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Varig vive um dia de cada vez. Até quando?

Ter esperança é um dom. E ele ainda é maior para os que acreditam, ainda, na sobrevivência da Varig como empresa aérea. Aliás, a mais tradicional da aviação comercial brasileira. Um verdadeiro patrimônio dos gaúchos, marca registrada do empreendedorismo gaúcho.

Agora, a esperança está toda concentrada na proposta feita pela VarigLog, uma ex-subsidiária da companhia, vendida a um grupo de investidores nacionais associado a um fundo de investimentos norte-americano. É exatamente a VarigLog que, pingando recursos diários, mantém – se é que dá pra dizer assim – a Varig voando. Ela quer comprar a empresa. Mas não quer um novo leilão, pois poderia contar com o voto contrário exatamente do GTV (Grupo Trabalhadores da Varig), que comprou, mas não conseguiu pagar sequer o sinal, no prazo fixado pela Justiça.

É um rolo. E dos grandes. Mas que teve um novo capítulo nesta terça-feira e que pode acabar, quem sabe, hoje – se é que alguém ainda acredita nisso.

Confira, na notícia distribuída pela Agência Estado, e que os jornais devem estar publicando nesta quarta, assinada pela repórter Mariana Barbosa, da sucursal carioca do jornal O Estado de São Paulo, os últimos lances desta que é, convenhamos, uma epopéia de final que já foi mais previsível:

”VarigLog tenta adequar proposta a pedido da Deloitte
As modificações visam a adaptar a proposta da Varig Log ao Plano de Recuperação Judicial, aprovado em assembléia de credores em dezembro

A VarigLog entregará na quarta-feira ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro uma nova proposta de aquisição da Varig, com pelo menos parte das modificações solicitadas pela consultoria Deloitte. As modificações visam a adaptar a proposta da Varig Log ao Plano de Recuperação Judicial, aprovado em assembléia de credores em dezembro. Com isso, tenta-se evitar que a proposta tenha de passar pelo crivo de uma nova assembléia de credores.

Além de retardar o processo, pois a assembléia precisa ser convocada com antecedência, a apreciação da proposta pelos credores aumentaria os riscos de o negócio dar para trás. Isso porque a associação Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) – que, por meio da NV Participações, fez uma oferta pela empresa aérea no leilão judicial mas não conseguiu apresentar o dinheiro para honrar a proposta – tem mandato para representar os trabalhadores na assembléia e poderia votar contra.

Entre as modificações que foram solicitadas pela Deloitte está a inclusão de instrumentos que garantam a continuidade da Varig velha, rebatizada de Varig Relacionamento, que não seria adquirida pela Varig Log. A Varig Log fez uma oferta de cerca de US$ 500 milhões pela Varig Operações, que inclui as linhas domésticas e internacionais, enquanto a Varig velha herdarias as dívidas, os trabalhadores e ficaria responsável pela emissão de passagens, entre outros serviços. “Será feito o que for possível para se chegar a uma solução que não venha a ser contestada depois”, diz uma fonte na ex-subsidiária de cargas da Varig.

Caso não haja necessidade de convocação de assembléia de credores, o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo caso Varig, poderá convocar um novo leilão. Nesse caso, seria estabelecido um prazo para o surgimento de uma nova proposta por um preço melhor. Se isso acontecer, a VarigLog terá a oportunidade de cobrir a oferta ou desistir do negócio. Processo semelhante foi estabelecido no ano passado, com a venda da VarigLog e da VEM.

Leasing

Além de trabalhar nas modificações do plano, a Varig Log reuniu-se hoje com empresas de aluguéis de aeronaves. A Varig Log negocia primeiramente com os arrendadores cujos aviões já se encontram parados por decisão judicial, sob ameaça de arresto, como é o caso da ILFC, GATX e Boeing.

Além de tentar reincorporar à frota o mais rapidamente possível parte dos cerca de 20 aviões parados, a Varig Log quer evitar o endurecimento da postura das empresas de leasing na audiência prevista para hoje com o juiz Robert Drain, da Corte de Falências de Nova York. No entanto, segundo fontes ligadas às empresas de leasing, pelo menos uma, a ILFC, estaria decidida a não fornecer mais aviões para a Varig…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página da Agência Estado na internet, no endereço http://www.estadao.com.br/ultimas/economia/noticias/.

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