BRUMADINHO. Bilionária ação para indenizar mais de 1,1 mil. Resultado em até três anos. Ah, na Alemanha
Por MARCO ANTONIO BIRNFELD, editor do site Espaço Vital, com foto do Google Imagens
A maior tragédia socioambiental do Brasil matou 259 pessoas, em 25 de janeiro de 2019. Um ano, um mês e três dias depois, 11 pessoas ainda permanecem desaparecidas. O Município de Brumadinho (MG) e mais 1.123 pessoas ingressaram na semana passada com uma ação cível contra a Tüv Süd, a consultoria alemã que atestou e certificou para a Vale, em 2018, a segurança da barragem que rompeu.
A ação foi ajuizada em Munich, no Estado da Baviera, na Alemanha – onde fica a sede da empresa ré. Ela fornece serviços de inspeção e certificação de produtos, entre os quais redes elétricas, elevadores, barragens, veículos e equipamentos médicos.
Gigante, a Tüv Süd tem 24.500 empregados e presta serviços à indústria, governos e indivíduos em cerca de 1.000 cidades, em 42 países.
O ente municipal busca uma indenização de 70 milhões de euros. As pessoas físicas autoras – cidadãos brasileiros afetados e familiares de vítimas da tragédia – pretendem, individualmente, 40 mil euros por pessoa. Fazendo as contas no grupo pessoal: são 44.920.000 euros. As duas cifras somadas resultam em 1.149.200.000 euros. Ao câmbio (R$ 4,75) de sexta passada (21) são R$ 5,45 bilhões.
Justiça que trabalha aos sábados
A ação está no Justizpalast, em Munich, Estado da Baviera, na Alemanha. Ali, os juízes trabalham de segunda a sábado; a folga é aos domingos; as férias anuais são de 35 dias. Não há recessos nem penduricalhos para a magistratura.
Advogados alemães estimam que serão no máximo 36 meses até o julgamento definitivo, Munich tem também o maior festival de cerveja do mundo, repetido anualmente em outubro, desde 1810, quando surgiu como a festa de casamento do príncipe Ludwig von Bayern com a princesa Therese von Sachsen-Hildburghausen. Com gastos pagos por suas respectivas famílias, eles ofereceram aos convidados comidas e bebidas típicas da Baviera.
E se fosse no Brasil?
Ganha um ingresso com passe livre para comes e bebes na Oktoberfest, em Igrejinha (RS), quem projetar, calcular e fundamentar corretamente quantos anos, meses e dias demoraria até o final, se tal ação se fosse ajuizada no Brasil.
Claro, passando pela Justiça estadual (Minas Gerais, 1º e 2º graus), depois STJ e, claro, o STF.
O Espaço Vital dá um desconto: os palpiteiros não precisam incluir nem acertar o número de dias em que, nas diversas entrâncias, a ação estaria parada por “pedido de vista” e/ou sumida por “peRdido de vista”.
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Se a Vale já indenizou há que se ver se vai prosperar o feito. Se a empresa alemã prestava serviços para a mineradora, quem teria o direito de pedir indenização?
Tirando a luta de classes (empresa alemão tem muito dinheiro logo tem que indenizar e bem), artigo não é ‘ataque às instituições’?