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UFSM. Premiado professor, José Miguel Reichert é considerado referência em Preservação Ambiental

Honraria “O Futuro da Terra” é entregue ao docente na Expointer deste ano

Professor Miguel Reichert durante pesquisas (Foto Ederson Ebling) e, no destaque, no momento da premiação (Foto Tiago Haas Reichert)

Por Gabrielle Pillon / Da Agência de Notícias da UFSM

Aconteceu ontem à noite a cerimônia de entrega da premiação O Futuro da Terra, na Expointer, em Esteio/RS, onde o professor do Departamento de Solos da UFSM, José Miguel Reichert, recebeu o prêmio na categoria Preservação Ambiental.  O docente acredita que a honraria é em decorrência de sua trajetória de 38 anos dedicados à agronomia, envolvendo extensão, pesquisa, ensino e administração. Para ele, ser homenageado representa uma distinção e uma responsabilidade: “para além do prêmio recebido, sou feliz por ser Professor e Cientista, casualmente as duas categorias profissionais mais confiáveis para os brasileiros”, afirma Reichert, ao citar pesquisa do Instituto Ipsos

Longo caminho 

O professor conta que ao longo de sua caminhada profissional sempre esteve presente a preocupação ambiental, a fim de investigar e aplicar conhecimentos para minimizar os impactos negativos de atividades agrícolas. Além disso, reconhece o papel fundamental da academia na pesquisa e na formação de recursos humanos com sensibilidade e capacidade de atuação. “Cada vez mais a sociedade cobrará do setor rural a produção de comida mais saudável e com menor impacto ambiental”, entende. 

Dentre os projetos de base científica e tecnológica que desenvolve neste tema, o professor destaca os seguintes: quantificação da retenção de água no solo e sua disponibilidade para as plantas; manejo do solo na cultura do fumo para a redução de perdas e da contaminação hídrica de solo, nutrientes e agrotóxicos; qualidade do solo na produção agroecológica de citrus; condição estrutural do solo para melhorar sua exploração pelas raízes de cultivos diversos; estrutura do solo (inclusive com o uso de tomografia computadorizada) pela sua compactação/descompactação mecânica e biológica, e a relação com a funcionalidade do sistema poroso para os componentes hídrico e gasoso; manejo florestal  em bacias hidrográficas para melhorar o uso da água do solo (medição do fluxo de seiva para uma estimativa da evapotranspiração pelas árvores),  reduzir a erosão hídrica e manter a vazão nos riachos; e  determinação da origem dos sedimentos em bacias hidrográficas agrícolas, florestais e sob pastagem. 

Impacto na sociedade

Segundo o pesquisador, esses estudos contribuem para a definição do Zoneamento Agrícola de Risco Climático, que é uma ferramenta de gestão que orienta sobre as épocas de cultivo de espécies agrícolas em que há menor risco de perda de produtividade, devido às variações climáticas. Ele também atua em projetos de irrigação e manejo do solo que auxiliam no trabalho de diversos setores da sociedade que exercem atividades no campo. 

O docente continua ao afirmar que os resultados dos estudos sobre erosão e origem dos sedimentos apresentam-se como ferramentas para indicar locais prioritários para execução de práticas de conservação do solo e da água, sejam elas nas lavouras, estradas públicas não-pavimentadas ou nas barrancas dos riachos. Portanto, podem ser utilizados tanto por parte dos agricultores como do poder público. Os resultados sobre manejos mais conservacionistas auxiliam os extensionistas, agricultores e empresas rurais no incremento da sustentabilidade agrícola e redução dos impactos ambientais.

Dessa forma, o objetivo maior de toda pesquisa desenvolvida pelo professor é que o ambiente e os ecossistemas sejam favorecidos de modo sustentável, com um melhor aproveitamento da energia que vem do sol e da água da chuva. “Com produção mais sustentável, não há necessidade de avançar sobre ecossistemas naturais”, complementa Reichert. 

Produção x preservação 

Nesse cenário, é comum pensar que a preservação ambiental é oposta à produção agrícola, alicerce da economia brasileira. Para o professor, esse conflito está, muito provavelmente, nas percepções díspares entre setor rural e urbano. Ele compreende que a  grande maioria dos agricultores não é “inimiga da natureza”, e estão interessados em preservar a própria saúde, a dos consumidores e a do ambiente. O meio urbano, ao exigir comida e outros produtos agrícolas produzidos de forma mais sustentável, tem um efeito positivo sobre a forma de produção. Todavia, ele reconhece a existência de grupos articulados politicamente para resistir à ideia de preservação. “Há muitos exemplos de agressão à conservação das águas e da biodiversidade”, lamenta. 

O professor então destaca que é preciso atuar em uma nova lógica. Um exemplo de inovação no campo aliado à preservação é a popularização de pesticidas naturais, que buscam, aos poucos, ser uma alternativa aos cancerígenos agrotóxicos. Reichert explica que, com o controle biológico, busca-se controlar pragas agrícolas e insetos transmissores de doenças a partir do uso de seus inimigos naturais. Também, faz-se o controle de enfermidades de plantas a partir da redução da densidade de inóculo ou das atividades determinantes da doença com a participação de um ou mais organismos. Esses seriam exemplos de como é possível uma atuação mais sustentável no campo.

Reichert esclarece que essa discussão e aplicação tecnológica é mais comum nos últimos anos. As razões são muitas, desde a pressão da sociedade por comida sem agrotóxicos, a preocupação de uma parcela dos agricultores com a saúde própria e coletiva, a atuação de órgãos de extensão com foco na agroecologia, a maior produção científica e tecnológica sobre o tema, e a existência de empresas produtoras e comercializadoras desses produtos…”

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