O movimento dos professores (e também de servidores de escolas) estaduais começa de forma parcial. Vale para Santa Maria e no restante do Rio Grande, onde a categoria começou, nesta segunda-feira, a realizar assembleias internas que, não raro, têm levado à decisão de parar.
A posição do magistério estadual, gestada desde que apareceram as informações acerca da intenção do governo de mexer no plano de carreira dos professores, e também propor outras modificações no dia a dia docente, foi anunciada oficialmente na última quinta-feira – como é possível conferir em matéria originalmente publicada na versão online do Correio do Povo (AQUI).
Credita-se ao feriadão o “atraso” nas assembleias setorizadas. Mas, ainda assim, algumas manifestações fortes já surgiram. Uma delas, por exemplo, aqui em Santa Maria. Cerca de 110 profissioais, entre professores, monitores e merendeiras, a elaboraram, ainda na quarta-feira passada. É um misto de indignação e desabafo, afora a disposição de luta, como você confere abaixo, com a reprodução do documento, na íntegra. A seguir:
“Carta aberta dos professores e funcionários do Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac – Santa Maria, RS
Nós, professores e funcionários do Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac, vimos a público repudiar o projeto de alteração do Plano de Carreira do Magistério Público Estadual proposto pelo governador Eduardo Leite.
Vivemos uma situação precária e humilhante nas escolas estaduais do Rio Grande do Sul. O parcelamento dos salários, há mais de 4 anos, tem levado ao endividamento e adoecimento de grande parte do magistério.
Além disso, as escolas vêm sofrendo com a falta de investimentos e com o congelamento das verbas para sua manutenção, processo que tem contribuindo para o sucateamento da infraestrutura física e precarização da qualidade do ensino.
A diminuição ou falta de recursos humanos como secretários, merendeiras, monitores, orientadores educacionais, funcionários da infraestrutura/manutenção, tem aumentado a sobrecarga de trabalho para todos, dificultando ainda mais o desenvolvimento das atividades de atendimento aos alunos e a boa gestão escolar.
Inúmeras ações como mutirões de limpeza, campanhas de doação de material, rifas e outras atividades são realizadas pela comunidade escolar com o intuito de amenizar as dificuldades enfrentadas.
Estamos trabalhando no limite entre a dignidade e o descaso do governo com os profissionais da educação e com nossas escolas!
Não bastasse tudo isso, o governador Eduardo Leite quer prejudicar ainda mais o magistério, propondo alterações em nosso Plano de Carreira, com o intuito de economizar às custas daqueles que já são penalizados todos os dias devido as atuais condições de trabalho. Entre as mudanças mais graves previstas estão:
– O congelamento salarial por tempo indeterminado;
– Fim das vantagens temporais (triênios, quinquênios e avanços);
– Fim da incorporação de gratificações para a aposentadoria;
– Aumento da contribuição para a aposentadoria;
– Difícil acesso apenas para escolas do campo;
– Redução nos adicionais de unidocência, classe especial e penosidade;
– Fim das convocações e substituição por contratos;
– Legalização da demissão de contratados em licença-saúde;
– Exclui o segmento das regras relativas à licença-saúde, gestante, adotante e paternidade com remuneração;
– Retirada dos contratados o direito ao abono família;
– Fim do abono de falta para participação em atividades sindicais, entre outros.
Não vamos aceitar perder nenhum direito! Temos o menor salário de todos os estados do país e não ficaremos calados, pagando a conta da má gestão do Rio Grande do Sul enquanto ocorrem desonerações fiscais bilionárias e sonegações de grandes empresas.
Por isso manifestamos nosso total repúdio ao pacote de destruição do Plano de Carreira do Magistério Público Estadual.
Deputados estaduais ouçam nossa voz! Votem contra o pacote de reformas proposto por Eduardo Leite!”
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