Destaque

PARTIDOS. Mauro Bakof deixa a presidência do PP e divulga uma “carta aberta” na qual explica a sua saída

Mauro Bakof (o segunda da direita à esquerda) durante a convenção municipal que o elegeu presidente da agremiação, em maio de 2019

Por MAIQUEL ROSAURO (com foto de Divulgação), da Equipe do Site

Mauro Bakof não é mais presidente do Progressistas de Santa Maria. Ele se licenciou da sigla nesta quarta-feira (29) e seguirá ausente da legenda até as 18h do dia 4 de outubro, data em que ocorre o primeiro turno das eleições. Neste período, permanecerá filiado e membro do Diretório Municipal.

“Minha licença é nada mais que uma liberação para que a maioria decida o que achar melhor. Ouvi de muitos que estavam entre a cruz e a espada, entre a faca e o queijo; várias expressões… Portanto, não quero ser: nem faca, nem espada. Sintam-se à vontade. Agora poderão tomar a melhor decisão”, disse Bakof em trecho de carta aberta que divulgou nesta quarta.

Ele assumiu a presidência da sigla em maio de 2019, no lugar de Sandra Rebelato, e imprimiu um novo ritmo ao partido. Já com foco nas eleições, Bakof levou os caciques do PP para reuniões nos distritos e em bairros da periferia. Até o fim do ano passado, ele calcula que foram feitas quase 200 novas filiações e ainda contava uma nominata encaminhada com cerca de 35 nomes para a vereança.

O grande trunfo para inflamar a militância foi a possibilidade de uma pré-candidatura do vice-prefeito Sérgio Cechin (PP) à Prefeitura. O desejo do partido era voltar ao protagonismo de um pleito eleitoral e reconquistar o espaço perdido no Legislativo, onde hoje possui apenas duas cadeiras, pouco para o tamanho e tradição do PP em Santa Maria.

Porém, em dezembro, todo o trabalho construído nos meses anteriores começou a ruir quando surgiram as primeiras informações de que o MDB sairia da Prefeitura a fim de lançar um pré-candidato ao Executivo. Ciente de que perderia o MDB, o PSDB do prefeito Jorge Pozzobom foi rápido ao sinalizar aos progressistas que desejava continuar com a parceria no próximo pleito e que seriam abertos novos cargos na Administração Municipal para a legenda.

As negociações entre PP e PSDB não agradaram Bakof, que se afastou da sigla durante alguns dias, em dezembro (AQUI). No mesmo mês, ele convocou uma reunião do Diretório Municipal para resolver a questão, porém o encontro foi esvaziado pelas lideranças que desejam ver o partido aliado do PSDB nas eleições (AQUI).

Com o licenciamento de Bakof da presidência até outubro e a iminente saída do MDB do governo Pozzobom, o caminho está livre para o PP ganhar novos cargos na Administração Municipal e confirmar a continuidade da dobradinha Pozzobom e Cechin para o pleito de outubro.

Até outubro, quem assume as rédeas da agremiação é o vice-presidente Marco Jacobsen.

Confira a carta divulgada por Mauro Bakof:

Santa Maria, 29 de Janeiro de 2020.

Primeiramente gostaria de agradecer aos filiados a honra de ser Presidente do Progressistas de Santa Maria/RS.

Quero comunica-los que tomo essa atitude de me licenciar até o fim do primeiro turno das eleições, para não atrapalhar o Partido. Todos sabem da minha posição política e firmeza de convicção, então não irei mudar. Minha licença é nada mais que uma liberação para que a maioria decida o que achar melhor. Ouvi de muitos que estavam entre a cruz e a espada, entre a faca e o queijo; várias expressões…

Portanto, não quero ser: nem faca, nem espada. Sintam-se à vontade. Agora poderão tomar a melhor decisão. Me licencio de presidência e permaneço filiado e no diretório. Faço isso para o bem do partido. Para não me colocar como entrave político de nenhum lado que queiram seguir.

Deixo para o próximo Presidente, um partido organizado, com mais de 35 pré-candidatos a vereança e também pequena quantia econômica. Quero que todos saibam que desde que assumi, todas as taxas, celular da secretaria e questões burocráticas, foram saldados dos meus parcos recursos, nada foi usado do partido. Apenas foi usado um valor para pagarmos uma multa com a receita federal. Valor esse que era devido há 5 anos. Porém, isento os Presidentes anteriores, pois o próprio contador afirmou que todos os partidos caíram nesta questão.

Desejo sorte a quem assumir o Partido e garanto que é só manter que teremos uma boa eleição na proporcional. Na questão do executivo vai depender das decisões do Partido…

Essa minha atitude libera a todos(as) e inclusive à mim para tomar o melhor rumo.

Pedido de licença em caráter irrevogável, da data de hoje (29 de janeiro de 2020) até as 18 horas do dia 04 de outubro de 2020 (domingo da eleição).

Sem mais.

Mauro Bakof

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

3 Comentários

  1. Outra hipótese: o ‘PDT em alta’ significa que a esquerda local está colocando as fichas no Capincho e queimando o candidato petista?

  2. Algumas informações erradas andaram circulando por aí. Na urna eletrônica o primeiro voto é para vereador, 5 dígitos. Se a criatura digitar só dois e confirmar vota na legenda. Depois vem o voto para prefeito, dois dígitos.
    Dai sai a controvérsia com os que torcem para os partidos se fortalecerem, defendem que o candidato a majoritária é importante para ‘puxar’ votos para a proporcional. Daí olha-se os números , Fabiano ficou em terceiro e elegeu (se não olhei errado) um vereador. Jader ficou em quarto e não elegeu edil.

  3. Considerações.
    Demissionário ainda não se elegeu vereador pelo que sei. Acompanhar eleição e candidatar-se são coisas diferentes.
    Cechin foi candidato a prefeito na década de 90, teve uns 20 mil votos e ficou em terceiro. Tem as qualidades que todos conhecem, não se trata disto.
    Número de militantes para os que desejam o fortalecimento dos partidos é importante. Na prática tem muito pouca relevância. Tanto que o partido do alcaide atual tem menor número do que PT, PP, PDT, etc.
    Para chegar no segundo turno o candidato tem que conseguir algo como 40 mil votos para ter chance. Bisogno (que tem cobertura privilegiada da mídia corporativista por causa do tio e do pai) teve 12 mil votos na ultima eleição (elegeria quase dois vereadores na próxima). Ou seja, tem mais que triplicar a votação. Jader (e Fabiano se concorrer) teria que dobrar a votação (20 mil votos, quase três edis). PT não vai com Valdeci (será bom para aferir o tamanho do partido, pré-candidato atual tem 4 mil votos). Problema é que se trata de um jogo de soma zero, para uns aumentarem a votação outros terão que perder. Alás, na última eleição para ter a dita terceira via seria necessário que Jader e Fabiano (grande incógnita) estivessem na mesma chapa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo