ELEIÇÕES. Drama dos partidos médios e seus sete edis. Sem alianças, correm o sério risco de não se reeleger
Por CLAUDEMIR PEREIRA (com montagem sobre imagens de Reprodução), Editor do Site
Começa a se consolidar, nos partidos santa-marienses, a grande questão que se coloca para 2016. Enfim, caiu a ficha. Trata-se, claro, da impossibilidade de fazer alianças para o pleito proporcional. Se é um problema importante para os partidos maiores, que não raro se valiam de siglas menores para “engordar” a votação, permitindo a eleição de mais candidatos, muito mais significativo é justamente para os miúdos, que ficam “sem pai nem mãe”, porque lhes falta voto para eleger quem quer que seja.
Dito isto, o objetivo desta nota é focalizar, especificamente, as agremiações médias – seja porque, por ideologia, agregam número importante de apoiadores, ou mesmo por terem um nome significativo, e que tem lá seu potencial eleitoral.
Essa situação, claro, pode mudar de eleição para eleição. Mas, tomando a mais recente, de 2016, como parâmetro, há pelo menos sete edis (exato um terço do parlamento) que, nas condições que passam a valer, estariam fora da Câmara de Vereadores. Embora com significativa votação pessoal, sem aliança, não lograriam eleger-se, há três anos.
São os seguintes, nomeados por ordem decrescente de votação (e entre parênteses a coligação a que pertenciam):
Marion Mortari (PSD – coligado com PMDB, PMN e PV), 3.568 votos.
Alexandre Vargas (PRB – coligado com SD, PTC, PSL, PRTB, PTN e PSC), 2.552 votos.
Manoel Badke (DEM – aliado do PSDB), 2122 votos
Leopoldo Ochulaki (PSB – coligado com Rede, PTB e PPS), 2.067 votos
Deili Silva (PTB – coligado com PSB, Rede e PPS), 1.797 votos.
Jorge Trindade (Rede – coligado com PSB, PTB e PPS), 1.670 votos.
Ovidio Mayer (PTB – coligado com PSB, Rede e PPS), 1.563 votos.
Dadas as informações, há 2020 ali na esquina, sem possibilidade de alianças que facilitem a eleição de quem quer que seja. Como irão se comportar? Parte dos partidos ensaia tentativa de bancar candidatura majoritária – o que poderia alavancar a chapa proporcional. Outro grupo imagina a possibilidade de ser vice “de alguém” e entrar na carona da majoritária ou até bancar uma aventura à Prefeitura. Caminho complicado, mas viável. E outros, digam o que disserem, estão mesmo é preocupados com a sobrevivência. E até pensando em trocar de partido, na janela da traição que virá em março de 2020.
A seguir, um cenário possível, montado pelo escriba, a partir de conversa com observadores partidários e das matérias publicadas no site pelo repórter Maiquel Rosauro. Tudo é crível, mas não necessariamente se confirmará, pois ainda há tempo para uma decisão – não obstante os discursos feitos agora. Acompanhe, por sigla:
PSD – O caminho próprio parece inviável. O mais provável é apoiar uma candidatura majoritária, quem sabe oferecendo o nome do vice (o próprio Mortari – embora existam dúvidas sobre sua elegibilidade)
PRB – Aparentemente, o que está melhor resolvido. Deverá ter candidatura majoritária. A tendência é que seja Jader Maretoli que, há três anos, no SD, obteve votação surpreendente. E ainda gostaria de reforçar a nominata à Câmara, contando, além de Alexandre Vargas, com Jorge Trindade, eleito pelo Rede.
DEM – O partido do vereador Manoel Badke é o que, historicamente, tem conseguido as melhores alianças municipais. Quando isso aconteceu, Badke se elegeu. Sem coligação, há dois caminhos. Um é montar uma chapa forte. Ao que tudo indica, há nomes na agremiação, capazes de boa votação. Suficientes? Não se sabe. Ninguém sabe. De partido algum, aliás. A outra é bancar uma improvável candidatura própria ou, quem sabe, ser vice de algum graúdo. Quem se habilita?
PSB – Curiosamente, embora tenha nomes significativos eleitoralmente, especialmente o ex-deputado Fabiano Pereira, é o partido que pode estar mais encalacrado. A menos, claro, que consiga uma nova aliança majoritária em torno de Fabiano. Poucos acreditam que isso seja provável, hoje, mas não é impossível. Melhoraria bastante a situação se o ex-candidato a prefeito concorresse a vereador, com boas chances de se eleger e levar junto mais um, quem sabe o atual edil, Leopoldo Ochulaki, o Alemão do Gás.
PTB – Numa incrível combinação, que poucos acreditavam, cá entre nós, a aliança formada em 2016 para a Câmara garantiu a eleição de dois edis petebistas. Para repetir esse desempenho, há duas condicionantes. Uma é ampliar a nominata com nomes fortes, que possam coadjuvar Deili Silva e Ovídio Mayer. A outra, também em discussão, seria encontrar um parceiro e oferecer o nome do vice. Quem? Deili Silva, consta, poderia assumir essa condição. Mas ninguém ousa garantir coisa alguma.
Rede – É a situação mais fácil de comentar. Jorge Trindade sabe; as ruas de Camobi e do campus da UFSM que ele frequenta têm certeza: sua chance de manter-se na Câmara só existe se ele deixar o Rede, partido em extinção no Rio Grande do Sul, depois da ida do deputado não reeleito João Derly para o PRB. A única coisa que não se sabe é para onde irá Trindade. Para quem, como a ideologia não chega a ser exatamente um problema, o caminho pode ser o mesmo PRB, o PSB e até um retorno ao PT. O pragmatismo decidirá.
Um partido que ganha uma certa importância nessa nova realidade de não haver mais coligações na proporcional é o PCdoB, com a filiação de Werner Rempel.
Salvam-se Ovidio e Maneco Badke, os demais não se elegendo é melhoria.