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ARTIGO. Giuseppe Riesgo, pandemia do coronavírus, Santa Maria e a ocupação, enfim, do Hospital Regional

É hora de governar!

Por GIUSEPPE RIESGO (*)

Não é segredo para ninguém e nem deveria ser: a pandemia do novo coronavírus domina o noticiário enquanto avança pelo Brasil, pelo Rio Grande do Sul e, provavelmente, por Santa Maria também. Já temos casos de transmissão comunitária do vírus no Estado do Rio Grande do Sul, o que exige de nossas autoridades ações efetivas para mitigar os efeitos em nosso combalido sistema de saúde e em nossa economia como um todo.

A pandemia dá sinais que avançará consideravelmente no país. Em linhas médias, a experiência mundial aponta para uma taxa de hospitalização de 15% a 20% dos infectados com o novo coronavírus. Desses, cerca de 5% necessitarão de leitos na UTI. No entanto, o sistema de saúde brasileiro (privado + público) já possui uma taxa de ocupação de incríveis 87,5% destes leitos em funcionamento no país. O sistema de saúde, em um cenário como este, pode colapsar. Afinal, a demanda por saúde não se dará apenas para esta doença, mas sim para todo o rol de atendimentos médicos que um país com mais de 200 milhões de habitantes necessita. É hora de governar e agir.

Por isto, me somo à manifestação de representantes do Ministério Público Estadual e Federal que, nesta semana, solicitaram em caráter de urgência a adaptação da estrutura do Hospital Regional de Santa Maria para receber mais 10 leitos de UTI no complexo lá existente. O Plano de Contingência e Ação oriundo do Governo do Estado deveria abarcar a estrutura e aumentá-la. O Hospital Regional possui 60% de sua estrutura física ociosa e há mais de R$ 36 milhões de recursos possíveis de utilização e ampliação da estrutura ali construída. O custo daquela obra passou dos R$ 70 milhões de reais. É um absurdo que tamanha capacidade estrutural de atendimento fique parada em um momento como o que vivemos agora. Isto, além de representar um enorme custo de oportunidade, seria de uma ineficiência estatal imensurável na destinação dos bens públicos para servir à população, principalmente, em um momento excepcional como este.

A pandemia não é brincadeira. Os cinco leitos previstos para abertura no Hospital Universitário de Santa Maria aparentam ser insuficientes. O Brasil, hoje, apresenta sinais de evolução da doença superiores aos níveis verificados pela Itália (quando comparamos ao mesmo estágio vivido semanas atrás por lá). Se não frearmos este processo e não cuidarmos da capacidade de resposta e tratamento aos infectados, poderemos experimentar uma tragédia de saúde pública em nosso país. Por isto, é hora de agirmos! A população precisa se proteger ao máximo possível e evitar aglomerações. Já nossos governantes precisam, enfim, governar. Agir e tratar o tema com o devido risco coletivo que uma pandemia merece. Momentos excepcionais merecem um trabalho excepcional. Do nossa economia ao nosso sistema único de saúde é preciso eficiência na utilização e destinação dos nossos recursos públicos. Não precisamos construir um hospital novo. Ele já está pronto. Passou da hora de efetivamente tirarmos o Hospital Regional do papel.

(*) Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.

Observação do editora foto que ilustra este artigo, do Hospital Regional de Santa Maria, é de Arquivo.

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