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De olho no futuro. O otimismo do mercado. E a retranca na proposta orçamentária de Lula

Presta atenção: o Dólar atingiu nesta quinta-feira mais um recorde negativo. Para cada unidade da moeda norte-americana era necessário 1,8730 Real. Ele, o troco ianque, cai de forma consistente. Um dia sobe um pouco, como aconteceu na quarta-feira. Noutro, logo em seguida, cai a patamar inferior ao de 48 horas antes.

 

Outro indicador: a Bolsa de Valores de São Paulo. Cada vez mais a maior da América Latina em volume de negócios. Nesta quinta, chegou aos 57.613 pontos, o 29º recorde do ano. Mas, e isso é ainda mais significativo, o movimento de dinheiro alcançou R$ 5,836 bilhões (melhor repetir, biiiilhões). Foi o maior desde a implantação do Plano Real no já longínquo ano de 1994.

 

Poderia ficar aqui a repetir outros números, tão ou mais grandiosos, acerca da economia brasileira – e depois ainda tem gente que não entende porque Luiz Inácio Lula da Silva ostenta tanta popularidade em qualquer pesquisa que seja realizada. Dá pra falar em comércio exterior, reservas em moeda forte, aquecimento nas vendas do varejo, e até na estabilidade inflacionária. E no FMI, que não dá mais as cartas por aqui. Mas fiquemos com esses, da Bolsa e do Câmbio.

 

E aí, o que a gente percebe? De um lado, o entusiasmo de quem está ganhando com tudo isso. E, aparentemente, é um número cada vez maior de brasileiros. De outro, ou quem sabe paralelamente, um certo ceticismo misturado com preocupação, dos analistas econômicos. Que ainda lembram, eu inclusive, da bolha do início do século, em que a moeda brasileira teve que ser superdesvalorizada, e que o País, nos dois últimos anos de Fernando Henrique Cardoso, simplesmente faliu, tendo que recorrer (ou já esqueceu?) ao fundo Monetário Internacional atrás de US$ 41 bilhões – afinal pagos por Lula.

 

E há, em contrapartida, um certo comedimento do governo, ao fixar as metas para os próximos anos. Inclusive no que toca à previsão orçamentário. Para elaborar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, aprovada pelo Congresso na quarta-feira, agendou-se uma inflação de 4,5% nos próximos dois anos. Exagero? Talvez. E o Dólar, então, que, conforme a proposta de LDO, ficará em R$ 2,23 no final do próximo ano. Não é um absurdo? Quem sabe.

Não, não tenho uma resposta. Exceto, quem sabe, uma constatação. As autoridades econômicas preferem a austeridade dos números, à euforia. E isso, afinal de contas, não é ruim. Se tudo der errado, terá sido bom. E se der certo, não ficará ruim. Ou não é isso? 

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira a reportagem “Governo fará Orçamento 2008 esperando crescimento de 5% e dólar a R$ 2,23”, de Ana Paula Ribeiro, da sucursal de Brasília da Folha Online.

Leia também a notícia “Bovespa sobe mais de 2% e bate mais um recorde”, publicada no Invertia, o canal de Economia do portal Terra, com informações da Agência Reuters.

Se quiser arrematar, confira aqui a reportagem “Bolsa bate recorde de volume de negócios desde Plano Real”, de Cláudia Violante, da Agência Estado, com informações da Reuters.

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