possível graças às inovações tecnológicas digitais.

Do texto escrito ao vídeo falado, convido aos meus leitores a clicarem no link  https://www.youtube.com/watch?v=tTyn8c1sD0k que levará diretamente às importantes colaborações do professor Karnal.

(*)  GILVAN RIBEIRO, 29 anos, é atleta olímpico e apaixonado pelo jornalismo (cursa o 8º semestre, na UFN) e pela Psicologia (está no 1º semestre, na UFSM). Ele escreve no site sempre aos sábados.  

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: A imagem que ilustra esta crônica é uma reprodução do You Tube.

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